Capa do livro "Quando desistir não é uma opção" do jurista e activista guineense Sana Canté. © facebook.com/lon.edicoes
Foi lançado este sábado, 17 de Maio, em Vincennes, arredores de Paris, o livro "Quando desistir não é uma opção" do jurista e activista guineense Sana Canté. Nesta obra, o autor relata a violência de que foi alvo, segundo ele, a mando do Presidente da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló.
O livro intitulado "Quando desistir não é uma opção", conta com o prefácio do jurista guineense Fodé Mané e relata a história de um cidadão guineense que foi espancado e torturado e que, apesar de tudo, continua a lutar pelo seu país.
Trata-se de uma obra autobiográfica, em que Sana Canté começa por relatar uma “ tentativa de homicídio” de que foi vítima “por parte de Umaro Sissoco Embaló”, como relatou ao microfone da RFI o também militante do PAIGC, partido na oposição na actual configuração política da Guiné-Bissau:
Logo quando desci do avião, percebi que estava a ser observado por alguém no primeiro piso do aeroporto. Foi acontecendo tudo muito rápido. Infelizmente conseguiram me sujeitar ao bárbaro.
Quando me conseguiram raptar, já no carro deles, o Sissoco [Embaló] liga a um dos agentes que estava no banco da frente, do lado do passageiro. Ouvi a voz do próprio Umaro Sissoco Embaló a dar instruções claras de que já sabiam o que tinham que fazer comigo e não podiam, de todo, falhar.
Felizmente para mim, falharam.
Depois de terem descoberto que afinal eu não tinha morrido, que precisava ser retirado com muita urgência para Portugal, porque no sequestro tiraram-me tudo, todos os documentos, era necessário fazer um passaporte novo, boicotaram a emissão do meu novo passaporte.
A 19 de Março de 2022, Sana Canté, pouco tempo depois de ter aterrado em Bissau proveniente de Portugal, foi raptado por homens armados que o interceptaram e o retiraram na viatura onde seguia. Canté foi solto depois de ter sido espancado e torturado.
Por RFI|Eva Massy
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