"Há que encontrar engenharias financeiras para que possamos pagar os salários, o que tem vindo a acontecer com regularidade porque felizmente estamos no período da campanha de caju", referiu o governante.
O governo empossado no início do mês queixa-se de ter encontrado um buraco nas contas públicas, mas garante que atualmente existe liquidez de tesouraria.
A campanha que inclui a colheita e tratamento de caju, que decorre de abril a setembro de cada ano, "é um período em que o país consegue angariar fundos através de exportações, através de operações de comercialização" do fruto seco, referiu.
São verbas avultadas que permitem "fazer face a essa exigência de pagamento de salários, que é uma coisa com a qual o Governo se comprometeu e que tudo fará para respeitar", garante o ministro.
Manter os salários em dia contribui para garantir paz social numa altura em que a Guiné-Bissau tem vivido instabilidade política, com quatro governos em onze meses.
A incerteza afastou as doações de vários parceiros internacionais e um resgate à banca, feito em 2015, travou o apoio financeiro do FMI - sendo que, no meio deste cenário, o Orçamento Geral do Estado para 2016 ainda não foi apresentado.
Apesar da turbulência política, os negócios avançam e camiões de grandes dimensões fazem fila diariamente em quase todas as avenidas da cidade, em direção ao porto, garantindo o escoamento do principal produto de exportação da Guiné-Bissau.
O país produz anualmente cerca de 200 mil toneladas de castanha de caju, segundo dados estatais, sendo que a maioria tem como destino o mercado indiano.
De acordo com os mesmos dados, quase 80% da população rural envolve-se na campanha e depende dela para adquirir o arroz que serve de base alimentar aos guineenses.
Depois de terminada a época de exportação, "a estratégia será outra" para alimentar os cofres do Estado, refere o ministro da Economia e Finanças.
Henrique Horta dos Santos tem esperança na reforma em curso "que prevê o alargamento da base tributária".
A missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou esta semana, em Bissau, par o facto de apenas um terço das empresas do país pagarem impostos.
"O Governo terá condições, em função do empenho dos parceiros e técnicos da área, nomeadamente impostos e alfândegas, para conseguir os fundos necessários e suficientes e fazer face ao pagamento de salários nos próximos tempos", concluiu o ministro da Economia e Finanças.
Lusa/Conosaba
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