Por: mago yanick aerton
A recomendação/ultimato da CEDEAO, 7 de Fevereiro de 2020,
foi cumprida, porque a Acta do Apuramento Nacional dos
resultados definitivos da segunda volta das eleições presidenciais de 29
de Dezembro de 2019 já foi elaborada, assinada pelos representantes dos dois
candidatos, testemunhada pelos representação da organização regional e
finalmente enviada aos órgãos de soberania.
A campanha terminou e as
eleições já pertencem ao passado, porque o órgão competente para a gestão
eleitoral, a Comissão Nacional de Eleições, já declarou como vencedor o General
Umaro
Sissoco Embalo. No meu entender, e como alguém que esteve activamente
implicado no processo, já devíamos estar a preparar a posse do
presidente-eleito, porque os desafios que nos esperam são enormes e somos
poucos demograficamente para os enfrentar.
A nossa jovem democracia
viu-se reforçada com esse vaivém, e isso devia ser motivo de orgulho para os Guineenses,
porque o nosso povo deu mostras de maturidade, patriotismo, civismo e de
entrega à causa nacional.
Que alguém me indique um
único país africano onde durante as campanhas eleitorais não se registaram
vítimas mortais, ou situações graves de violações de direitos humanos? Na Guiné-Bissau,
desde a abertura democrática em 1994 até a data não se registaram
nenhuns actos dessa natureza. Se os políticos não o merecem, ao povo da Guiné-Bissau
devia por isso ser atribuído o Prémio Nobel de Paz-
Daí, que devíamos
conformar-nos com a realidade dos factos e concentrar todas as nossas energias
para construir a Guiné-Bissau, que precisa de todos os seus filhos, os que estão
no pais e os da diáspora. Quem pensa que só nos ombros do presidente-eleito é
que pendem as responsabilidades de prosseguir essa obra, estão enganados,
porque o próprio candidato derrotado, Domingos Simões Pereira terá a sua
quota-parte, porquanto deverá convencer de que, com ele o pais estaria entregue
em melhores mãos. Isso passaria fundamentalmente pela sua colaboração sincera
com o presidente-eleito, com quem sempre manteve relações cordiais de grande
amizade e de fraternidade.
Faz lembrar as relações
entre o Presidente Alassane Ouattara e o ex-presidente Henri Konan Debie, a quem
o ADO nunca chamava pelo nome, mas carinhosamente por “Mon ainé”. E, de facto, o
Domingos Simões Pereira e o ainé (ermon garandi) do Umaro
Sissoco Embalo, presidente-eleito, que tem uma grande consideração pelo
presidente do PAIGC, não fosse os homens da sua entourage que estão a
conduzi-lo para um caminho que ninguém desejava ver este jovem quadro
enveredar.
A Guiné-Bissau está a
espera do presidente-eleito, que tem um período de graça muito curto, porque o
povo está com fome de ver o país reencontrar o rumo que lhe tinha sido dado nos
primeiros anos da independência pelo falecido Presidente Luís Cabral, a quem
rendemos, com todo o mérito, uma vibrante homenagem. O rumo do desenvolvimento.
Essa turbulência, ainda que
estranha para muitos, é a manifestação da vitalidade e dinâmica da nossa jovem
democracia, que está a servir de exemplo para muitos países africanos e não só.
O
Domingos Simões Pereira é nosso irmão e estou convencido que ele vai-se
render à evidencia porque ainda é novo e pode aspirar a muito mais.
O Guterres não foi
presidente de Portugal, mas hoje é o Secretário-geral da ONU, posto a que
chegou, além de mérito pessoal, porque teve o incondicional apoio do um poder
que até não era da sua côr partidária.
Quem sabe se o General Umaro
Sissoco Embalo irá propor um dia o Engª. Domingos Simões Pereira
para outro cargo internacional que requeira o apoio do Chefe de Estado? O
Domingos já teve a experiência da CPLP e estaria em melhores condições para
concorrer a qualquer posto e ser apoiado do que trazer um noviço.
O mesmo se pode falar de
muitos dos nossos cidadãos que tiveram a oportunidade de exercer altos cargos
de responsabilidade ao nível internacional (Magda Robalo, Paulo Gomes, Carlos Lopes,
Huco Monteiro, Júlio Balde, Isaac Monteiro, Maria do Céu Monteiro, Nharebat
Ntchasso, etc.). São todos Guineenses e excelentes quadros que nos
representaram com muita dignidade lá fora.
Por isso, a hora é de
reforço da nossa Guinendadi e de muita ambição para fazermos descolar o país
uma vez para sempre. Mas atenção, e isso vai para o presidente-eleito, apesar
dos apoios que recebe de vários quadrantes, esta alternância não deve contar a
não ser assessoriamente) com aqueles eternos oportunistas que se serviram do
país ao longo dos anos, e que nunca o serviram efectivamente. Aqueles que se
aproveitaram da impunidade reinante, roubaram e se tornaram hoje ricos, de um
dia para o outro, sem serem incomodados. Ou aqueles que se consideram
ministeriáveis at aternum. Nna odja Elis, ali
ena djumpuni. É sta na tudu partidos cu movimentos. Djopoti ca tem, pá peteli udju.
Muitos desses abutres
estão à espera de recompensa, mas nós vamos ser muito implacáveis, porque se
integraram qualquer executivo serão denunciados publicamente, pabia
nin ladrons di arus ou seja la o que for, ou di serpente cu ta nguli
dinheiro cana parsi mas no dianti.
Que os Messis
e os Ronaldos,
eternos jogadores, descalcem as suas botas, porque nada mais tem a dar ao país,
sica pa bai furta.
Nisso, o presidente-eleito tem que ser firme
para continuar a merecer a nossa confiança, a confiança da juventude, sobretudo
da juventude “Buruntuma”, anós ke fala noca panha pe.
We together!
Li Ki li!
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