Querer é poder! Queremos
um “árbitro-inteligente”
para merecer o prestígio, com toda a dignidade merecida de um
Presidente da República da Guiné-Bissau, como símbolo de unidade
nacional e do Povo Guineense!
Caros
compatriotas e amigos, creio convictamente que a um candidato à
Presidência da República, independentemente do apoio do seu Partido
para se candidatar ou se, como Independente avançar na sua
candidatura, existirá sempre motivação pessoal suprapartidária, e
em todos eles (partidários ou independentes). Reconheço porém um
estado de espirito para além da militância do individuo num Partido
político, i. é, por se tratar de uma Candidatura Presidencial.
Este estado
da motivação do candidato à Presidência da República,
manifesta-se em dois momentos ímpares, o antes e o depois da vitória
eleitoral. Altura para maior transparência desta mudança de
comportamento, é o primeiro discurso de vitória como Presidente
para todos.
O candidato
partidário, findo o escrutínio e como vitorioso, ganha coragem para
lançar a camisola do “partido” que representou durante a
campanha, para o chão.
Enquanto o
candidato Independente, desde o início até ao fim, assumido para
todos os Guineenses e sem apoios partidários, passa então
simplesmente a assumir o seu novo “papel”, em caso de vitória,
avançando com os ideais proclamados durante a campanha, só.
Enquanto um
Independente na campanha presidencial parte
de princípio ao fim desta acção, com um só rosto, postura e
convicção, mantendo os olhos no objectivo global/geral da sua
proposta para servir o seu Povo. Um candidato
partidário apresenta dois momentos destintos
(o antes e o depois). No primeiro, desfila para o voto partidário,
no segundo momento, se ganhar as eleições, começa por mudar o
discurso, redireccionando os conteúdos para todos, dizendo por
exemplo: “serei Presidente para todos os Guineenses” (que
remédio!), num discurso politicamente corecto.
O Povo, este
apanha sempre com o que lhe aparecer na frente, é como sempre, um
resistente nato, que cumpre com o seu dever cívico de ir votar.
A
diferença entre um candidato Independente de raiz e um candidato do
Partido, quando se ganha eleições presidenciais:
Enquanto o
candidato Independente
continuará a sê-lo após a vitória, desde o princípio
identificado como um líder para todos-igual, também quando ganha,
continuará o mesmo ideal como Presidente (teoricamente). Sem mudar
de cor da camisola! Com o mesmo ideal ou ideologia, desde o seu
arranque, percurso de campanha e a finalizar nas urnas.
O candidato
do Partido, este terá de mudar o discurso no
final da campanha, se a vitória lhe sorrir. Ele “transforma” a
própria imagem e a sua cor partidária, há um “divórcio”
espontâneo, e passa a defender uma postura nova, mas só depois de
garantir a vitória eleitoral, logo nos “minutos” seguintes, este
actor político assume no discurso vitorioso, ser um Presidente para
todos os guineenses.
São duas
realidades distintas que repetidas vezes nos espantam a serenidade
nas eleições presidenciais, o facto desta capacidade
teatral assumida nos vários palcos, pelos
actores políticos repetidas vezes, sem questionarmos a natureza
desta mudança de comportamento?
Os políticos
não são iguais, até porque diferem até no charme, nos rostos
(feios e bonitos), são “todos iguais, mas diferentes” nos
constructos pessoais, e posturas para todos os gostos. Hoje no
terreno já estão preparados para o arranque de campanha no tapete
vermelho. Seguir-se-á as curvas e contra curvas nas tabamkas do
interior do País, na tentativa de comunicar com realidades novas
indo à conquista de votos (e boa sorte a todos).
Ser
ou não ser candidato dum Partido político, nesta presente
conjuntura na Guiné-Bissau, eis a questão!
Quero aqui
deixar claro o que penso sobre esta matéria, no quadro das
candidaturas para chefe de Estado.
O Partido
dum candidato às Presidenciais, na minha leitura, deve ser sempre a
- Guiné-Bissau –
independentemente da sua militância ou tendência partidária.
“O
meu Partido é a Guiné-Bissau” ou,
uma “Guiné-Bissau-Positiva”,
fazem-me lembrar o autor destas duas máximas, o Fernando Casimiro
(Didinho). É verdade! Digo eu, há-que pensar a Guiné-Bissau com
humildade, procurar soluções com todos os interessados na matéria,
porque só assim nos aproximamos da luz real no fundo túnel,
acredite!
Sendo que
o mais importante aqui, é estar preparado para servir o País em
caso de vitória, do que ser candidato dum determinado Partido nas
Presidenciais, para concorrer a partir de orientações do seu
Partido, o que poderá dificultar uma mente aberta e absorvente, em
busca de soluções com isenção, mas realmente para todos.
Deve uma
candidatura reunir o sentido de responsabilidade moral, política e
social, inerente às funções do mais alto cargo da Magistratura do
País. Projectada numa Guiné-Bissau mais feliz, próspera, com maior
justiça social e igualdade entre os cidadãos Guineenses, dentro e
fora do território nacional.
Todos nós
sabemos em que ponto de situação crítica se encontra o nosso País,
política, económica, social e culturalmente. A palavra crise no
nosso País é familiar ao longo de muitos anos. Infelizmente que
dura há décadas, e tem vindo a piorar, o que todos nós também
lamentamos.
Qualquer um
sabe ler ou perceber, sentindo na pele a dificuldade que atravessa o
nosso País neste momento. Podíamos estar muito melhor, se
optássemos por políticas realistas e mais justas entre os cidadãos,
se unidos contra a corrupção, com certeza que em pouco tempo, o
nosso País se levantaria depressa do nível em que se encontra hoje.
Chegou
a hora de avançarmos para a mudança, queremos
um Presidente, que seja “árbitro-inteligente”,
com capacidades e experiência de campo em vários domínios das
matérias de desenvolvimento sustentável para o País.
Como
também, queremos
um primeiro-Ministro, que seja “treinador-inteligente”,
para gerir da melhor maneira o seu governo durante o seu mandato.
Queremos um
Presidente capaz de gerir influências no sentido de unir o Povo à
volta do progresso e desenvolvimento do País. Porque é hora de cada
um de nós se aproximar (do Continente à Diáspora) com aquilo que
souber fazer melhor, de ajudar a levantar o nosso País do chão.
Fazer marchar os melhores projectos para usufruto da Nação
Guineense. Sem exploração do homem pelo homem, na base do respeito
mútuo e da cidadania activa.
Todos
juntos, com cada um fazendo o que sabe melhor, a Terra arrancará
rumo ao progresso e bem-estar para o Povo Guineense.
Quando um
cidadão Guineense decide candidatar-se e apresenta a sua candidatura
ao Povo soberano, este merece a oportunidade de julgamento final nas
urnas se reunir condições, mas, nem todos estão convictos da
responsabilidade dum Presidente da Nação, penso.
Todos pensam
nos apoios que vão precisar, mas talvez poucos pensam se realmente
estão preparados para exercer o mais alto cargo da Magistratura da
Nação?
No terreno
os apoios diferem na qualidade e em quantidade, como se pode
constatar. Uns têm pouco, outros muito mais, há uma desigualdade de
condições. Será fácil notarmos quem tem melhores apoios
financeiros e materiais para a campanha eleitoral. Será ainda mais
fácil de compreender ou reconhecer, quem não tem dinheiro para
comprar os votos com prendas e falsas promessas.
Pedimos
consciência política, patriótica, social e cultural sobre os
valores materiais do nosso País. Um profundo respeito à dignidade
do Estado da República da Guiné-Bissau. São estes os aspectos
inegociáveis dum património cultural identitário da Nação
Guineense.
Convém
lembrar os candidatos que “quando a esmola é
muita, o pobre desconfia”. Refiro-me aos
apoios (material e financeiro) reunidos pelos candidatos
(presidenciais e legislativas), vindo dos quatro cantos do mundo para
esta campanha eleitoral!?
Já cheira a
muito dinheiro a circular para a campanha eleitoral, mas ninguém
sabe ou imagina de onde veio tudo, a não ser os próprios
candidatos. Desconfiamos, no entanto, de alguns Países como
“doadores” destes apoios, os mesmos velhos apaixonados ou
pretendentes desta “noiva” (a Guiné-Bissau), pelos seus belos
recursos/atributos em matéria-prima, tanto no mar como em terra,
linda de morrer como se constata e daí tanta cobiça, mas, estamos
atentos!
Há
que cuidar da nossa Mãe-Terra, não vender ou prometer a sua
riqueza, mas proteger os seus recursos com muito cuidado, das
“garras” das sociedades secretas, grupos financeiros anónimos,
grupos de influência financeira internacional no mundo económico e
outros! Evitar promessas a contar com os “ovos-de-ouro” duma
galinha que nunca ninguém viu, ok? Vamos ser realistas e
transparentes a “gerir” os patrimónios do País.
O Povo
quer transparência nestas Presidenciais e Legislativas, quer ouvir
verdades, quer saber porquê tanto dinheiro para a campanha
eleitoral, quando o País falha no pagamento de salários às
famílias, porquê tanto dinheiro nos corredores de campanha
eleitoral, fora as promessas, que não se vêem, não se apalpam e
sabe Deus o resto?
Vamos
perceber com certeza, durante esta campanha eleitoral, quem fala dos
verdadeiros problemas do País sem falsas promessas, quem fala das
pessoas e não de ilusões e quem quase calado, prefere que o “seu”
dinheiro fale por ele durante a campanha.
Há quem
pode comprar ideias ou votos, também sabemos que é uma prática no
mundo e o nosso País não foge à regra, por isso estejamos atentos,
só.
Vamos estar
atentos, qualquer campanha, antes de mais, deveria pautar-se pela
verdade dos factos e não pela troca de prendas, mentiras e falsas
promessas, para garantir apenas o voto. Apelamos à honra e ao
civismo dos candidatos. Evitar alinhar por baixo, porque depois das
eleições, o Povo não vai
sobreviver
de prendas que recebeu ou de promessas e
ilusões de campanha eleitoral que encaixou na própria cabeça.
Haja
respeito pelo Povo e pela sua situação de carência que dura há
décadas. Acreditamos numa campanha eleitoral consciente e centrada
na realidade do País. Fazendo uso da palavra com franqueza na ponta
da língua, nos debates públicos, sublinhando a visão e essência
de cada projecto para o País.
Acreditamos
numa campanha com contenção material e financeira! Não se
compreenderá como o País não tendo dinheiro para pagar salários,
alguns candidatos aparecem a nadar em dinheiro, pergunto, que
promessas “venderam”, para recolher tanto “investimento”
precoce de apoiantes secretos?
Sugerimos
que o dinheiro de campanha que sobrar, seja na sua totalidade
depositado/doado aos cofres do Estado ou a Instituições Sociais sem
fins lucrativos, o que seria visto como um verdadeiro gesto e acto
revolucionário, vindo de um ex-candidato nestas eleições.
Não
devíamos gastar o que não temos, somos um Povo com parcos recursos
materiais para suportar a vida no dia-a-dia, mas estamos conscientes
do muito trabalho que nos espera pela frente, sem alienação
cultural, devemos partir da nossa realidade, e sermos realistas, como
nos ensinou o Ideólogo Amílcar Lopes Cabral.
Vamos falar
com verdades, discutir a nossa situação real como País e como
sociedade, para escolher a melhor ideia, o melhor candidato já no
final da campanha!
A
Guiné-Bissau encontra-se numa situação política e diplomática
muito má, é preciso sair dela a partir destas eleições. Temos
todos que repensar muita coisa, decidir que País queremos no futuro
próximo, que já é hoje.
Cabe ao
Presidente da República o lugar de árbitro da Nação, a saber
defender e representar com sentido de Estado o nosso País, dentro e
fora do continente. Convém lembrar que o Presidente preside, o
Governo governa, e cada um no seu campo de acção faz uma equipa de
trabalho interactivo.
Queremos um
Presidente da República com uma atenção especial sobre as
dinâmicas do funcionamento das instituições do aparelho de Estado
na presente conjuntura. Um Presidente da República merecedor da
confiança e o respeito das instituições, sendo que com esta
garantia como responsável máximo da Nação, exercerá a sua
magistratura de influência de modo sério, exemplar e com isenção,
cumprindo de igual modo a Constituição do País.
A
imagem de um Chefe de Estado deve inspirar confiança nos
concidadãos, é símbolo e ao mesmo tempo uma referência para o
Povo, i. é, para uma boa imagem internacional do nosso País. Deve
ainda, como referência do Povo, ser mediador isento, seguro,
apartidário, com conduta exemplar, transparente, e um trato político
e pessoal que espelhe o rigor, finura e a competência no exercício
da sua Magistratura de influência.
A tarefa
do Presidente da República não é a governação do País, mas cabe
ao Presidente da República manter uma atenção acrescida sobre a
governação, o funcionamento das instituições, exercendo uma
magistratura de influência activa, em benefício do Povo Guineense
como bom Chefe de Estado.
O
Presidente deve zelar pela unidade nacional em torno da Nação
Guineense, deve inteirar-se das políticas e das acções
governativas, deve apoiar a preparação conjuntural do
desenvolvimento sustentado do País, dar o seu melhor com o espirito
conciliador, sempre, para proteger a estabilidade social dos cidadãos
e do Estado como pessoa de bem.
Uma boa
Candidatura Presidencial apresenta-se com os olhos postos no futuro,
consciente do trabalho que tem de ser feito no terreno para atingir o
sucesso desejado.
O Presidente
da República deve ser escrupuloso como garante das regras de
Democracia e no cumprimento da Constituição da República da
Guiné-Bissau.
Deve apoiar
o bom desempenho da governação, estar atento aos passos da Nação
Guineense, dando o seu melhor como simples cidadão Guineense, no
exercício da sua responsabilidade política, e servir como bom –
“árbitro-inteligente”
– a Nação.
Queremos um
Presidente atento, que cuide do País política e materialmente.
Todos sabemos que temos potencialidades a desenvolver para marcar a
diferença, há que tomarmos consciência-activa desta realidade, um
valor a explorar física e humanamente, dentro dum projecto global e
com sustentação, avaliação científica ajustada, reajustada dos
nossos recursos, para tirarmos o melhor partido da nossa riqueza
nacional, tudo o que a natureza oferece ao Povo Guineense.
A
Guiné-Bissau tem pernas para andar, queremos um –
árbitro-inteligente
- prudente, que respeite a vontade do Povo, que saiba escutar todos,
ouvir e perceber o sentimento de base dos problemas, para desenvolver
entendimento alargado e concertado, com respostas eficazes e
necessárias, em colaboração com o governo (que é quem governa),
trabalhando no sentido de apoiar as instituições, sempre em
benefício do Povo.
Queremos
um “árbitro” e um “treinador” Inteligente,
atento ao desenvolvimento do País, atento aos dossiers em relação
aos problemas de: desemprego, educação, formação profissional,
saúde, área de comércio, indústria e outros, no nosso País.
Queremos
um Presidente da República e um primeiro-Ministro em sintonia com as
necessidades do País, que não poupem esforços no sentido de reunir
os apoios e as ajudas nacionais e internacionais necessárias, para
melhor servir o Estado da República da Guiné-Bissau.
Viva o Povo
livre e independente da Guiné-Bissau, viva a unidade, luta e
progresso do País.
Djarama.
Filomeno Pina.
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