Associação de Estudantes da
Guiné-Bissau no Porto apresentou um documentário sobre instrumento musical “Korá”
este sábado passado, 26 de Julho de 2014, no Seminário de Vilar (Pastoral
Universitária) Porto.
O Presidente da Associação de Estudantes no Porto, Quintino Conha N’saie deu boas vindas aos presentes e agradeceu a disponibilidade de todos. Pediu imensas desculpas aos presentes, porque apresentação que estava previsto iniciar 16 horas, só se iniciou as 17 horas por motivos da ordem técnica.
Motivo de orgulho de nações
que nasceram de tribos sem fronteiras existem discrepâncias sobre a origem
deste instrumento, com os diferentes países a reclamarem-no como seu. Mas é
durante o apogeu do Reino de Kaabú que muitas das lendas sobre a invenção do
korá se cruzam. E Kansala, a cidade berço deste imponente reino, localizava-se
numa área que atualmente pertence à Guiné-Bissau.
O korá é um instrumento de
cordas tradicional dos povos Mandingas da África Ocidental, tendo uma caixa-de-ressonância
feita de cabaça e suas cordas eram originalmente feitas de pele de antílope com
um braço que sustenta até 21 cordas, e nos certos casos mais. Símbolo da
sabedoria divina, cuja pureza ultrapassa e penetra quase tudo.
O documentário sobre
instrumento musical “korá” foi apresentado pelo próprio Actor, Jorge Carvalho.
Em poucas palavras contou como conheceu (através dum colega guineense com quem
trabalhou numa empresa) e teve contacto com instrumento que lhe fascinou muito
interesse e começou a pesquisar pelos canais próprios, até quando descobriu o
músico tradicional do instrumento “korá” o Braima Galissa, a viver em Lisboa. A
partir daí nunca mais parou! Realizou uma viagem a Guiné-Bissau (Gabú e
Kansala) com os seus próprios meios, (sem apoio financeiro de instituições) na
companhia do músico Braima Galissa para saber mais da origem instrumento “korá”.
Na vinda para Portugal ofereceram-lhe um instrumento “korá” que ele próprio viu
a fabricarem de raiz.
Habituaram-nos a ver fotos e
vídeos (guerras, lixos, crianças mal nutridas, palhotas etc. etc.) horríveis da
Guiné-Bissau, desta vez foi diferente! O vídeo da reportagem tem 70 minutos de
duração e foi elucidativo. Vi paisagens lindas da Guiné e boa gente
testemunhando em Crioulo e, em dialeto Mandinga sobre aparecimento e a criação
do instrumento “Kora”. Vale apena rever esta reportagem muitas vezes, se for
preciso, para matar saudades da terra! Todos presentes ficaram contentes e
agradeceram o trabalho feito pelo “Duo” Jorge Carvalho/Braima Galissa. O vídeo
continha (um acerto) de imagem na década de 60 dos antigos músicos tradicionais
de “Kora”: entre eles, estava o avô do Braima Galissa a tocar ao vivo o hino
Português de início ao fim. A custa disso, o avô do Braima Galissa foi
convidado a vir ‘especialmente’ a Metrópole pelo governo Português na década de
60! Todos presentes na sala ficaram perplexos a ver “a nossa gente” a tocarem
hino nacional português sem saber ler e escrever e nem tão pouco estudaram na
escola da música!
No fim da apresentação do
vídeo, debateu-se um pouco sobre o “DOCUMENTÁRIO"
Os presentes: agradeceram e
questionaram
Também teve presente
Historiador e Investigador Guineense, o Dr. Julião Soares Sousa em
representação (a pedido deste) do Cônsul Honorário da Guiné-Bissau no Porto. Em
poucas palavras falou da diversidade cultural rica que o nosso país tem! Agradeceu
a todos presentes e, em exclusivo enalteceu a presença do antigo amigo de
Coimbra Dr. Filomeno Pina. Por último, agradeceu e realçou o trabalho do Jorge
Carvalho e do Braima Galissá.
O Dr. Filomeno Pina, também
agradeceu bastante e enalteceu o bom trabalho feito por Jorge e Braima Galissa.
Fez lembrar do antigo músico tradicional de “Kora”, o falecido Queba Galissa
(irmão do Braima Galissa) com quem chegou de cantar (juntos) após independência
na Guiné-Bissau.
Galissá nasceu em Gabu, no
Leste da Guiné-Bissau, capital do antigo império de Gabú.
Galissá é o nome de uma
família de "djidius" (músicos hereditários) que tocam kora. O
instrumento entrou na vida do guineense aos cinco anos de idade.
Disse ele: "Aprendi a
tocar kora desde a minha infância no meio dos meus pais e da minha família.
Nasci no meio disso",
José Braima Galissá reivindicou
que a Kora foi criada em Gabu, na Guiné-Bissau, e "não no Mali ou no
Senegal" e defende uma nova abordagem do instrumento, hoje.
Também, Mamadú “Du”, Pate
Cabral Djob e o Engº. Eustácio Fonseca agradeceram e questionaram o trabalho do
Jorge Carvalho e Braima Galissa.
No fim de tudo, o Presidente
da Associação, Quintino Conha agradeceu a todos presentes e anunciou o espetáculo-Jantar
no “Café Kora” no Porto, onde iria atuar o músico Braima Galissá e o Zeca,
antigo músico da banda “Mama-Djombo”.
Assim aconteceu:
Pela noite fora!