sexta-feira, 4 de março de 2022

© Fornecido por Lusa Dinheiro de Guiné-Bissau
Bissau, 04 mar 2022 (Lusa) – A Guiné-Bissau teve um superavit no saldo da balança de pagamentos de 2020 devido ao aumento do dinheiro conseguido pelo país, anunciou o Ministério das Finanças.

Segundo o diretor-geral de Previsão e Estudos Económicos do Ministério das Finanças, o país tem uma balança de pagamentos de de 52,6 mil milhões de francos cfa (cerca de 80 milhões de euros) contra um défice de 15,3 mil milhões de francos cfa (cerca de 23 milhões de euros).

Os dados foram apresentados por António Yalá, diretor-geral de Previsão e Estudos Económicos, em representação do ministro das Finanças, João Fadiá, no âmbito de uma jornada promovida pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) para divulgação das contas externas da Guiné-Bissau referente a 2020.

De acordo com Yalá, que se baseou num documento elaborado pelo BCEAO, o superavit registado deve-se, em parte, ao aumento do dinheiro conseguido pelo país, em decorrência de emissões de Títulos do Tesouro no mercado regional “para fazer face à crise sanitária da covid-19”, mas também, disse, “pelos desembolsos recebidos, a título de empréstimo, para financiar projetos públicos”.

O responsável do Ministério das Finanças guineense afirmou ainda que os indicadores referem que a reserva cambial anual do país cobre, em média, 72% das necessidades em termos de importações e serviços.

Contudo, António Yalá observou que o país deve empenhar-se no sentido de promover a diversificação da economia, com “apostas claras” nos setores da agricultura, agroindústria, pesca, turismo e minas, fugindo da tendência de basear-se num único produto de exportação, a castanha do caju, disse.

“Nota-se que, nos últimos três anos, a nossa conta de transações corrente apresenta uma situação deficitária em consequência da forte deterioração da balança de serviços e do aumento mais acentuado das importações em relação às exportações", sublinhou o diretor-geral da Previsão e Estudos Económicos do Ministério das Finanças.

António Yalá antevê que a economia guineense mantenha um “ritmo moderado” de crescimento na ordem dos 4% em 2022, 2023 e “até” 2024, após os sinais de retoma registados em 2021, com uma taxa de crescimento de 6,3%, contra 1,5% de 2020, notou.

Yalá afirmou que toda a oscilação registada na economia guineense se ficou a dever-se, em grande medida, com os abalos que a economia global sofreu com a pandemia da covid-19, mas também em consequência da queda do preço da castanha do caju, principal produto de exportação do país, disse.

O responsável defendeu que a Guiné-Bissau deve prosseguir com as reformas das Finanças Públicas, acentuar a racionalização das despesas públicas e visar a melhoria dos serviços públicos, nomeadamente ao nível da saúde e educação.

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