O rapper Masta Tito é uma das figuras de maior relevo da música de intervenção da Guiné-Bissau. Autor de temas que ganharam grande popularidade por criticarem de forma frontal o Governo e os militares guineenses, o "rapper revolucionário", tal como se identifica, está na linha da frente da defesa dos direitos humanos e pela legalidade democrática. Recentemente lançou o disco "N'kala Kala", que em português se pode traduzir por "Não me vou calar", um trabalho onde, de forma contundente, Masta Tito volta a tecer duras críticas a quem detém o poder na Guiné-Bissau.
Se ao longo dos mais de vinte anos de carreira Masta Tito já tinha sido alvo de diferentes episódios em que tinha sido ameaçado, intimidado e mesmo espancado por, precisamente, denunciar os desmandos de governantes e militares, agora, com "Nkala Cala", voltou a colocar a vida a em risco por defender o povo guineense e denunciar o que identifica como a "ditadura do Presidente Umaro Sissoco Embaló".
Temas como Miti Medo, Nkala Kala, Matchu di Matchus ou Kafumbam são como Cavalos de Troia que Masta Tito plantou no seio da sociedade guineense, mas, por sentir que ao continuar na Guiné-Bissau estaria a colocar a própria vida em risco, o seu autor foi obrigado a fugir para Portugal.
A RFI encontrou-se com Masta Tito em Lisboa. O rapper começa por nos apresentar o disco "Nkala Kala" e revela que, mesmo na capital portuguesa, continua a receber ameaças.
Por: Luís Guita
Conosaba/rfi.fr/pt
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