sexta-feira, 4 de março de 2022

Balança de 2020: BCEAO REALÇA REMESSAS DE EMIGRANTES ESTIMADAS EM MAIS DE CINQUENTA BILIÕES DE FRANCOS CFA

A Direção Nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) revelou que as remessas de emigrantes para a Guiné-Bissau, durante o ano 2020, situou-se em 53 mil milhões de Francos CFA, tendo sublinhado que foi o ano em o país registou muitos apoios de parceiros do desenvolvimento e essas transferências contribuíram para o saldo global excedentário.

A informação foi tornada pública esta quinta-feira, 03 de março de 2022, pela diretora nacional do BCEAO, Helena Nosoline Embaló, durante a divulgação de contas externas da Guiné-Bissau referentes ao ano 2020, numa das unidades hoteleiras de Bissau.

Embaló explicou que a balança de pagamentos de 2020 foi positiva, porque consolidou as reservas cambiais, acrescentando que, no concernente às fragilidades na balança de transações correntes, registou-se um forte impacto nas exportações, “por causa da pandemia do novo coronavírus e da diminuição da procura externa do preço da castanha de caju e da redução produção interna, e da exportaçao”.

Relativamente à inflação, Helena Nosolini Embaló disse que neste momento os preços estão a subir, de acordo com os dados mais recentes, a Guiné-Bissau está a atingir 3,2%.
Essa situação tem a ver com as rubricas que estao a ter mais impacto na subida dos preços. Tudo o que diz respeito aos produtos alimentares que nós importamos para consumo, nomeadamente: o arroz e açúcar que està a influenciar o aumento da inflação, como também a carne. Espero que o governo, através do ministério do comércio, tome certas medidas para evitar que alguns bens aumentem muito mais”, exortou a diretora do banco central.

Assegurou que houve acontecimentos geopolíticos que tiveram muita influência entre os quais, a guerra comercial entre Estados Unidos e a China, como também o problema entre a Rússia e a Ucrânia, que são grandes exportadores de cereais.

Recomendou ao Estado guineense a ser mais ambicioso, porque o país não pode se contentar apenas em exportar a castanha de caju. Enfatizou a necessidade de uma política de exportar o produto transformado que teria muito mais vantagens e efeitos positivos para o país.

“O país não é só vulnerável por exportar apenas um produto que é a castanha de caju, mas também é exportado para uma única região que é a Índia, Paquistão e Vietnam” criticou, aconselhando que é preciso diversificar o potencial agrícola, mineiro e pesqueiro nacional.

Em representação do Ministro das Finanças, Danso António Yalá, assegurou que, na base dos resultados apresentados, o saldo global da balança do pagamento apresentou um superável de 52,6 mil milhões de Francos CFA em 2020, contra um défice de 15,3 mil milhões de FCFA, registado no ano 2019 em consequência de forte aumento de entradas líquidas do Estado na conta financeira na ordem de 71,5 mil milhões de Franco CFA.

Yalá informou que aquele valor na conta financeira é o resultado em parte das emissões de títulos no mercado regional para fazer face à crise sanitária de Covid-19, bem como os desembolsos recebidos, a título de empréstimo, para financiar projetos públicos. Adiantou que a conta corrente diminuiu, em 2020, situando-se em 22,3 mil milhões de Francos CFA contra 74 mil milhões FCFA registados em 2019.

Explicou que, nos três anos anteriores, a conta de transações correntes do país apresentou uma situação deficitária em consequência da forte deterioração da balança dos serviços e do aumento acentuado das importações em relação às exportações.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb

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