segunda-feira, 9 de junho de 2025

Líderes mundiais alertam que oceanos "não estão à venda" e não devem ser tratados como o "faroeste"


O secretário-geral da ONU, António Guterres, reuniu-se hoje com Emmanuel Macron, em Nice, durante a Conferência do Oceano da ONU. AFP - LAURENT CIPRIANI

Vários líderes mundiais falaram esta manhã na abertura da terceira edição da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorre em Nice, deixando avisos claros para o futuro deste recurso precioso.

A abertura foi assinalada pelo discurso de Emmanuel Macron, anfitrião deste evento, que decorre a partir de hoje na cidade de Nice, com o Presidente francês a declarar que os fundos submarinos "não estão à venda".

"Digo-o aqui, com veemência: os fundos submarinos não estão à venda. Tal como a Gronelândia não está à disposição! Nem o Antárctico nem o alto mar estão à venda! As licenças de pesca para os países em desenvolvimento também não são oferecidas! Tal como os dados científicos ou a segurança das populações litorais não podem ser sacrificados! Estamos a falar de um bem comum!", exaltou Emmanuel Macron.

A conferência de Nice é consagrada ao tema “Acelerar a acção e mobilizar todos os intervenientes para conservar e utilizar o oceano de forma sustentável” e na sua abertura também António Guterres, secretário-geral da Nações Unidas, deixou um aviso.

"Os fundos submarinos não podem ser um faroeste", denunciou o alto dignatário português.

Também Lula da Silva, Presidente brasileiro, presente nesta aberura afirmou que de ver ser tomada "uma acção clara" para proteger estes fndos e impedir uma "corrida predatória" entre nações para ter acesso aos recursos minerais que estão no fundo dos oceanos.

Os grandes ausentes desta cimeira são os Estados Unidos da América. Uma decisão da administração norte-americana particularmente controversa após o anúncio do Presidente Donald Trump, no final de Abril, de autorizar a extracção mineira em águas internacionais do Pacífico, à margem da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, da qual os EUA não fazem parte.

Por :RFI

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