quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

MINISTRO DA SAÚDE PÚBLICA ANUNCIA ADMISSÃO DE MAIS DE MIL TÉCNICOS DE SAÚDE EM 2023

O ministro da Saúde Pública, Dionísio Cumba, admitiu a possibilidade de o governo garantir, em 2023, após a aprovação do próximo Orçamento Geral do Estado, mil e trezentas vagas para o ingresso de técnicos do setor da saúde.

O ministro da Saúde Pública fez esse anuncio esta quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023, num encontro com a imprensa para anunciar a realização do Fórum Nacional sobre os Cuidados Primários de Saúde, que deverá decorrer de 6 a 8 de fevereiro, em Bissau, sob o lema “ unidos pela saúde e pelo bem-estar da população da Guiné-Bissau”.

Questionado sobre a situação dos técnicos de saúde colocados em 2021, o ministro da Saúde Pública reconheceu que o setor enfrenta uma crise de recursos humanos, mas assegurou que o governo está a trabalhar para colmatar o vazio deixado pelos técnicos, depois da medida do executivo que suspendeu a admissão de novos ingressos nos setores de saúde e educação.

“Estamos a trabalhar para cobrir esse défice com recursos humanos qualificados. É preciso que os técnicos de saúde que saem das universidades tenham um percurso formativo, que tem de ser acompanhado para que possam servir melhor o sistema”, disse.

Dionísio Cumba anunciou que, na sequência da nova dinâmica que o governo está a imprimir no setor, em dois dias o primeiro grupo de oito médicos, selecionados para fazer especialização nas áreas identificadas pelo governo como prioritárias, deixa o país para a Venezuela, no âmbito do acordo que o Presidente da República assinou, em novembro, com o governo venezuelano.

“Em setembro deste ano, o país enviará um grupo de 97 técnicos para prosseguir os seus estudos. Quanto aos novos ingressos, vamos tentar, com o próximo Orçamento Geral do Estado, garantir mil e trezentas vagas e continuar a trabalhar paralelamente na capacitação local de todos os técnicos, por ser mais útil”.

O governante admitiu que é possível especializar os técnicos nacionais cá, porque “a especialização é apenas uma questão de organização, aliás, as patologias estão na Guiné-Bissau. Quem faz especialização lá fora, fá-lo de forma verticalizada e às vezes não tem a visão global da patologia de um doente”.

O ministro da Saúde Pública alertou que o país deve começar a investir seriamente no setor de saúde, porque investir na saúde implica garantir saúde à população e contribuir na produtividade, tendo aconselhado as autoridades a elegerem a saúde como prioridade na sua política de governação.

Disse que a Guiné-Bissau não pode continuar a ter um sistema de saúde frágil e continuar a apostar definitivamente na evacuação de doentes, não obstante as tecnologias que existem hoje em dia.

“Não há necessidade de o país continuar a evacuar doentes para o exterior, porque a saúde é uma coisa soberana e porque também não é digno continuar a fazê-lo. Muitos doentes que são evacuados morrem isolados longe das suas famílias. É triste, sobretudo quando uma família, sem meios, tenta trazer o corpo de um familiar falecido no estrangeiro para as suas origens. Temos ainda uma situação de pessoas que recorrentemente saem da capital para uma região de um país para fazer exames de um diagnóstico banal. O setor de saúde deve merecer uma atenção especial das autoridades e o engajamento da nossa população”, criticou.

Dionísio Cumba disse que o país está numa dinâmica que deve ser aproveitada para mostrar a sua capacidade para inverter essa situação que o sistema nacional de saúde enfrenta, bem como a tendência de evacuar os pacientes à procura de cuidados médicos especializados noutros país, porque “o país tem condições para fazer isso com apoio dos parceiros , que têm acompanhado a Guiné-Bissau na execução de vários projetos no setor, apenas precisamos de uma orientação e coordenação eficazes para tornar robusto o nosso sistema sanitário e, consequentemente, atingir esses níveis “.

Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb.

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