quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PRESIDENTE GUINEENSE FELICITA NOVO PRESIDENTE DE ANGOLA E ESPERA REFORÇO DA COOPERAÇÃO


Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, felicitou hoje João Lourenço pela eleição como chefe de Estado de Angola numa mensagem em que manifesta a sua determinação em reforçar a cooperação entre os dois países.

«Quero manifestar a minha determinação em contribuir para o estreitamento dos laços de amizade existentes entre as nossas duas nações e no reforço das nossas relações de cooperação bilateral para que produzam resultados reciprocamente vantajosos para os nossos povos e estados», refere, na mensagem, José Mário Vaz.

Na mensagem, o chefe de Estado guineense enviou também «calorosas felicitações» em nome do povo guineense, desejando «prosperidade» ao povo «amigo e irmão» de Angola.
Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto divulgados pela Comissão Nacional de Eleições dão vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) com 61% dos votos e uma projeção de 150 deputados (maioria qualificada), além das eleições de João Lourenço como próximo Presidente da República.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) e o Partido de Renovação Social (PRS) não reconheceram os resultados.

Conosaba/Notabanca;

CONGRESSO ORDINÁRIO DOS RENOVADORES SERÁ ANTECEDIDA COM CONFERÊNCIA DOS QUADROS DO PARTIDO


A Comissão Organizadora do congresso do Partido da Renovação Social vai iniciar na próxima semana a conferência dos quadros de partido que ira anteceder o congresso

A informação é do presidente da comissão organizadora do Vº congresso Orlando Veiga durante a conferência de imprensa promovida esta quinta-feira (31 de Agosto).

«Já temos logística e informação tem-se recolhido os fundos etc. todas as comissões e subcomissões estão a trabalhar. Queremos informar que os trabalhos estão avançados mais do que a meio do processo e temos a conferência dos quadros que vai iniciar para permitir que as pessoas discutam algumas questões que muitas vezes no congresso não temos tempos de fazer. Assim o congresso vá poder discutir as grandes questões que serão levantadas ali».

A lista definitiva dos candidatos será apresentada dentro de 15 dias como informou orlando Veiga

“ Temos as listas provisórios dos candidatos porque ainda temos actos sucessivos que virão porque temos candidatos que não sabemos se vão ou não ao congresso o que será determinado através de eleições dos delegados, por isso vamos aguardar se aqueles candidatos apurarem, então daí vamos publicar a lista definitiva isso para permitir todos para que não venham a dizer amanhã que são injustiçados. Dentro de 15 dias iremos publicar a lista definitiva. Estamos atentos a qualquer interferência externa no processo”, diz.

Orlando veiga nega as acusações de alguns candidatos de alegadas tentava de favoritismo de alguns candidatos. 

«Nós pensamos que qualquer processo tem os seus prós e contras o importante que temos a capacidades internas para ultrapassar todas as perturbações que poderá vir a surgir. Existem pessoas que querem a divisão do partido quando é assim, não estás a pensar na consolidação do estado democrático. Nós não estamos preocupados, só estamos a chamar atenção aos militantes a estarem atentos a qualquer fenómeno externo», finalizou.

Por: Yasmine Fernandes/radiosolmansi com Conosoba do Porto

RELAÇÃO MILITAR ENTRE CUBA E GUINÉ-BISSAU EM DEBATE NO PAÍS



Uma delegação de Médicos cubanos militares que se encontra no país para uma visita de três dias para fortalecer laço de amizade entre dois países no domínio das forças Armadas visitou esta quarta-feira (30 de Agosto), chefe de Estado-Maior general das Forças Armadas Biaguê Nan Tan.

Antes de manter o encontro com o chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, a delegação depositou coroas de flores no Museu “Amílcar Lopes Cabral”.

Na curta declaração a imprensa, chefe da delegação general, João Francisco Peres Zil, disse que objectivo da visita visa fortalecer laço de amizade entre povo de Guiné-Bissau e da Cuba como tem sido e admite falar do apoio só depois da missão.

Durante a estada no país a delegação visitará o centro de produção agrícola das Forças Armadas em Fâ-Mandinga, centro de produção pecuária de Ilondé, Hospital Militar e comando militar da zona do interior.

Também visita de cortesia ao Ministro da Defesa Nacional, Eduardo da Costa Sanha, e Presidente da República, José Mário Vaz.

Por: Marcelino Iambi/radiosolmansi com Conosaba do Porto

«OPINIÃO» 'A CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU E O (DES)ACORDO DE CONAKRY' - DR. JULIÃO SOARES SOUSA


“É fácil adquirir a independência dum povo. O que é mais difícil de obter é a felicidade dos homens” (Houphouët-Boigny, Primeiro Presidente da Costa do Marfim)

A crise política na Guiné-Bissau arrasta-se há mais de três anos e o tempo pedido pelo Presidente da República à CEDEAO para a implementação dos Acordos de Conakry está a esgotar-se. Todos estamos, pois, expectantes relativamente ao que vai acontecer nas próximas semanas. Em teoria (mas só em teoria), há várias possíveis saídas em cima da mesa, mas não me parece haver alternativas à implementação integral dos Acordos de Conakry. É o único caminho que pode evitar a irritação da comunidade internacional, a escassos meses de decisivas eleições legislativas. Nesta altura, nem mesmo um eventual uso da “Bomba Atómica” (dissolução do parlamento) invocando o artigo 69.º, § 1, alínea a) da CRGB, isto é, “grave crise política”, resolveria a situação no essencial, pois a acontecer seria necessário convocar imediatamente eleições antecipadas e não creio que o país esteja (estará?) preparado mental e financeiramente para fazer eleições nos próximos três/quatro meses. Qualquer outra solução continuaria a bloquear o parlamento e não serviria o interesse nacional. Por isso, é minha opinião de que para o desbloqueio de uma situação que começa a ser kafkiana deve haver uma predisposição para um diálogo nacional franco, aberto e intenso nos próximos dias. De nada serve arrastar as coisas para o mês de Dezembro ou Janeiro, com um absoluto desrespeito pela maioria esmagadora dos guineenses. De nada vale ganhar tempo para (passe-se a redundância) não ganhar tempo nenhum. É urgente gerar consensos políticos necessários à pax política e deixar que o povo, a seu tempo, venha a colocar as coisas no seu devido lugar e resolver outros impasses extrapolítico-partidários. De nada vale a aposta no desgaste dos adversários políticos. O cumprimento na íntegra dos Acordos de Conakry é a única via que acarretaria, a meu ver, o regresso à normalidade parlamentar, deixando, democraticamente, a “batata quente” desta crise, como se diz em bom português, nas mãos dos partidos políticos com assento parlamentar. De nada adianta manter o status quo e engendrar uma mini-remodelação governamental para ganhar novo élan até Dezembro/Janeiro. O país não pode esperar mais. Depois de vários meses de vigência desta crise, a conclusão a que qualquer guineense chega é que ela era absolutamente desnecessária. Além do mais, que na gestão ulterior dessa mesma crise foi pior a “emenda que o soneto”. E a pergunta que me interpela, volvidos três anos, é se o país não ganharia se acaso se tivesse explorado até ao limite todos os dispositivos constitucionais reservados pelo constituinte para a evitar a situação presente. Sinceramente, embora sendo matéria reservada, em bom rigor, aos constitucionalistas, se se quisesse, penso que sim. Não é que concorde com alguns desses dispositivos constitucionais, mas eles lá estão. Tenho a responsabilidade como guineense de não deitar mais “achas para a fogueira” e de evitar saber, nesta altura, quem é o culpado, o “feitiço” e o “feiticeiro” ou quem ficará para sempre como o grande responsável político e moral desta crise. Insisto: a manutenção e o extremar de posições não conduzirá a lado nenhum. Ou melhor: conduzirá ao abismo de onde ninguém sairá incólume. Só assim se poupará os povos da Guiné-Bissau a um sacrifício inusitado de viverem (como têm vivido) com governos que não passaram pelo crivo do parlamento e, por conseguinte, sem orçamento, nos últimos dois anos. O que interessa agora são soluções de compromisso em nome dos povos da Guiné-Bissau. Mas há ainda uma outra conclusão que se pode exarar ou subtrair desta crise que assola a Guiné há vários meses. Na política (como na vida) de nada vale a intransigência. É preciso deixar sempre a porta aberta para o diálogo, sobretudo quando está em causa o interesse nacional. Por isso, não entrevejo nenhuma outra saída para esta crise que não seja o diálogo de todas as forças nacionais, tendo em vista a implementação dos Acordos de Conakry. Só ele é suscetível de gerar os necessários consensos políticos e a responsabilização de todos os intervenientes. Todas as outras soluções fora dos acordos rubricados em Conakry parecem-me irremediavelmente comprometidas à nascença e condenadas ao fracasso. Não há dúvida que a situação é complexa e estreito o espaço de manobra. Intuo que as instituições internacionais envolvidas no processo já se aperceberam do labirinto em que a Guiné foi atolada, depois da crise despoletada em 2015. Isso nota-se até pela forma cautelosa como começam a gerir a situação. Os próprios partidos estão já com os olhos postos nas eleições que se avizinham e para as quais estão já a arregimentar as suas “tropas” e recursos. Mas antes das eleições ainda subsistem os Acordos de Conakry, cujo cumprimento constitui prioridade nacional. A inédita situação prevalecente na Guiné-Bissau tem provocado um visível desconforto interno e junto da comunidade internacional. No espaço de três anos, o país conheceu cinco primeiros-ministros, algo que, na história político-institucional da Guiné-Bissau, nunca tinha acontecido. Um record absoluto que (associado a algumas situações ocorridas no passado recente) coloca a Guiné-Bissau no topo da instabilidade política em África e no mundo. Tendo em consideração as grandes promessas que o pleito eleitoral de 2014 prometia (o problema é que todas eleições feitas na Guiné geraram sempre promessas que depois não se concretizaram) ninguém esperava este desfecho. A crise presente é uma demonstração clara de que na política guineense tem havido uma tendência para, como já disse em reiteradas ocasiões, esticar sempre a corda até ao limite. Há uma tendência para não deixar espaço ao diálogo, e, sobretudo, para que desse diálogo resulte uma solução frutuosa que beneficie efetivamente o verdadeiro usufrutuário da ação política que é o povo. Evidencia ainda, se se quiser, que estamos perante uma das “doenças” do Estado pós-colonial africano que o nigeriano Claude Ake já tinha identificado em outros países do nosso continente: a incapacidade de gerar consensos políticos e sociais e integração política. Mantenho o aforismo que antevi em 2012, de que a Guiné Bissau é um país vencido pelo ódio, pelas intrigas políticas, pela inveja e pelos rumores e boatos. É um país que não consegue sair da fase de pseudodemocracia e do caos e desordem a que se habituou, desde 1994. E não consegue pura e simplesmente porque, como defendem alguns teóricos, o Estado não consegue ser anterior à democracia. Isto é, não se tem permitido que a democracia seja de facto uma forma de governo do Estado, o que pressuporia, da parte dos atores políticos, a assimilação do ideário de que a consolidação do Estado deve ser uma prioridade nacional. Em parte, é a ausência dessa assimilação que tem provocado uma leitura enviesada (para não dizer deturpada) da relação política no âmbito do Estado que deve ser separada da relação pessoal. As consequências estão à vista de todos e explicam, de certa maneira, a crise atual, que se encaixa perfeitamente no género dos conflitos pós-eleitorais atípicos. Esses conflitos pós-eleitorais atípicos têm-se exteriorizado com alguma acuidade e de modo incisivo desde as eleições legislativas de 1999 e presidenciais de 2000. Até agora não têm entrado nas análises políticas, mas na minha perspetiva, estão na origem da decadência das instituições pela forma como têm corroído a superstrutura política. Se não, vejamos. Entre 1999/2000 à atualidade ocorreram os seguintes conflitos de coabitação pós-eleitorais: Kumba Yalá e Ansumane Mané (líder da então Junta Militar); Carlos Gomes Júnior versus João Bernardo Vieira “Nino”; Carlos Gomes Júnior e Malam Bacai Sanhá; José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira. Classificamo-los de atípicos porque não resultam: 1) de processos eleitorais geneticamente fraudulentos; 2) da contestação de resultados eleitorais por parte de candidato(s), partido(s) ou coligações de partidos; 3) de tentativas de alteração da ordem constitucional por forma a eternizar algumas oligarquias no poder; 4) ou, se se quiser ainda, de tentativas dessas oligarquias promoverem os filhos para os substituírem nos cargos. Nada disso. Na Guiné-Bissau, tirando o golpe de Estado de 2012, que interrompeu o processo eleitoral em curso e alterou a ordem constitucional, o que tem Estado na moda, desde 1999/2000, é a dificuldade de coabitação pós-eleitoral. De todos os exemplos de dificuldades de coabitação atrás assinalados vale a pena chamar a atenção para a forma como, a seu tempo, o Presidente Malam Bacai Sanhá soube gerir com parcimónia e sentido de Estado a situação, ouvindo os conselhos e mantendo Carlos Gomes Júnior no cargo de primeiro-ministro, apesar de todas as pressões. Evitou assim a radicalização de posições que em nada beneficiaria o país. Todas as restantes situações provocaram turbulência e volatilidade deixando no ar a ideia de que nenhum processo eleitoral vai resolver de facto os problemas da Guiné-Bissau se não se combater seriamente os ódios pessoais, que muitas vezes acabam por se imiscuir na relação política e afetar o Estado, as instituições políticas e as relações de poder. Isso tem feito com que os processos eleitorais criem a ilusão fugaz de que com eles se vai inverter a situação de potencial violência e resolver os problemas congénitos de lutas pelo poder. Nada mais falso. Essa desgraça coletiva transfigurou o Estado guineense numa autêntica “praça de touros” e a política num espaço de competição política letal, em que não se olha a meios para atingir fins por vezes inconfessos. Portanto, na minha humilde opinião, a preocupação da comunidade internacional deve (re)orientar-se para este novo (mas já adulto) epifenómeno que tem estado na origem da instabilidade na Guiné-Bissau das últimas décadas. Acreditamos, contudo, que só o guineense tem a chave para a resolução dos seus problemas. Como? Através do recurso ao diálogo interno e estabilização das instituições políticas; pondo termo ao permanente estado de “guerra civil” não declarada e à guerra de todos contra todos; gerando autoestima e consolidando o regime democrático e inclusivo. Os povos da Guiné-Bissau já merecem o progresso e a felicidade a que têm direito.


Julião Soares Sousa, guineense.

«AGRADECIMENTO PELO APOIO» 'O MEU MUITO OBRIGADO A TODOS MEUS AMIGOS


Tive alta hoje! 

Confirmo que estive internado durante 7 dias no Hospital Pedro Hispano em Matosinhos.

É durante as tribulações que se revelam as pessoas de valor, mas não apenas as que lutam e superam as dificuldades, mas principalmente as que ficam ao lado apoiando. 

Hoje agradeço de coração a todos que ficaram comigo, que me apoiaram, que nunca desistiram de mim no meu pior momento. Esta vitória é também sua, pois sem cada um de vocês ela não teria sido alcançada. 

Um especial agradecimento ao Joaquim Sousa de Almeida ,Cônsul Honorário da República da Guiné-Bissau em Espinho/Aveiro, por todo apoio que me deu durante este período difícil .
Pate Cabral Djob

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

PRESIDENTE DA ANP DA GUINÉ-BISSAU REAFIRMA IMPORTÂNCIA DO ACORDO DE CONACRI NA CIDADE DA PRAIA

Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá

Cipriano Cassamá encontra-se na Cidade da Praia, em Cabo Verde


O Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, reafirmou, na Cidade da Praia, Cabo Verde, que o Acordo de Conacri está claro e precisa de ser cumprido pelo Presient da República. 

Cipriano Cassamá disse ainda que José Mário Vaz deve ter a vontade e a coragem de tirar a Guiné-Bissau e o seu povo da situação em que se encontra, contestando desta forma a necessidade de uma nova mediação para a crise política guineense.

O Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau está na Cidade da Praia no âmbito de uma missão da União Parlamentar Africana.
Conosaba!www.rtp.pt/r

PRIMEIROS RESULTADOS PROVISÓRIOS DAS ELEIÇÕES EM ANGOLA DÃO 64,75% AO MPLA - CNE



O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) alcançou 64,58% dos votos expressos, quando estão escrutinados os votos de 5.938.853 dos 9.317.294 eleitores inscritos, anunciou em Luanda a Comissão Nacional Eleitoral.

Conosaba/Lusa



CASA-CE CONVOCA REUNIÃO PARA ANALISAR "CENÁRIOS PROVÁVEIS" PÓS-ELEITORAIS EM ANGOLA



O presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, convocou hoje o conselho presidencial daquela coligação de partidos angolanos para entre sexta-feira e domingo, em Luanda, para analisar "cenários prováveis" pós-eleitorais.


De acordo com uma informação daquela coligação, o conselho presidencial vai decorrer na ilha do Mussulo "com a finalidade de se proceder ao estudo das probabilidades e lançar as projeções pós-eleitoral em função dos cenários prováveis", em função das eleições gerais realizadas em Angola na quarta-feira.

A votação, que visa a eleição direta da Assembleia Nacional (220 deputados) e indireta do Presidente e vice-Presidente da República, decorreu em todo o país durante as 07:00 e as 18:00, tendo a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) constituído 12.512 assembleias de voto, que incluíra 25.873 mesas de voto, para um total de 9.317.294 eleitores em condições de votar.

Durante o período de campanha eleitoral, o presidente e cabeça de lista da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) às eleições gerais, Abel Chivukuvuku, mostrou-se convicto de que aquela força será, pelo menos, parte do novo Governo, não excluindo uma "coligação à angolana" com União para a Independência Total de Angola (maior partido da oposição) ou Movimento Popular de Libertação de Angola (partido no poder desde 1975).

"Nós já anunciamos no ano passado que a CASA-CE tem probabilidade de ser Governo. Se não for Governo, no mínimo vai ser parte do Governo", afirmou Abel Chivukuvuku, confrontado pelos jornalistas com a disponibilidade já demonstrada pelo presidente e candidato da UNITA, Isaías Samakuva, para um entendimento pós-eleitoral.

"Por Angola, pela mudança, temos que por todas as portas abertas", admitiu Chivukuvuku, classificando esse hipotético entendimento como uma "gerigonça angolana".

A possibilidade de entendimento pós-eleitoral com o partido no poder em Angola também não é totalmente colocada de parte por Abel Chivukuvuku, cabeça-de-lista da CASA-CE e candidato à eleição, indireta, para Presidente da República de Angola.

"Com este MPLA não, tinha de ser um MPLA diferente", disse.

A CNE indicou que deverá anunciar nas próximas horas os resultados preliminares da votação de quarta-feira, as quartas eleições no país e segundas gerais.

Conosaba/Lusa

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

«FOTOS DE JOMAV» CERIMÓNIA DE DESPEDIDA DOS PEREGRINOS GUINEENSE À MECA



"Hajj" é o nome da peregrinação que milhares de muçulmanos fazem todos os anos até a Cidade Santa de Meca, na Arabia Saudita.

Este ano a Guiné-Bissau vai levar cerca de 510 peregrinos. 
Desejo a todos os peregrinos a nível mundial um bom "Hajj" e em especial aos nossos peregrinos. 

Aproveito para agradecer toda a equipa do Comissariado pelo trabalho realizado.
















ÉDER: "ESTOU MUITO CONTENTE POR FAZER PARTE DO LOKOMOTIV"


O internacional português Éder foi hoje oficializado como jogador do Lokomotiv Moscovo, num negócio em que o futebolista chega por empréstimo dos franceses do Lille, até final da época.


"O avançado da seleção nacional de Portugal Éder muda-se para o Lokomotiv por empréstimo até final da época, com direito de compra. Na nossa equipa, Éder vestirá a camisola número 24", refere o clube russo.



O acordo foi alcançado em Roma, onde o jogador realizou e passou os testes médicos.


"Estou muito contente por fazer parte do Lokomotiv. Nos últimos dias foi a correr, ansioso pelo momento, e na terça-feira tudo ficou decidido", disse o jogador, autor do golo que deu o título Europeu a Portugal.

Éder disse ainda que tentará corresponder às expectativas dos adeptos, não só da Rússia, mas também de Portugal, e assinalou já ter falado com o médio português Manuel Fernandes, que joga no conjunto russo.

"O 'Manu' [Manuel Fernandes] disse-me que o Lokomotiv joga sempre para vencer, que a equipa gosta da criatividade e de atacar. Estas ideias cativaram-me e sei que o 'Manu' é um grande maestro", acrescentou o avançado.

O futebolista foi decisivo no inédito título europeu de Portugal, ao marcar já no prolongamento o golo da vitória diante da França (1-0), no Euro2016.

Na última temporada, apesar do campeonato mais irregular do Lille, Éder esteve em 37 jogos e marcou sete golos, mas não foi opção de Fernando Santos nos convocados para a Taça das Confederações.

Conosaba/noticiasaominuto

ENCERRADO PROCESSO DE VOTAÇÃO DAS ELEIÇÕES GERAIS ANGOLANAS -- CNE



O processo de votação para as eleições gerais angolanas encerrou às 18:00 de hoje (mesma hora em Lisboa), informou à agência Lusa, a porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira.

Segundo Júlia Ferreira, o horário de votação decorreu das 07:00, o início, e fecho às 18:00.

"Todos os eleitores que estiverem já dentro da assembleia de voto, às 18:00, exercem o seu direito de voto, todos esses são atendidos. Os que chegarem depois desta hora é que não podem votar", explicou Júlia Ferreira.

Questionada, se mesmo naquelas zonas onde se registou algum atraso para a abertura das assembleias de voto, devido a questões de logísticas, o prazo poderá ser estendido, Júlia Ferreira rejeitou essa hipótese.

"Penso que se isso aconteceu foi uma diferença mínima de dez a quinze minutos, portanto, aqui não faz diferença, o que interessa é que os eleitores estejam dentro da assembleia de voto", frisou.

No balanço provisório, das primeiras horas do processo de votação, o presidente da CNE, André da Silva Neto, referiu "pequenas falhas" registadas ao início, com o atraso na abertura das assembleias de voto, sobretudo em zonas de difícil acesso, nomeadamente a avaria de helicópteros.

Conosaba/usa

EUA AFIRMAM QUE IMPASSE POLÍTICO NA GUINÉ-BISSAU DEVE SER RESOLVIDO PELOS GUINEENSES



O novo embaixador dos Estados Unidos para a Guiné-Bissau, Tulinabo Mushingi, disse hoje que o 'status quo' é "simplesmente inaceitável", referindo-se ao impasse político no país e defendeu que o assunto deve ser resolvido pelos guineenses.

"Ouvi dizer que a Guiné-Bissau se encontra num impasse devido à situação política. Sendo assim, o 'status quo' é simplesmente inaceitável, todos nós, todos vós, todo o povo da Guiné-Bissau, todos os atores devem fazer alguma coisa para sair desta situação", afirmou o embaixador dos Estados Unidos, que está baseado no Senegal, num encontro com os jornalistas.

Para Tulinabo Mushingi, os "atuais líderes devem tomar prontamente medidas que promovam o consenso e permitam a criação de um Governo inclusivo".

"Líderes políticos de todas as alas devem priorizar os interesses nacionais e encontrar uma solução para a crise atual", afirmou.

Questionado sobre se os EUA já não defendem a aplicação do Acordo de Conacri para ultrapassar o impasse político no país, o embaixador disse que isso "não é segredo".

"O que estou a dizer é que há um impasse político. E os guineenses é que devem decidir o que vão fazer. Não cabe aos EUA impor um acordo aqui. É para os guineenses decidirem", afirmou.

Em junho, a embaixadora interina dos EUA Martina Boustani defendeu que os acordos de Bissau e de Conacri "representam a melhor forma para a saída do impasse político do país".

"Vimos que o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) já iniciou o processo de reintegração dos 15 dissidentes, uma das cláusulas do Acordo de Conacri. Aguardamos a nomeação de um primeiro-ministro de consenso pelo Presidente Vaz (José Mário Vaz), seguido de um Governo inclusivo", afirmou.

A embaixadora interina sublinhou também que todas as partes podem contar com o apoio dos Estados Unidos "através das Nações Unidas e da CEDEAO, na medida em que implementem aqueles acordos".

O novo embaixador dos Estados Unidos, que esteve até agora no Burkina-Faso, entregou hoje as cartas credenciais ao Presidente da Guiné-Bissau.

O Acordo de Conacri, patrocinado CEDEAO, prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

Conosaba/Lusa

ENTREGA DAS CARTAS CREDENCIAIS, DOS NOVOS EMBAIXADORES ACREDITADOS NA GUINÉ-BISSAU


- Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Japão;



- Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário dos Estados Unidos da América.









PADRE CONGO DUVIDA QUE ELEIÇÕES TRAGAM MUDANÇAS A ANGOLA

Padre Casimiro Congo


Líder religioso e activista critica também a oposição

O padre Jorge Casimiro Congo, uma das figuras incontornáveis da autodeterminação de Cabinda, não acredita em mudança significativa das políticas de Luanda em relação a Cabinda após as eleições.

O líder religioso espera, contudo, que o vencedor das eleições gerais de quarta-feira 23 de Agosto, trate os cabindas com dignidade e permita ao povo exprimir-se com O líder religioso espera, contudo, que o vencedor das eleições gerais de quarta-feira 23 de Agosto, trate os cabindas com dignidade e permita ao povo exprimir-se com liberdade.

O padre Congo afirma esperar que as eleições possam servir para o povo de Cabinda poder exprimir-se, pois “desde a independência que o nosso povo não tem história”, não tem possibilidade de “sermos actores da nossa própria construção”.

“Se estas eleições vêm para dar um outro ar à nossa existência, quero agradecer a Deus”, sublinha.

“Estamos fartos de sermos tratados como nos tratam”, afirma Congo, lembrando ainda que os cabinda não podem continuar a aceitar “o tipo de políticas seguidas até agora”.

“Estou disposto a dialogar com todos mas não estou disposto a ceder, não vou ceder, não vou ceder”, assegura Jorge Congo que também teceu críticas à oposição angolana por abandonar os cabindas depois das eleições.

“Eu pessoalmente não acredito em nenhum partido angolano, mas quero acreditar na boa vontade das pessoas", concluiu o conhecido padre Congo.

Conosaba/Voa








«ELEIÇÕES GERAIS EM ANGOLA» JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS VOTOU PELAS 08:30


O Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, votou hoje em Luanda, cerca das 08:30, nas segundas eleições gerais do país, pela última vez enquanto chefe de Estado, função que ocupa desde 1979.

Perante um forte aparato de segurança e mediático, com dezenas de jornalistas nacionais e estrangeiros, José Eduardo dos Santos, que completa este mês 75 anos, votou, juntamente com a mulher, Ana Paula dos Santos, na escola primária de São José de Clunny, centro de Luanda, onde funciona a Assembleia de Voto n.º 1047.

No final da votação, José Eduardo dos Santos cumprimentou os observadores internacionais convidados presentes no local, que estão a acompanhar o processo eleitoral angolano, casos dos antigos presidentes de Timor-Leste, José Ramos Horta, e de Moçambique, Joaquim Chissano, e o ex-primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves, entre outros.

Conosaba/Lusa

terça-feira, 22 de agosto de 2017

«ESTE SÁBADO, 26 DE AGOSTO...TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR AO PORTO» FINALMENTE, ENG. NUNO GOMES NABIAM VAI SE ENCONTRAR COM A COMUNIDADE


Endereço do auditório onde decorrerá reunião: Seminário Cristo Rei Rua Visconde das Devesas Número 684, 4400-338 Vila Nova de Gaia


Referências: Hotel Holiday Inn porto Gaia Jardim Soares dos Reis

COMUNIDADE GUINEENSES E AMIGOS DA GUINÉ-BISSAU RESIDENTES NA CIDADE INVICTA E ARREDORES

NO DIA 26 BDE AGOSTO PELAS 14.00 NO AUDITÓRIO DO SEMINÁRIO CRISTO REI
SITUADO NA RUA VISCONDE DAS DEVESAS Nº 684  EM VILA NOVA DE GAIA(perto do Hotel Holiday Inn e jardim Soares dos Reis)

VAMOS TER OPORTUNIDADE DE DEBATER SITUAÇÃO ATUAL DA GUINÉ-BISSAU COM O PRESIDENTE DO PARTIDO APU-PDGB             (ASSEMBLEIA DO POVO UNIDO – PARTIDO DEMOCRÁTICO DA GUINÉ-BISSAU –APU-PDGB) QUE CONCORREU SEGUNDA VOLTA COM O ATUAL PRESIDENTE.

VAMOS OUVI-LO, VAMOS INTERPELÁ-LO SOBRE À SITUAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU.
GUINÉ-BISSAU É CASA DE TODOS E CADA UM DOS GUINEENSES, TEMOS DIREITOS DE PARTICIPAR NA CONSTRUÇÃO E CRIAÇÃO DE ALICERCE PARA PROPORCIPNAR O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS.

TEMOS QUE LUTAR PARA UM FUTURO MELHOR PARA TODOS OS GUINEENSES.TEMOS QUE DIZER STOP E
·      BASTA DE CORRUPÇÃO
·      BASTA DE NEPOTISMO
·      BASTA DI NHA BOCA CASTA NA POLÍTICA

VIVA ENGENHEIRO NUNO NABIAM, HOMEM COM CAPACIDADE E CARATER PARA UNIR TODOS OS GUINEENSES E PROPORCIONAR UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO ALICERÇADO NOS VETORES SAÚDE, EDUCAÇÃO, AGRICULTURA E INFRAESTRUTURAÇÃO DO PAÍS.


Direcção do Partido no Porto

PR DA GUINÉ-BISSAU AJUDA AO CRESCIMENTO AGRÍCOLA DO PAÍS COM PROJECTO "MÃO NA LAMA"


 O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, deixou por uns dias o Palácio da Presidência para meter a "Mão na Lama" e ajudar a população de Calequisse, no setor de Canchungo, região de Cacheu, a aumentar a produção agrícola.



Vestido com calças de ganga, botins, t-shirt vermelha da seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau e um chapéu de palha, o Presidente guineense é apenas mais um agricultor entre várias dezenas e no meio do campo só é possível de detetar através de alguns seguranças que o rodeiam.

No meio dos mais 150 hectares de terreno preparados para receber na sua maioria arroz, mas também tubérculos, o chefe de Estado guineense trabalha lado a lado com a população para "resolver o problema da autossuficiência alimentar, sobretudo a nível do arroz", afirmou em declarações aos jornalistas.

Na segunda-feira, foi dia de fazer a monda e arrancar as ervas que fazem mal ao arroz e não o deixam crescer. Alinhadas, dezenas de mulheres limpam o terreno, enquanto outros tantos homens tratam dos canais, que devem estar limpos e sem obstáculos para irrigar as plantações.

"O país gasta anualmente entre 45 a 50 milhões de dólares por ano e eu acho que esse dinheiro é muito dinheiro para o país, que podia perfeitamente resolver esse problema sem estar constantemente a importar o produto básico da alimentação do povo da Guiné-Bissau, que é o arroz", explicou.

Para José Mário Vaz, a agricultura deve ser utilizada para aumentar a produção de arroz, mas também para "relançar a economia, criar emprego e manter a população nas suas aldeias e nas suas zonas".

"A nossa determinação é mostrar que estamos verdadeiramente a meter a mão na lama", salientou.

A zona de Calequisse é o berço do projeto "Mão na Lama" e inclui 155 hectares de terreno, 50 dos quais já plantados com arroz.

"Aqui estamos com uma média de 4 a 5 toneladas por hectare e estamos a tentar fazer duas colheitas por ano e vamos criar as condições para começarmos a lavrar durante a época seca", explicou o Presidente.

Mas, Jomav (como é conhecido na Guiné-Bissau) tem uma ambição maior, que é reproduzir o projeto em 39 setores do país.

Para isso conta com a ajuda do Fundo da Arábia Saudita e também com 116 régulos guineenses, que segunda-feira foram conhecer o projeto.

Cada guineense consome cerca de 130 quilogramas de arroz por ano, o que significa um consumo anual total de 200.000 toneladas.

A Guiné-Bissau produz apenas cerca de 100.000 toneladas de arroz.

Conosaba/Lusa










segunda-feira, 21 de agosto de 2017

SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU É "COMPLICADA" ,, SECRETÁRIA EXECUTIVA DA CPLP


A situação na Guiné-Bissau é "complicada", pois "continuam a persistir o extremar de posições entre as partes envolvidas", considerou hoje em São Tomé a secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira.


"A situação é complicada. Continuam e persistir um extremar de posições entre as partes envolvidas, mesmo apesar de uma tentativa de mediação que foi adotada bastante recente de um grupo de senhoras que pretende dar um contributo para ver se consegue encontrar uma plataforma de entendimento entre os diferentes atores", disse Maria do Carmo Silveira.

A secretária executiva da CPLP, que iniciou hoje uma visita de três dias a São Tomé e Príncipe, lembrou a sua recente deslocação a Bissau onde constatou que "as posições estão muito extremadas".

"Todos reconhecem que é necessário dialogar mas muito pouco é feito em termos de iniciativas concretas no sentido de se encontrar uma plataforma para esse diálogo", salientou.

Na sua primeira visita a São Tomé e Príncipe, depois de empossada no cargo, Maria do Carmo Silveira teve hoje um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho, e inaugurou no Centro Cultural do Brasil uma exposição denominada "Futuro Aposta na CPLP".

Maria do Carmo Silveira, que falava aos jornalistas no final do encontro com o chefe da diplomacia são-tomense, sublinhou que "o Acordo de Conacri tem sido bastante deficiente" e a sua implementação "continua a suscitar problemas".

O Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, entre outros pontos.

O atual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.

A secretária executiva da CPLP referiu que a CPLP entende que o conflito político em Bissau é "um problema político interno", reconhece que "em democracia é normal que haja divergências politicas, porque unanimismo não é bom", mas que o importante é que "as soluções para os conflitos, para as divergências políticas sejam encontradas dentro do quadro constitucionalmente constituído".

Maria do Carmo Silveira lamenta que as "tentativas no terreno" para encontrar uma solução para o diferendo ainda não tenham "resultados muito positivos, porque o impasse continua".

"Continuamos a apelar às partes no sentido de cumprir os acordos estabelecidos e as recomendações das instituições internacionais como as Nações Unidas e o grupo do P5 (constituído por União Africana, ONU, CEDEAO, CPLP e UE).

Sobre Angola, disse que o desejo da sua organização "é que essas eleições possam decorrer dentro da normalidade, tranquilidade, que seja uma festa da democracia e que os angolanos possam eleger o seu representante".

Acredita que o ainda Presidente da República, José Eduardo dos Santos "foi um bom contributo para a democracia em Angola".

"Os angolanos vão escolher os novos representantes, o voto é que os próximos dirigentes de Angola deem sequência ao processo de desenvolvimento", disse Maria do Carmo Silveira.

A responsável da CPLP encontrou-se também hoje com o ministro das Finanças, Comércio e Economia Azul, Américo Ramos, com a ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz e com o ministro da Juventude e Desporto, Marcelino Sanches.






Conosaba/Lusa

«ENTREVISTA AO DSP»GUINÉ-BISSAU: IMPASSE POLÍTICO PERTO DO FIM?



Em entrevista exclusiva à DW África, líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, mostra otimismo sobre o fim do impasse político na Guiné-Bissau e reforça importância do Acordo de Conacri.

O impasse político na Guiné-Bissau poderá estar próximo do fim, abrindo portas para a convocação do povo guineense às urnas. É, pelo menos, o que transmite o otimismo de Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das últimas eleições legislativas, mas afastado do poder devido às divergências com o chefe do Estado guineense, José Mário Vaz

Em entrevista exclusiva à DW África, o primeiro-ministro destituído em 2015 por José Mário Vaz assegura que não parece haver outra alternativa ao Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e que prevê a formação de um Governo consensual integrado por todos os partidos representados no Parlamento. O acordo prevê ainda nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, além de outros pontos.

A proposta de realização de eleições, feita antes pelo PAIGC, continua válida, admite Simões Pereira, que veio a Lisboa de férias, mas também para relançar o seu programa académico, relacionado com uma tese de doutoramento na Universidade Católica sobre a construção de um Estado, com recurso ao caso da Guiné-Bissau.

Em declarações à DW, Domingos Simões Pereira frisou que a crise no país não teve como origem as relações pessoais e incompatibilidade entre ele e o atual Presidente, José Mário Vaz. Simões Pereira falou ainda sobre os indícios de uma solução aceitável perante a crise política e institucional na Guiné-Bissau.

DW África: Há indícios de que poderá haver uma solução aceitável perante a eternidade da crise política e institucional na Guiné-Bissau?

Domingos Simões Pereira: É difícil dizer com segurança, mas temos de acreditar. Penso que em Monróvia a 4 de junho de 2017 (ocasião da cimeira da CEDEAO) foi essa a promessa feita pelo senhor Presidente da República, que solicitou um período de 90 dias para encontrar uma solução. Estamos a menos de 30 dias da conclusão desse prazo e só podemos esperar que até lá aconteça algo.

DW África: O diálogo para uma solução negociada tem sido difícil. Existem iniciativas concretas para lá chegar?

DSP: Há alguns indicadores no sentido positivo. A iniciativa das mulheres no sentido de facilitar esse diálogo. O conjunto de pronunciamentos que têm acontecido. Há dias houve um pronunciamento do P5 (grupo de organismos internacionais constituído pela CEDEAO, União Africana, Nações Unidas, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - CPLP, e União Europeia). A clareza do posicionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de outros organismos internacionais que acompanham a Guiné-Bissau fazem acreditar que todos convergem e que não há outra solução senão voltar ao Acordo de Conacri.

DW África: Esta crise demonstrou que a Guiné-Bissau não foi capaz de respeitar a sua própria Constituição e as suas próprias leis?

DSP: Nós não fomos capazes de o fazer. Chegamos a um ponto de bloqueio das instituições e, portanto, a CEDEAO, em nome da comunidade internacional, favoreceu os diálogos de Conacri e é por isso que hoje todas as instituições - e nós próprios - exigimos a sua implementação porque, de facto, é o consenso. É um acordo ainda válido e não me parece haver alternativa a esse acordo.

DW África: Dois anos depois deste impasse, acredita que agora já estão criadas as condições para se virar a página?

DSP: Penso que os argumentos de um e de outrem foram apresentados. Grande parte da população guineense e da sua diáspora está esclarecida em relação à responsabilidade que incumbe a cada um dos atores desse processo. Hoje, é importante encontrarmos uma saída.

DW África: É um problema de cedência ou de flexibilidade das partes?

DSP: É um problema de respeito às leis. O exercício da democracia tem como principal pressuposto respeitar as leis. E, nesse exercício, muitas vezes somos confrontados com situações de menos conforto, e que não correspondem necessariamente à nossa expetativa e aos nossos interesses.

DW África: No entanto, esta crise criou muitos inconformados no seio da sociedade civil…

DSP: O debate que se tem gerado na sociedade civil guineense permitiu, a meu ver, uma tomada de consciência de que a democracia se faz com a participação popular. Uma participação não só consciente mas também comprometida. Se formos capazes – e eu acredito que seremos capazes – de ultrapassar esta crise, teremos uma Guiné-Bissau diferente. Um país em que o titular de cargo político saberá que está sob escrutínio, sob averiguação permanente. Nem se trata de uma opção, pelo contrário, é obrigado a prestar contas.

DW África: Não restam dúvidas de que os guineenses terão de suportar novas eleições, a serem convocadas pelo Presidente da República?

DSP: Em condições normais, nós devemos ter as próximas eleições legislativas em abril de 2018. Estamos em agosto de 2017. Portanto, a ideia da antecipação já não faz sentido, porque a própria Comissão de Eleições diz que se começassem a trabalhar hoje teriam que reforçar a sua equipa para realmente poder cumprir os prazos eleitorais. Não é uma questão de acelerar ou deixar de acelerar. É uma questão de evitar os desgastes de imagem e de recursos que o país está a ter. Temos um Governo que há quase um ano não presta contas à Assembleia Nacional Popular. Faz despesas, engaja o erário público e não consegue uma boa interlocução com a comunidade internacional, sobretudo com os seus parceiros. Portanto, isso é um desgaste bastante grave para o país. Algo que nos leva a manter insistentemente o nosso pedido, a nossa exortação ao senhor Presidente da República para parar este desgaste e esta "razia” que está a acontecer em relação à credibilidade do país.

DW África: As eleições só podem, então, ter lugar com o comprometimento da comunidade internacional?

DSP: Penso que por mais que se queira prolongar, a cada dia que passa, estamos mais próximos da convocação do povo guineense às urnas. E o que nós pedimos à comunidade internacional é que as condições sejam criadas e asseguradas para que esse exercício seja credível, transparente, e que seja a expressão da vontade popular.