sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Coligação Guiné Nobo: “QUALQUER INTERVENÇÃO MILITAR GUINEENSE DEVE MERECER O PRONUNCIAMENTO DO PARLAMENTO”

O Secretario Executivo da Coligação Guiné Nobu, Halen Armando Napoco, afirmou esta quinta-feira, 10 de agosto de 2023, que qualquer intervenção ou envio de militares, quer interna no caso de ataque às forças estrangeiras, como também a uma intervenção fora, deve merecer um pronunciamento da Assembleia Nacional Popular (ANP), de acordo com a Constituição da República, “porque é no Parlamento que está a representação do povo e não apenas ouvir o conselho de defesa”.

O político formado em direito falava numa entrevista concedida a alguns órgãos de comunicação social, da situação sub-regional, particularmente do caso do Níger.

Napoco disse que a Guiné-Bissau está a enfrentar uma situação de aumento galopante e descontrolado dos preços dos produtos no mercado, agravado pela atual campanha de cajú que, também a semelhança da do ano passado, tem estado a agravar-se para o pior, originando a fome no país.

O próximo governo irá enfrentar enormes problemas em termos de mobilização de receitas para fazer face à situação.

O dirigente político disse que a Guiné-Bissau é um país com uma elevada carga de despesas de soberania.

Assim, o próximo governo deve ter a capacidade e resistência em tomar medidas populistas, para contactar a população, mas que não terá sustentabilidade a curto e medio prazo.

Sublinhou que é preciso que o executivo dê sinal, fazendo contenção de despesas, começando por formar um governo pequeno mas eficiente, porque quanto mais alargado, maiores serão as despesas incluindo os salários de funcionamento das estruturas governativas.

Assegurou que a Guiné-Bissau precisa de reformas estruturantes em diferentes setores nomeadamente, a educação, a saúde e na administração pública no seu todo. No que diz respeito à participação feminina, o jovem político disse que a composição do Parlamento guineense mostra claramente que o país falhou em termos de participação feminina, no que diz respeito a lei de paridade. Assim, espera que governo que será formado leve em conta esta questão nas pastas ministeriais.

Sobre a coabitação entre o presidente da República e o novo primeiro-ministro, Halen Napoco espera que as duas figuras tenham uma boa relação, contudo disse que o maior problema reside na capacidade de gestão da relação institucional entre os dois órgãos da soberania. Adiantou que é importante o Chefe de Estado compreender a mensagem do povo guineense expressa nos resultados eleitorais, dando maioria absoluta à Coligação PAI terra-Ranka no sentido de resolver a situação difícil que está a enfrentar, de maneira que deve haver equidistância por parte do Presidente da República, permitindo ao executivo implementar o seu programa de governação.

Por: Aguinaldo Ampa
Conosaba/odemocratagb

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