Cartaz de apelo a concentrações para apelar à paz e alertar contra o ódio e as recentes e recorrentes agressões por parte de grupos neonazis em Portugal. © Facebook
"Não queremos viver num país do medo" é o mote das concentrações que acontecem este domingo 15 de Junho em várias cidades portuguesas para mostrar solidariedade com as vítimas das recentes agressões racistas e condenar violência neonazi.
Nos últimos dias, diferentes episódios de violência neonazi atingiram a sociedade portuguesa e motivaram as várias concentrações de condenação que acontecem este domingo 15 de Junho.
Em Lisboa, a concentração é mesmo em frente ao teatro A Barraca, no Largo de Santos, o local onde, na passada terça-feira, actores foram atacados por um grupo de neonazis. O actor Adérito Lopes foi mesmo agredido pelas costas e teve de ser hospitalizado, com cortes na cara.
O agressor faz parte de um movimento nacionalista de extrema-direita e foi identificado pela polícia. De acordo com a RTP, uma das pessoas presentes neste grupo responsável pela agressão estará ligada à morte do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, assassinado há 30 anos precisamente no dia 10 de junho por neonazis.
De acordo com o jornal Expresso, o agressor pertence ao mesmo grupo que, horas antes, terá insultado o Sheik David Munir, líder da Mesquita de Lisboa, na cerimónia do 10 de Junho de homenagem aos combatentes do Ultramar.
Na noite do passado dia 10, no Porto, o alvo da violência neonazi foram duas mulheres de uma associação que distribui ajuda alimentar a pessoas em situação de sem abrigo. As voluntárias foram injuriadas e alvo de “empurrões e murros” por homens que fizeram a saudação nazi.
Uma investigação da polícia tem na mira pelo menos nove grupos neonazis, ultranacionalistas ou identitários, cujo discurso de ódio é cada vez mais presente nas redes sociais e nas ruas.
Nas concentrações deste domingo, os cidadãos estão convocados a estarem presentes para dizerem que não querem “viver num país do medo”.
Além da capital portuguesa, as concentrações acontecem nas cidades de Porto, Coimbra, Beja, Funchal e Angra do Heroísmo.
Por: Luís Guita
Conosaba/.rfi.fr/pt/
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