Uma operação conjunta efetuada, no dia 29 de abril, pelas forças de segurança da província leste e a agente secreta de Gabú resultou na detenção de 64 indivíduos de diferentes nacionalidades que estavam a ser treinados clandestinamente durante a noite na antiga pista de aviação de Gabú, o que deixaram os moradores daquela zona assustados.
De acordo com as nossas fontes, os detidos são de diversas nacionalidades. Entre os detidos, alguns foram identificados como cidadãos de países da região e além, nomeadamente Mali, Guiné-Conacri, Costa de Marfim e Mauritânia, levantando preocupações sobre possíveis atividades ilícitas na região. Entre os presos estão quatro mulheres e um adolescente da nacionalidade Conacri-Guineense.
A descoberta das atividades clandestinas e a subsequente detenção dos suspeitos foram resultados diretos de várias denúncias feitas pelos populares daquela zona.
A nossa fonte não especificou a natureza exata do treinamento realizado pelos detidos, mas confirmaram que estas pessoas, agora presas, não vestiam uniformes militar ou policial e também não usavam armas de fogo, mas puderam confirmar que todo o treinamento é feito com base na instrução militar; desde a manipulação da arma até nas técnicas do combate. Segundo as mesmas fontes, os treinos começavam todos os dias por volta das 21 horas e vão até de madrugada.
Ainda de acordo com as nossas fontes, os líderes do grupo foram presos com telemóveis de alta gama e qualidade com valores que ultrapassam 1 milhão de francos cfa.
O que mais criou suspeitas, segundo as mesmas fontes, é que, apesar de exibirem luxos justificaram que vieram para Guiné-Bissau à procura de trabalho sem no entanto munidos de documentação que comprovasse que tivessem entrado no país por via legal.
Dos 64 indivíduos detidos durante a operação de segurança na região leste da Guiné-Bissau, sete (07) foram identificados como responsáveis e foram conduzidos para a capital, Bissau, para interrogatório e investigação mais aprofundados, e os 57 foram encaminhados para a prisão de Bafatá.
A Rádio Sol Mansi deslocou até a esquadra de polícia da Ordem Pública onde estes indivíduos se encontram detidos, mas no entanto, as autoridades locais recusaram-se a comentar sobre o assunto, levantando questões sobre a delicadeza do assunto que já é do conhecimento das autoridades políticas, militares e paramilitares.
Igualmente, tentamos por várias vezes falar, via telefónica, com o responsável do gabinete de comunicação do Ministério do Interior mas não tivemos o retorno.
A transferência de sete responsáveis para Bissau para interrogatório indica que as autoridades estão seguindo as pistas fornecidas e buscando investigar mais a fundo as ramificações dessas atividades ilícitas. Bissau, como o centro administrativo e judicial do país, oferece recursos adicionais para conduzir investigações mais detalhadas e facilitar a cooperação entre as agências de segurança e judiciais.
Além disso, relatos indicam que o centro prisional de Bafatá está enfrentando dificuldades para manter alimentos adequados para os detidos, que segundo a nossa fonte consomem diariamente 25 kg de arroz.
A escassez de recursos alimentares levanta preocupações sobre as condições de detenção e o respeito aos direitos humanos dos prisioneiros. A falta de recursos adequados para atender às necessidades básicas dos detidos destaca os desafios enfrentados pelo sistema prisional da Guiné-Bissau.
A prisão de Bafatá, como muitas outras instalações prisionais na Guiné-Bissau, enfrenta desafios significativos devido à falta de recursos e infraestrutura adequados. A escassez de alimentos é apenas um sintoma desses problemas mais amplos que precisam ser abordados para garantir o cumprimento dos direitos dos detidos e a administração eficaz da justiça no país.
Por: Rádio Sol MansI
Imagem: Arquivo - Rádio Sol Mansi
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