domingo, 12 de maio de 2024

Aumento do preço do arroz afeta negócios na Guiné-Bissau

Vendas estão paradas por falta de clientes e de dinheiro.

O aumento do preço do arroz está a afetar os negócios na Guiné-Bissau com vendas paradas por falta de clientes e de dinheiro.

Esta é a realidade no mercado central de Bissau onde o desabafo que se ouve é "não há negócio" e onde são poucos os clientes.

Os que aparecem, "são os antigos", que dizem que "não há dinheiro" e, muitas vezes, "perguntam o preço" e acabam por não comprar, como explica à Lusa Antónia da Silva Costa, representante das mulheres deste mercado.

"O aumento do arroz tocou-nos a todos", diz esta mulher que vende legumes e frutas e é com o dinheiro que faz que compra arroz, a base da alimentação dos guineenses.

O que aflige é que "ninguém compra, os produtos estragam-se na banca, tem que deitar fora, não ganha e ainda perde o dinheiro que investiu".

"E como é que vou fazer para arranjar dinheiro para comprar mais legumes", pergunta.

Para conseguir vender, Nilza Quintino Cabi baixa os preços e perde dinheiro.

Um dia leva para casa dois mil (três euros), outro mil francos cfa (1,5 euros), paga 500 de transporte e questiona-se: com o que sobra, o que pode ter na banca no dia seguinte?

"Eles subiram o preço do arroz, como nós dependemos do que vendemos, se não vendemos não podemos comprar arroz. Temos que ir juntando o dinheiro que fazemos para poder comprar o arroz", apontou.

As vendedoras pedem aos governantes que ajudem a melhorar a situação e, enquanto não melhorar contam com a entreajuda familiar para aguentar a situação.

Nilza deixa claro que, apesar das dificuldades, "não falta comida".

A mãe vende noutro mercado e "se uma não vender, a outra vende e ajuda", o que impede que fiquem sem comer.

Conosaba/Lusa

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