segunda-feira, 6 de março de 2017

«OPINIÃO» "RETRATO DE UMA VIAGEM, DEPOIS 40 ANOS AO PAIS QUE ME VIU A NASCER " - JUSTINO SANCHES CORREIA


Aos 40 anos, não fui a minha terra Guiné-Bissau, decidi quebrar o jejum, fui, tive no meu país a partir de março a maio/2016, após (dois meses e 14 dias), regressei à Portugal.

Fiquei com profunda tristeza e mágoa, vi o meu país, custava-me, acreditar, outrora Bissau à (Guiné-Bissau); nos tempos idos, no estado lastimável e caótico, está completamente destruído. Não existiram comparações possíveis. Em relações aos outros países africanos, quanto mais numa aldeia da Europa. O centro de decisões de um país que é capital de um estado, nada funcionam, clientelismo impera, têm raízes bastante profunda, para inverter esta pirâmide, têm de contar com todas as forças “telúricas” do País dos filhos da nação guineense quer na diáspora e quer internamente e sem exclusão. À Guiné-Bissau deu um passo à retaguarda a 70 anos, neste caso concreto, passa de um estado para um estado formal. Vão sendo difícil apanhar o comboio de desenvolvimento se continuarem nestas quezílias.

O Estado está ausente em todo o território nacional, as nossas populações não sentiram ancoradas e protegidas como um estado de direito se tratasse e mesmo na diáspora. As simetrias são profundas, inexistente a coabitação.

Os políticos são os abutres devoram na sua passagem, delapidam o erário público não são chamados a responsabilidades da sua má gestão da coisa pública. (Guerrilha frenética sem respeito pela instituição sem código de conduta na Assembleia Nacional Popular). Que tenham vergonhas!... Basta!
O Presidente da República abandona à presidência da República sexta-feira, destino a sua tabanka (Calequisse) e, só voltará ás 11h30, de segunda-feira com todo o aparato de segurança, começou desde a ponte de João Landim, em cada 1 km, estiveram dois militares à sua guarda na estrada e vice-versa até entrada à Canchungo.

Quem pagam estes homens (militares) segurança do PR?!.... Nas suas (…).
Presenciei, o regresso dele a Bissau, nós estivemos de viagem de visita  em alguns familiares em Canchungo, perguntei a pessoa que me acompanhou no carro dele, porque estiveram militares na estrada?!... Dizia-me, laconicamente, estiveram a guardar a passagem do Presidente, Zeca- JOMAV, daqui menos de meia hora estarão por aí a passar. Dito e feito! Sentimo-nos o barulho do carro, finalmente, eram eles. Dizia-lhe, metes o carro na berma da estrada e saímo-nos no interior da viatura e aguardamos a passagem deles se não, poderiam disparar contra nós. Dizia-me, era verdade!

Eles vinham com uma velocidade estonteante, três carros de combate à frente com o armamento de guerra de diversos tipos o Presidente Zeca-JOMAV no meio e outras três viaturas atrás, com fortes dispositivos militares (seguranças) do PR, armas em riste, pronto a dispararem em qualquer momento como se, no teatro de guerra se tratasse. Este aparato não justifica toda esta encenação de regresso de fim de semana à Bissau.

Diz o meu companheiro de viagem, sendo assim, qualquer dia irão ter o acidente, o moral da conversa (estória) na semana seguinte houve acidente uma das viaturas capotou, haviam vários feridos e corpos espalhados no chão, foram seguranças do PR Zeca-JOMAV. Foi à entrada do aeroporto na rotunda Amílcar Cabral. (O povo já se esqueceu do episódio).

A moralidade do Presidente, após ter conhecimento dos factos, foi ao hospital como é óbvio, visitou os sinistrados, prometendo os familiares das vítimas 100,000,00 Cfas (cem mil francos cefas), correspondendo € 160,00 (cento e sessenta euros). É ridículo!... A parcimónia… tantos sofrimentos, etc.

Tratou-se de um desnorte do CHEFE DE ESTADO, não está em altura da assunção da sua responsabilidade em todo o domínio, já se notou a sua debilidade, incapacidade de relacionamentos quer internamente com o executivo sufragado no pleito eleitoral/2014, e quer a nível internacional, com sociedade civil, forças religiosas e os anciões da nossa terra não surtiram efeitos desejados. Fazia-se bem; abdicar do seu mandato o povo lhe agradeceria publicamente. É claro o seu gesto, não se esperava outra coisa, se não efetuou uma visita de cortesia ao hospital, devendo manter reserva moral, sem anunciar publicamente, deveria ser discreto na dadiva e o montante aos familiares acima mencionado, aquando da sua visita as forças de seguranças acamados no hospital. (Não ficou bem).

Os médicos da Guiné-Bissau, são iguais aos outros congéneres. Faltam-lhes ferramentas de trabalho, não existem condições no terreno para exercerem as suas funções para bem da nossa população. Carências de meios sem medicamentos, etc. Inexistência do estado, corrói a estrutura basilar no efetivo tratamento do nosso paciente.

A Guiné-Bissau não têm infraestruturas, inexistências de saneamento básico, falta de luz elétrica, água potável, etc., proliferam barracas sem arruamentos, existências de trilhos; terra batida, pô embrenham no nosso corpo, invadem os nossos pulmões (doença).

No mercado de Bandim, os vendedores ambulantes, sem promiscuidade, os
produtos são colocados ao relento a céu aberto, sem mínimas condições   higiénicas, ausência de fiscalização a quem de direito.  Mas parecem dito AUTORIDADE! Passam por lá, para sacarem multas, o que sacaram deles (dinheiro); direitinhos para os seus bolsos. Estes impostos deveriam entrar no cofre de estado. Se haviam estruturas a funcionar, mas com outro sistema (estruturação do mercado).

Na administração pública o sistema está viciado, sem controle, e nem respeito pelas regras as pessoas na fila a aguardaram a sua vez; chega um conhecido de algum ministeriável, tem permissão e a carta branca para tudo. Os documentos são emitidos sem controle de hierarquia não são registados nos livros como fizeram no passado. Os documentos emitidos são assinados pelos diretores de departamento ou pela chefia, sem mínimo cuidado de lerem, veem com erros de “tamanho de um prédio e cada cavacada uma minhocada”.

A ATENÇÃO!
Que tenham cuidados!... As próximas eleições presidenciais e as legislativas convinham, escortinarem bem os candidatos com os perfis adequados, posturas as suas idoneidades políticas e a imparcialidade. Passarem lhes em diversos crivos de seleção, na escolha dos candidatos, nomeadamente: do Presidente da República e de Chefe do governo (executivo).

Esta é minha pequena contribuição para não deixarem que a culpa morra solteira, alguém tem que ser responsabilizada destes fracassos de insucesso governativo.

À contribuição que a comunidade internacional disponibilizou para realizações de eleições/2014, foram uma miragem, sem essência dos partidos políticos da Guiné-Bissau.

26/02/2017 
                                                    
 Por:  JUSTINO SANCHES CORREIA

                      ( Basy)                                  

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