quinta-feira, 17 de agosto de 2023

EUA pedem para o Irão cancelar venda de drones


Os Estados Unidos da América (EUA) têm aproveitado as recentes negociações com Teerão, no âmbito das questões nucleares, para pressionar o Governo do Irão a desistir da venda de drones à Rússia, noticiou ontem o jornal Financial Times.

De acordo com o jornal britânico, os EUA estão a pressionar o Irão a parar de vender drones armados para a Rússia, como parte das discussões sobre um "entendimento não escrito” mais amplo entre Washington e Teerão, para diminuir as tensões e conter uma crise nuclear de longa escala, uma alegação que vem sendo rejeitada pelo regime islâmico e pelo Kremlin.

Ainda segundo a publicação, as discussões teriam ocorrido paralelamente às negociações sobre um acordo de troca de prisioneiros, que levou Teerão a transferir quatro cidadãos iraniano-americanos da prisão para prisão domiciliar na quinta-feira passada, disseram fontes ao jornal.

Fontes do Governo iraniano e outras conhecedoras do dossier afirmam que os EUA querem que o Irão tome "medidas mais concretas” para que a Rússia não implante drones iranianos no conflito ucraniano.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse na terça-feira que os EUA estão a adoptar uma estratégia de dissuasão, pressão e diplomacia para garantir que o Irão não adquira uma arma nuclear e para responsabilizar Teerão por abusos dos direitos humanos e pelo "fornecimento de drones à Rússia para o uso na guerra contra a Ucrânia”, condicionando os dois temas.

Os negociadores esperam que as negociações indirectas levem os dois lados a concordar com medidas de redução da tensão.

As mesmas fontes avançam que o Irão deve concordar em não enriquecer urânio acima de 60% de pureza e melhorar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), prometendo não alvejar norte-americanos. Por sua vez, Washington se absteria de impor novas sanções em algumas áreas, com excepção das que envolvem direitos humanos, e não fiscalizaria estritamente as sanções já em vigor sobre as vendas de petróleo.

Mas, o alívio de sanções somente por Washington não representaria vantagem na negociação.

A media avança que a República Islâmica quer que os EUA convençam os aliados europeus a também aliviarem a pressão sobre o Irão, após sanções impostas pelos EUA depois que o ex-Presidente Donald Trump abandonou o acordo nuclear, em 2015.

Dado o avanço do programa nuclear do Irão, o consenso entre as autoridades e analistas é que o acordo de 2015 está avançado, por esta razão o Governo Biden quer conter a crise nuclear até depois das eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos.

Conosaba/jornaldeangola.

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