quinta-feira, 2 de novembro de 2023

LIGA DOS DIREITOS HUMANOS DEFENDE CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIA NACIONAL DE REPRESSÃO DE TRÁFICO DOS SERES HUMANOS

O presidente Interino da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Bubacar Turé, defende a aprovação de uma Estratégia Nacional concreta de prevenção e repressão de tráfico dos seres humanos.

Bubacar Turé falava hoje, à Rádio Sol Mansi em referência ao relatório que coloca a Guiné-Bissau na lista negra dos países em falhas na luta contra o tráfico dos seres humanos.

Para que o país possa ficar livre das mesmas sanções, Bubacar Turé apela na necessidade da criação de uma comissão técnica para a avaliação desta estratégia.

“Estas sanções devem servir de oportunidade para uma reflexão conjunta nacional entre o governo e as organizações da sociedade civil e por isso recomendamos a criação de uma comissão técnica da avaliação para de mãos dadas para possamos refletir sobre o que falhamos e o que podemos corrigir para que estas sanções sejam levantadas”.

Bubacar lamenta ainda a atribuição desta sanção, e acha que a dimensão destes fenómenos noutros países comparativamente com a Guiné-Bissau, e “estamos num patamar inferior em relação às questões dos tráficos dos seres humanos.

O presidente interino da LGDH disse ainda que a questão de tráfico dos seres humanos é preocupante, igualmente referiu-se as problemáticas do tráfico das crianças talibés na Guiné-Bissau e de alguns casos de recrutamento e transportes das guineenses para os países do médio oriente, sobretudo Líbano e Dubai, e que muitas vezes são submetidas à exploração sexual e outras situações degradantes que acabam por consubstanciar também no tráfico dos seres humanos.

“A Guiné-Bissau tem um problema relacionado com o tráfico das crianças talibés que acaba por consubstanciar no tráfico dos seres humanos.

Bubacar Turé alerta ainda que o país deve esforçar-se para sair desta lista negra, porque os EUA têm influência sobre outros organismos que apoiam diretamente a economia da Guiné-Bissau.

O presidente interino da Liga dos Direitos Humanos anuncia que uma delegação da Embaixada dos EUA estará no país, na próxima semana, para o seguimento dos esforços guineenses na luta contra o tráfico dos seres humanos.

Bubacar Turé disse que esta será uma oportunidade para discutir sobre as questões do tráfico dos seres humanos na Guiné-Bissau, e diz estar preocupada com as sanções dos EUA à Guiné-Bissau, porque isto está a afetar a imagem da Guiné-Bissau.

AMIC DIZ QUE ESTA É UMA PREOCUPAÇÃO REAL

O Administrador do Centro de Acolhimento da AMIC, Fernando Cá, pede as autoridades guineenses para se esforçarem para que a Guiné-Bissau saia da lista negra dos EUA por não ter conseguido cumprir com medidas de luta contra o trafico dos seres humanos.

O responsável falava, hoje, à margem da celebração dos 39 anos da fundação da AMIC e dias depois da publicação do relatótio dos EUA que coloca a Guiné-Bissau na sua lista negra por falhas na luta contra o tráfico humano.

Fernando Cá disse que esta é uma preocupação real porque o país ainda tem um longo caminho a andar para o cumprimento dos princípios dos direitos Humanos.

O Administrador do Centro de Acolhimento de AMIC disse ainda que é preciso que a justiça seja célere como forma de desencorajar atos do género. Ele disse que recentemente receberam denuncias de violações física de uma criança, mas que o culpado ainda continua solto.

Os Estados Unidos anunciaram na semana passada, sanções a vários países, entre eles está a Guiné-Bissau, por incumprimento com os padrões da Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico Humano.

As sanções, assinadas pelo Presidente americano, devem entrar em vigor a partir do próximo ano, e incluem a ajuda não humanitária e não relacionada com o comércio, mas também não permitem financiamento para a participação em programas de intercâmbios educativos e culturais, a não ser que se promova uma luta contra o tráfico de pessoas ou seja do interesse nacional norte-americano.

Texto & imagem: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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