Guiné-Bissau: Detenções durante dispersão de marcha contra o regime

 




Cartaz usado numa manifestação em Bissau, em que se lê "Na democracia o povo é quem manda", a 26 de Novembro de 2019. Imagem ilustrativa. Lusa

Bissau, Guiné-Bissau – Em Bissau, a manifestação convocada pela Frente Popular, uma plataforma dirigida pelo jornalista e comentador político, Armando Lona, foi dispersada de forma violenta pela polícia guineense. A Liga Guineense dos Direitos Humanos condenou a detenção de "mais de 20" pessoas na manifestação.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, condenou a detenção de "mais de 20" pessoas numa manifestação desmobilizada pela polícia, em Bissau, e exigiu a libertação imediata dos detidos.

As detenções aconteceram quando a polícia começou a dispersar aglomerações de pessoas em vários pontos da cidade no âmbito da manifestação contra o regime promovida pela Frente Comum, constituída por várias organizações guineenses.

Dois dos detidos são Armando Lona, líder da Frente Popular e Mansata Silá, a presidente da organização de jovens que luta pelos direitos humanos em Bissau.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou o que classifica de onda de prisões arbitrárias por parte da polícia que proíbe que cidadãos manifestem a sua indignação pela governação do país.

A Liga critica a acção da polícia e sobretudo do secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, de quem partiu a ordem de detenção dos manifestantes que hoje tentaram sair às ruas de diferentes cidades da Guiné-Bissau.

Entre os manifestantes detidos estaria o bastonário da ordem dos enfermeiros, uma vez que alguns profissionais daquela classe aderiram aos protestos da Frente Popular.

A Liga diz que Armando Lona e Mansata Sila teriam sido agredidos pela polícia, que os conduziu para as celas da Segunda Esquadra em Bissau.

A mesma situação teria acontecido com os cabecilhas dos protestos em Gabú, no leste do país.

A RFI está a tentar obter uma reacção da Secretária de Estado da Ordem Pública.

Conosaba/O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, condenou a detenção de "mais de 20" pessoas numa manifestação desmobilizada pela polícia, em Bissau, e exigiu a libertação imediata dos detidos.

As detenções aconteceram quando a polícia começou a dispersar aglomerações de pessoas em vários pontos da cidade no âmbito da manifestação contra o regime promovida pela Frente Comum, constituída por várias organizações guineenses.

Dois dos detidos são Armando Lona, líder da Frente Popular e Mansata Silá, a presidente da organização de jovens que luta pelos direitos humanos em Bissau.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou o que classifica de onda de prisões arbitrárias por parte da polícia que proíbe que cidadãos manifestem a sua indignação pela governação do país.

A Liga critica a acção da polícia e sobretudo do secretário de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo, de quem partiu a ordem de detenção dos manifestantes que hoje tentaram sair às ruas de diferentes cidades da Guiné-Bissau.

Entre os manifestantes detidos estaria o bastonário da ordem dos enfermeiros, uma vez que alguns profissionais daquela classe aderiram aos protestos da Frente Popular.

A Liga diz que Armando Lona e Mansata Sila teriam sido agredidos pela polícia, que os conduziu para as celas da Segunda Esquadra em Bissau.

A mesma situação teria acontecido com os cabecilhas dos protestos em Gabú, no leste do país.

A RFI está a tentar obter uma reacção da Secretária de Estado da Ordem Pública.

Conosaba/fi.fr/pt/

PR guineense diz estar a devolver orgulho dos cidadãos na capital do país

O Presidente guineense afirmou hoje que está a devolver o orgulho aos cidadãos com as obras de requalificação urbana em Bissau e que, em quatro anos de mandato, fez mais do que nos primeiros 45 anos da independência.

Sissoco Embaló falava no lançamento das obras de reconstrução da avenida do Brasil, que liga o mercado do Bandim ao bairro de Chão de Papel, Varela, no centro de Bissau.

Aquela estrada, com uma extensão de cerca de um quilómetro, estava praticamente inutilizável devido ao seu avançado estado de degradação.

O Presidente guineense aproveitou a ocasião para comentar as obras realizadas nos últimos quatro anos e ainda anunciar outras para o interior do país e “muitas outras” para Bissau, para que seja uma cidade “cada vez mais confortável e bonita”.

“Até 2020, Bissau não representava o nosso orgulho nacional, Bissau não representava a nossa autoestima nacional. Até 2020, Bissau era uma cidade triste, uma cidade feia, uma cidade sem esperança, uma cidade abandonada”, declarou.

O chefe de Estado guineense disse ser “um Presidente de realizações” e que a sua promessa “é um compromisso firme de fazer coisas concretas” no país.

“Crianças, jovens e famílias guineenses recuperaram o orgulho na sua cidade de Bissau, cidadãos estrangeiros que vivem em Bissau voltaram a gostar de Bissau”, defendeu Umaro Sissoco Embaló.

Conosaba/Lusa

Manifestações pela liberdade: "Poder na Guiné-Bissau está na ponta do fuzil"

Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Setembro de 2023. © Liliana Henriques / RFI

O movimento cívico Firkidja di Púbis e a plataforma Frente Popular organizam este sábado, 18 de Maio, manifestações na Guiné-Bissau, em Portugal e em França. As marchas decorrem sob o lema "Pelas liberdades democráticas e contra a ditadura na Guiné Bissau". O activista guineense Yussef defende que "nenhuma força opressora pode fazer face ao levante de um povo consciente".

RFI: Estão previstas para este sábado várias manifestações na Guiné-Bissau, Portugal e França. Que manifestações são estas?

Activista Yussef: Estamos a falar do movimento que foi criado em Março, no dia 23 de Março na Guiné-Bissau, e que tem uma dimensão muito para além da dimensão étnica ou religiosa, muito para além da dimensão regional. Este movimento tem uma dimensão nacional e tem como objectivo denunciar mais uma vez os atentados às liberdades democráticas na Guiné-Bissau; desde as liberdades de pensamento, de reunião, de crítica à liberdade de imprensa. Este colectivo chegou à conclusão, depois da tomada de poder do senhor Umaro Sissoco Embaló que tem havido um retrocesso a nível das liberdades democráticas. Não são retrocessos quaisquer, são retrocessos civilizacionais. Perante este estado de coisas, perante este esvaziamento das instituições da Guiné-Bissau, das instituições políticas e jurídicas, houve a necessidade, de alguma forma, de um sobressalto patriótico, um sobressalto patriótico de estudantes e trabalhadores que visam não só denunciar o que se passa na Guiné-Bissau actualmente, mas também exigir que se volte a um determinado quadro constitucional para que realmente as instituições possam, no mínimo, voltar a funcionar como no período anterior.

Isto significa um determinado número de exigências. Por exemplo, reivindica-se a realização de eleições, não legislativas, mas sim presidenciais, respeitando a Constituição. Exige-se, por exemplo, a reabertura da Assembleia Nacional Popular. O órgão legislativo que neste momento está fechado por imposição do senhor Umaro Sissoco Embaló. Exige-se, por exemplo, que o Supremo Tribunal de Justiça, um órgão ligado ao poder jurídico, volte a funcionar de forma minimamente normal, respeitando a Constituição.

Relembramos que, por exemplo, o Supremo Tribunal de Justiça foi invadido o ano passado por forças encapuzadas, armadas e até hoje não se sabe exactamente de onde vieram. Isto porquê? Porque a Presidência da República não assumiu a responsabilidade por essa invasão. As Forças Armadas tão pouco e, ao mesmo tempo, o governo na altura também não conseguiu parar essa mesma força que invadiu o Supremo Tribunal e impôs um novo presidente do Supremo Tribunal. É preciso lembrar que o presidente do Supremo Tribunal na altura, o senhor Pedro Sambú redigiu uma carta onde dizia explicitamente que foi coagido a apresentar a sua renúncia. Este é o estado de coisas na Guiné-Bissau. Actualmente, o poder Legislativo não existe porque a Assembleia foi encerrada por indicação do senhor Umaro Sissoco Embaló. 

O Supremo Tribunal está a arrepio da Constituição e foi imposto um novo presidente, por indicação do Presidente da República. Ao mesmo tempo, não existe um governo conforme a Constituição. O governo que existe é de iniciativa presidencial, algo que não existe na Constituição da Guiné-Bissau. Podemos dizer que o poder na Guiné-Bissau está na ponta do fuzil.

O que explica esta inexistência gradual das instituições na Guiné-Bissau?

O que explica é uma tentativa do Senhor Umaro Sissoco Embaló e dos interesses que representa a nível nacional e internacional, nomeadamente interesses económicos, de impor uma ditadura na Guiné-Bissau, uma ditadura das elites, uma ditadura que visa esvaziar todo um conjunto de liberdades democráticas que o povo da Guiné-Bissau conseguiu [conquistar] desde o período da luta de libertação nacional até aos dias de hoje. No sentido exactamente de amordaçar qualquer possibilidade de crítica na Guiné-Bissau. O senhor Umaro Sissoco Embaló tem vindo a dizer, variadíssimas vezes, por vezes de uma forma explícita, outras de uma forma implícita, que na verdade, ele é o único chefe. Isso lembra-nos um pouco o que existia na França absolutista, quando um monarca dizia que se o "Estado sou eu", não é?

O povo da Guiné-Bissau neste momento está a lutar contra o autoritarismo do Estado, contra o absolutismo e, historicamente, uma das formas que os povos arranjaram, no sentido de combater o absolutismo, foi através da emanação de uma Constituição. É a Constituição que limita os poderes do Estado. É a Constituição que limita os poderes dos agentes políticos. Na Guiné-Bissau, neste momento vemos esta luta de um senhor que quer ser autocrata, que tem interesses a nível nacional e internacional. E neste tempo o povo da Guiné-Bissau coloca-se de pé para dizer que a nossa luta de libertação nacional, que durou 11 anos, que nos custou suor e sangue, não pode permitir o retrocesso a nível das nossas liberdades democráticas.

Esta é a luta com o povo da Guiné-Bissau neste momento quer assumir através desta marcha que vai acontecer não só em Bissau, mas em todas as regiões da Guiné-Bissau, mas também aqui na diáspora, tanto em Lisboa como em Paris, porque nos vemos como uma extensão do povo da Guiné-Bissau, mas que neste momento está na diáspora.

Como é que interpreta esta contra-manifestação que foi também marcada para este sábado, indicando que o povo guineense está dividido?

Historicamente, muitas vezes num determinado território nós podemos ter povos e habitantes. Obviamente que há aqui uma visão política destas categorias. Normalmente, os povos definem o progresso das suas sociedades. Por progresso creio que há um consenso, falamos de educação pública, falamos de saúde pública, falamos das várias liberdades democráticas, falamos de liberdade de imprensa,. Falamos de todo um conjunto de elementos que consensualmente consubstanciam o progresso de uma sociedade. E normalmente, os povos estão na vanguarda para defender isso.

A contra-manifestação que foi anunciada, está a ser enunciada por indivíduos que defendem a autoridade do Estado. Neste momento, na Guiné-Bissau, falar de autoridade de Estado significa falar do absolutismo do senhor Umaro Sissoco Embaló e dos interesses económicos nacionais e internacionais que o sustentam. Ou seja, nós estamos a falar de indivíduos que estão contra a história do progresso, estão contra a história de luta de libertação nacional da Guiné-Bissau, estão contra a evolução civilizacional do povo da Guiné-Bissau, ou seja, em última análise, estamos a falar de habitantes e de indivíduos desprovidos de consciência política e histórica do que foi a construção da Nação de Guiné-Bissau e que, infelizmente, se deixam manipular por interesses que, em última análise, também vão contra os seus interesses a longo prazo. Eventualmente não a curto médio prazo porque provavelmente receberão oferendas várias para vir com este discurso, com o qual são neste momento, mas a longo prazo eles também são vítimas da situação que se vive na Guiné-Bissau. Porque quando não existe educação pública, o povo da Guiné-Bissau é afectado. Quando não existe saúde pública. O povo da Guiné-Bissau é afectado. Quando existe um retrocesso ao nível das liberdades democráticas, poderá chegar um momento em que estes indivíduos poderão querer criticar o regime no poder e não conseguirão.

A história recente da Guiné-Bissau é indicador disso, os partidos que apoiaram o senhor Umaro Sissoco Embaló, estamos a falar, por exemplo, do PRS, do Madem G15, recentemente foram vítimas deste absolutismo. Num primeiro momento apoiaram o senhor Umaro Sissoco Embaló e depois foram vítimas deste mesmo regime, foram violentados psicologicamente e fisicamente. Eu lembro que o coordenador do partido, Madem-G15, veio recentemente, chegado a Bissau, dizer que estava contra o absolutismo do senhor Umaro Sissoco Embaló. Mas foi este mesmo senhor Braima Camará que apresentou o senhor Umaro Sissoco Embaló à Guiné-Bissau. Foi este mesmo Braima Camará, enquanto coordenador do Madem G15, que apoiou o senhor Umaro Sissoco Embaló. Estes indivíduos que actualmente se organizam para realizar uma marcha, eventualmente, daqui a algum tempo, poderão também ser vítimas deste regime.

Em Lisboa, a manifestação irá começar às 17h30 e o objectivo é apelar a todos os guineenses que possam estar presentes, no sentido de denunciar o que se passa na Guiné-Bissau, no sentido de denunciar a fome, igualmente. É preciso também denunciar a ditadura da monocultura da castanha de caju que nos foi imposta desde a década de 80, que não permite um desenvolvimento verdadeiro da nossa economia. Faz com que neste momento haja uma situação de fome, na medida em que a castanha de caju, ao preço com que está a ser vendida, não permite depois a compra de arroz, que é a base da alimentação ainda do povo da Guiné-Bissau. Há também esta situação que deve ser denunciada, a da penúria da nossa economia que tem consequências, obviamente, na nossa saúde. Há todo um estado de coisas a nível político, a nível jurídico, a nível económico, a nível social, isolado, que tem de ser denunciado e é isso que nós vamos tentar fazer, fazendo eco das manifestações que irão ocorrer em toda a Guiné-Bissau.

Acredita que vai ser possível de manifestar sem repressão, como temos vindo a assistir nas últimas manifestações?

Sim, nós neste momento estamos num período de resistência. A resistência faz-se como reacção a alguma coisa, nós estamos a resistir perante a opressão. Então é normal que a opressão continue a dar lugar. Mas nós, enquanto guineenses conscientes do momento histórico que o nosso país vive, aquilo que nos cabe fazer é resistir, resistir com todos os elementos que nós temos disponíveis neste momento. Resistir com a nossa consciência política, resistir com a força do povo guineense que na verdade é a maior força que nós temos neste momento para fazer face à opressão que certamente irá existir. A questão é: nós acreditamos piamente que nenhuma opressão pode fazer face ao levante de um povo consciente. A história da Guiné-Bissau está aí para o provar. Nós baseamo-nos na nossa história, baseados na nossa dignidade enquanto homens e mulheres. Nós estamos prontos para fazer face a qualquer opressão que possa levantar-se nos dias que se se vão seguir.

Conosaba/rfi.fr/pt/
Por:Lígia ANJOS

Diáspora guineense manifesta em Paris


Paris – A diáspora guineense juntou-se ao côro de protestos contra as perdas de liberdades democráticas na Guiné-Bissau, numa manifestação que percorreu na tarde deste sábado, 18 de Maio, algumas artérias de Paris, como explica à RFI um dos seus organizadores, Iaia B. Djassi.

O cidadão guineense começou por se mostrar surpreendido pela amplitude da mobilização por parte da diáspora guineense em Paris. De acordo com Iaia B. Djassi, “estavam presentes [na manifestação] entre 200 a 250 pessoas”.

"O número de pessoas superou as expectativas, demonstrando que a maior parte da população na diáspora está sensível ao que se passa na Guiné-Bissau, onde a situação está à beira do caos", descreveu.

Iaia B. Djassi explicou que a Guiné-Bissau tem "um parlamento eleito há menos de um ano e, o governo simplesmente [por motivos pessoais], derrubou esse parlamento e não quer trabalhar com ninguém. Quer implementar uma ditadura no país.”

Em Paris, os manifestantes exigem, ainda, “a liberdade para os presos políticos e os militares feitos prisioneiros por motivos que mesmo eles [as forças ao serviço de Sissoco Embaló] não conseguem justificar.”

Um dos objectivos da manifestação era reclamar o “retorno da ordem constitucional, com o parlamento no mínimo a funcionar na sua plenitude", além de exigir a "organização de eleições presidenciais que, normalmente devem ter lugar no mês de Novembro, no máximo”.

Quanto à busca de novas alianças no exterior, por parte do actual Presidente guineense, nomeadamente com a sua recente visita e assinatura de acordos militares com a Rússia, Iaia B. Djassi, considera que Umaro Sissoco Embaló “está a perder aliados que tinha aqui no Ocidente, devido à ditadura que está a querer implementar no país".

A Guiné-Bissau está "a perder apoios, não tem outra alternativa senão juntar-se à Rússia. Todos nós sabemos como é que Putin [e a Rússia] vêem a democracia", acrescentando que "mesmo a França que tinha anteriormente sido sua aliada, deixou de o ser porque só quem é cego não consegue ver o que está a acontecer na Guiné-Bissau".

"Nenhuma instituição funciona, as rádios foram todas fechadas. É proibido organizar manifestações no país. Está tudo em contra-corrente, contra a herança histórica da Guiné-Bissau, um país que obteve a sua independência através de uma luta armada liderada por jovens que se bateram pela liberdade da Guiné. O exemplo de Amílcar Cabral faz da Guiné-Bissau uma referência e, hoje em dia, infelizmente, estamos a perder isso”, concluiu.

Conosaba/rfi.fr/pt/

Caju atinge os 500 francos cfa na Guiné-Bissau com perspetiva de boa campanha

O preço do quilo de castanha de caju pago ao produtor atingiu os 500 francos cfa (0,76 euros) na Guiné-Bissau, o que indicia uma boa campanha para 2024, avançou hoje o Governo.

O preço de referência fixado pelo Governo foi 300 francos cfa (0,46 euros) e a evolução que observado entre a abertura da campanha, a 15 de março, até 15 de maio "é um bom sinal", segundo o diretor-geral do Comércio Interno, Abdulai Mané.

O diretor-geral falava numa conferência de imprensa para o balanço dos primeiros dois meses da campanha de comercialização da castanha de caju de 2024, que perspetiva "muito melhor que as de 2023 e 2022".

A previsão para exportação aponta para as 230 mil toneladas, apesar de, como disse, observarem zonas na Guiné-Bissau onde as alterações climáticas, com o aumento da temperatura, estão a ter impacto negativo na produção.

A tendência do valor pago ao produtor, com preços "de 400 a 500 francos cfa", assim como os 575 francos cfa (0,88 euros) praticados na balança em Bissau, para onde é escoado o produto, é encarada como "um bom sinal".

O processo de escoamento foi iniciado a 10 de abril e até 15 de maio tinham sido escoadas cerca de 26 mil toneladas de castanha de caju de diferentes zonas do país para os armazéns de Bissau.

O Governo registou até agora cinco pedidos e emitiu as respetivas licenças para exportação e espera que "até ao final de maio saia o primeiro carregamento de navio para o estrangeiro" do porto de Bissau.

"A campanha está a correr a um ritmo normal e muito bom, o ambiente de negocio é favorável, a população está a acomodar-se com o preço", resumiu o diretor-geral.

Desde o início do processo tem havido algumas violações do preço, mas, segundo disse, "as equipas de fiscalização do Ministério (da Economia) em parceria com outras entidades do Estado puseram cobro a esta situação".

Em todas as regiões da Guiné-Bissau, já foram apreendidas nesta campanha "acima de 100 toneladas de castanha de caju, viaturas, motorizadas, motocarros, e animais".

Além da especulação dos preços, outra das violações detetadas é o contrabando para o Senegal, de acordo com as autoridades.

O diretor-geral assegurou que há equipas de fiscalização por todo o país e a patrulhar as fronteiras para "responder prontamente" às denúncias, mesmo nas zonas mais distantes.

Lembrou ainda que o Governo dá 20 % (do valor do produto) aos denunciantes e 30% à equipa de fiscalização, revertendo os restantes 50% a favor do estado.

O ministro do Comércio decidiu também visitar as zonas mais vulneráveis da Guiné-Bissau durante a campanha do caju, que deve prolongar-se por mais cerca de dois meses.

O Governo espera que "o preço possa subir ainda mais" e conta com o apoio e a colaboração das autoridades, sobretudo do Exército, da Guarda Nacional, da Alfândega e das Finanças "para que o ambiente possa correr de forma muito mais saudável".

O caju é o principal produto económico da Guiné-Bissau e o Governo espera arrecadar mais receita com a melhor campanha que se perspetiva para este ano, mas o diretor-geral não especificou montantes.

Conosaba/Lusa

«DIA DA ÁFRICA - 25 DE MAIO!» GRANDE PIQUENIQUE NO PORTO A REALIZAR NO PRÓXIMO SÁBADO, DIA 25/05/2024, NO PARQUE URBANO DA SENHORA DA HORA, MATOSINHOS

 

Parque Urbano da Senhora da Hora

Aberto à todos os Guineenses!

A Comissão Política do Madem-G15 no Porto, tem a honra de convidar a V. Exa. a participar num grande piquenique no Parque Urbano da Senhora da Hora, em Matosinhos, no sábado, dia 25 de maio de 2024, das 12 horas às 22 horas.

- Cada mulher deve levar a sua comida e os homens devem levar as suas bebidas para o convívio.

Num campo amplo, onde a refeição é consumida ao ar livre!

Meteorologia. INSTITUTO PREVÊ MUITA CHUVA ESTE ANO NA GUINÉ-BISSAU


O Instituto Nacional de Meteorologia (INM) prevê o ano 2024 como ano agrícola húmido para a Guiné-Bissau, e pede o respeito pelas técnicas de cultivo, para evitar as inundações e perda das sementes agrícolas.

“É esperado ano húmido este ano, sobretudo entre Maio a Setembro”, anunciou esta quinta-feira, o primeiro vogal do INM e ponto focal da Guiné-Bissau, Tcherno Luís Mendes, aos jornalistas à margem da restituição das previsões sazonais de precipitações, agro-climáticas e hidrológicas dos países sudano-sahelianos da zona CILSS/CEDEAO, realizada em Abuja, capital Federal da Nigéria, no final de abril último.

Segundo o responsável, “como é prevido o ano húmido e, é esperado que vai haver várias precipitações, então neste caso, o que é preciso fazer é respeitar algumas técnicas, porque quando há problema de muita chuva, teremos consequências das inundações que até impossibilita o início dos trabalhos a nível das bolanhas, portanto, é preciso fazer uma boa gestão da água nas bolanhas que possa permitir uma boa actividade agrícola”, recordando o ano 2020 com muita chuva e os camponeses demoraram a iniciar as suas atividades devido grande quantidade da água nas bolanhas.

Entretanto, confrontado à margem da restituição das previsões sazonais prevista para a Guiné-Bissau, Abudo Fati, em representação da direcção-geral de agricultura, afirma que o ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural vai criar mecanismo em colaboração com as direcções regionais, para que a previsão possa ser propagada junto dos camponeses.

“O Ministério da Agricultura vai criar mecanismo junto dos seus delegados regionais para que esta informação possa chegar junto dos camponeses para evitar futuras consequências de acordo com a previsão”, prometeu para de seguida aconselhar os camponeses a “preparar os seus cultivos com as variedades de sementes que aguentam a quantidade da chuva para poder ter um bom desenvolvimento do cultivo”.

No entanto, o Serviço Nacional da Protecção Civil, através do seu coordenador do programa, Alsau Sambu, promete reunir o fórum multissetorial, para analisar a situação da possível inundação e eventual activação do plano sazonal de contingência.

“Se houver de fato riscos de inundação elevado como se está a prever, vamos convocar o fórum multissectorial que reúne anualmente para analisar a situação e engajar as medidas preventivas e activar eventualmente o plano sazonal de contingência que é o plano de resposta que se aplica anualmente”, prometeu.

Segundo a previsão, a chuva vai ter o início precoce este ano em comparação aos anos anteriores. Habitualmente a época da chuva é considerada no país entre 15 de maio a 15 de novembro, ou seja, seis meses da chuva, mas nas últimas décadas esta situação não se verifica no país, devido às alterações climáticas.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

Caso Taiwan: EMBAIXADOR YANG AFIRMA QUE A GUINÉ-BISSAU ADERE AO PRINCÍPIO DE UMA SÓ CHINA E APOIA POSIÇÃO CHINESA NA ONU

O Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Popular da China na Guiné-Bissau, Yang Renhua afirmou que o governo guineense adere firmemente ao “Princípio de Uma Só China” e também apoia as posições da China nas ocasiões multilaterais como na ONU, quanto à questão de Taiwan, apoiando aquele país asiático a defender os seus interesses nucleares.

“A China e a Guiné-Bissau são bons irmãos e bons amigos que dependem uns do outro. No período de luta pela independência do país e libertação nacional da Guiné-Bissau, os revolucionários de geração mais velha dos dois países já forjaram a nossa amizade tradicional. As nossas relações bilaterais têm-se aumentado, as confianças políticas mútuas têm-se aprofundado e as cooperações práticas nas várias áreas têm alcançado resultados frutíferos, trazendo benefícios concretos para os dois países e dois povos”, disse o diplomata esta quinta-feira, 16 de maio de 2024, durante a conferência de imprensa realizada numa das salas de reuniões da Embaixada, para reafirmar a posição do seu país de defender o Princípio de Uma Só China”.

Yang Renhua fez uma explicação de fatos históricos, que segundo ele, comprovam que a ilha de Taiwan pertenceu à China desde os tempos antigos, afirmando que muitos documentos históricos registaram os primeiros desbravamentos de Taiwan pelo povo chinês.

“Depois da dinastia Song e Yuan, todos os governos centrais da China começaram a estabelecer estruturas administrativas em Penghu e Taiwan. A partir de 1624, o sul de Taiwan foi ocupado pelos colonialistas holandeses. Em 1662, o General Zheng Chenggong, herói nacional da China, expulsou os invasores holandeses e recuperou a ilha. Em 1684, o governo da Dinastia Qing estabeleceu o governo local de Taiwan, que foi subordinado ao governo da província de Fujian. Estabeleceu-se oficialmente a Província Taiwan em 1885, que era a 20ª província da China na época. Em julho de 1894, o Japão travou uma guerra de invasão contra a China, e no ano seguinte, o governo Qing derrotado foi forçado a ceder Taiwan ao Japão”, contou.

Lembrou que declaração do Cairo emitida pela China, Estados Unidos e Reino Unido em 1943, indica que todos os territórios que o Japão tinha roubado à China incluindo Taiwan e as Ilhas Penghu, devem ser devolvidos à China, tendo acrescentado que a declaração de Potsdam, assinada em 1945 pela China, Estados Unidos e Reino Unido e posteriormente reconhecida pela União Soviética, reiterou que os termos da declaração do Cairo seriam cumpridos.

Contou, na sua declaração, que o Japão aceitou a declaração e anunciou a rendição incondicional, informando que em outubro do mesmo ano, o governo chinês anunciou retomar o exercício da soberania sobre Taiwan e que desde aquele período a China recuperou Taiwan de jure e de fato.

“Existe no mundo apenas uma China, e Taiwan é uma parte inalienável do território da China. O Governo da República Popular da China é o único governo legítimo que representa toda a China. É claramente reconhecida pela Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1971. O princípio de Uma Só China é uma norma básica das relações internacionais e um consenso universal da comunidade internacional e também a base política com que a China estabeleceu relações diplomáticas com 183 países, incluído a Guiné-Bissau”, assegurou o diplomata, sublinhando que após as eleições para a liderança e a legislatura de Taiwan deste ano, mais de 180 países e organizações internacionais reafirmaram defender o “Princípio de Uma Só China”, e apoiar a parte chinesa a defender a soberania nacional e a integridade territorial.

Explicou que nos últimos dias, alguns “think-tanks” dos países ocidentais deram interpretações más à Resolução 2758 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1971, sobre a retomada do assento legal da China na ONU e a expulsão da autoridade de Taiwan. Acrescentou ainda que a Resolução acima-mencionada foi reconhecida pela maioria dos países no mundo.

“Os aconselhamentos jurídicos profissionais do Secretariado-geral da ONU apontam que Taiwan é uma parte da China. Como uma região da China, Taiwan não tem estatuto independente e governamental de qualquer forma. Frisou que as acusações da parte americana à ONU e as suas “más interpretações da Resolução 2758 é completamente uma torcedura dos factos e é absolutamente inaceitável”.

Questionado se a Taiwan é a linha vermelha que Pequim não permitiria que seja fosse pisada em defesa da sua integridade territorial, respondeu que a posição do governo e do povo chinês em relação à questão de Taiwan é consistente. Enfatizou, neste particular, que a defesa da soberania nacional e integridade territorial é a vontade firme de mais de 1.4 bilhões do povo chinês.

“A reunificação completa é a aspiração comum e a responsabilidade nobre de todos os filhos da nação chinesa. Alguns países utilizam constantemente a questão de Taiwan para interferir nas políticas internas da China, tordom e desafiam o Princípio de Uma Só China, aos quais a China opõem-se resolutamente”, assegurou, advertindo que nenhum país, força e indivíduo deve estimar de maneira errada a determinação firme, a vontade forte e grande capacidade do governo e do povo chinês para defender a soberania nacional e integridade territorial e realizar a reunificação e a revitalização da nação chinesa.

Afirmou que Taiwan acabará por regressar ao “abraço da pátria mãe” e que os dois lados do estreito de Taiwan certamente alcançarão a reunificação, afiançando que esta é a vontade firme de 1.4 bilhões do povo chinês e também a tendência inevitável dos tempos.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb.

«Guineenses residentes em Coimbra!» A brigada do processo de atualização do caderno eleitoral da República da Guiné-Bissau, já se encontra em Coimbra, (uma cidade de muitos encantos) para recensear os cidadãos da Guiné-Bissau - 17/05/2024


A brigada, composta por: Mamadu Meta Gomes Candé, Erasmo Palma e a Aminata Camara

Local: Associações de Estudantes da CPLP

Quem pode ir a brigada de atualização de caderno eleitoral?

1° o cidadão guineense que recenseou-se no último processo de recenseamento e mudou de zona (bairro, região ou de pais)

2° O cidadão guineense que não recenseou no último recenseamento

3° O cidadão guineense que atingiu 18 anos no presente ano ou vai completar até Outubro de 2024

Conosaba do Porto

Juventudes guineenses.

 

Próximo passos e criar condições para camada mais candente e vulnerável os juventude conseguem desvendar e mostrar a sua valia no desenvolvimento do pais.
Se a memória não nos falha, parece que existe uma legislação ainda a em vigor que congelou as admissões na função pública, salvo o pessoal técnico ligado à saúde e educação.
Por isso, aos responsáveis nomeados para exercerem altas funções no aparelho do estado devem ser dadas instruções para não sobrecarregarem o Estado com despesas que não pode comportar, com o único objetivo de satisfazerem as juventudes guineenses.
Não nos esqueçamos de que a Guiné-Bissau não faz parte dos países da esfera do petrodólar, e mesmo nesses países as regras para o ingresso na administração pública são bem claras e são feitas em função da capacidade de resposta dos estados.
Há certos países onde são os menos empreendedores que optam por fazer carreira na administração pública e os melhores criam as suas próprias empresas a título individual ou coletiva.
A tendência hoje em dia é o auto emprego, que se apresenta como a melhor solução para promover o desenvolvimento, porquanto permite a juventude explorar no máximo as suas capacidades criativas, gerar rendimentos e contribuir para o fisco e o PIB.
Com tantas oportunidades que existem por aí, por que é que um jovem vai perder o seu tempo na função pública, recebendo um mísero salario, quando tem tudo a sua disposição para no empreendedorismo poder auto empregar-se, ganhar muito dinheiro e ser patrão? A resposta e: falta de ambição e de uma política de financiamento do programa Emprego.
A Guiné-Bissau tem de ter menos Estado e promover políticas destinadas a apoiar o Sector Privado, deixando assim de ser o maior empregador, pois não é esse o papel do Estado. Para isso, muitos dos nossos empresários têm que fazer uma introspeção, porque no nosso contexto, se quisermos de facto um desenvolvimento sustentável, não é aconselhável ser empresário e ao mesmo tempo político, pois os interesses muitas vezes colidem e tona o conflito de interesses inevitável.
As reformas no aparelho do Estado devem ser aceleradas por forma a fazer com que o exercício de altas funções não seja, como tem acontecido no passado, uma oportunidade para o enriquecimento ilícito à custa dos contribuintes, só porque a nossa justiça não funciona e por conseguinte incapaz de reprimir os prevaricadores.
A nossa juventude tem de deixar de viver apenas da política ou de partidos políticos pensar que só pode ter um emprego condigna com apoio de qualquer formação política, isso não está correto irmão há vários caminhos.se juntarmos a nossa capacidade produtiva vamos elaborar um projeto de fundo de apoio formação profissional dos juventude nas diferentes áreas.
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Unamo-nos em favor da boa governação e contra a corrupção, o nepotismo, o clientelismo e a exclusão!
Viva juventudes guineenses!
Viva rapazes e meninas guineenses!
Por: yanick Aerton

PR SISSOCO DIZ QUE A GUINÉ-BISSAU REALIZA ELEIÇÕES LEGISLATIVAS ESTE E ANO E PRESIDENCIAIS EM 2025



Presidente da República Umaro Sissoco Embaló anuncia realização das eleições legislativas antecipadas e as presidenciais em 2025

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, disse que a Guiné-Bissau vai realizar as eleições legislativas antecipadas neste ano e que as presidenciais só serão realizadas em 2025, ano em que termina o seu mandato.

À saída da reunião do Conselho de Ministros nesta quinta-feira, 16 de maio de 2024, Sissoco Embaló lembrou que está no quarto ano do seu mandato.

“Quer dizer que vou terminar o meu mandato em 2025. Se terminar, vamos realizar as eleições presidenciais sem problemas. Não podemos não realizar as eleições neste ano. Vamos realizá-las este ano. Os eleitores vão às urnas este ano, e pode ser brevemente. Estou só a espera da atualização dos cadernos eleitorais por parte de GTAPE. Se o processo for concluído, o ministro da tutela vai entregar-me os resultados” disse, quando questionado pela imprensa se o país realiza ainda este ano as eleições legislativas.

“Quando o governo terminar a atualização dos cadernos eleitorais, vão entregar-me o resultado, e vou convidar os partidos políticos com representação parlamentar para discutirmos a data das eleições” informou.

O porta-voz do Presidente, Óscar Barbosa, justificou em Lisboa a não marcação de eleições gerais por falta de fundos, destacando esforços para obter apoio internacional e assegurar a viabilidade do processo eleitoral.

Sobre o assunto, Sissoco Embaló afirmou que o seu porta voztem que assumir o erro que cometeu, quando disse que o país não realizou as eleições por falta de meios financeiros.

“Não é questão de dinheiro. Sempre disse que fazer as eleições é uma questão de soberania. A primeira eleição que organizei, enquanto Presidente da República, foi financiado 100% por nós. Nós é que financiamos as nossas eleições. É a mesma coisa que vamos fazer, financiar as nossas eleições. 

Não é uma questão de dinheiro que me levou a não marcar a data das eleições. Já temos dinheiro para realizar as eleições. Quando disse que temos dinheiro, quer dizer o governo deve ter dispositivos para fazer as eleições. Mas nós vamos às eleições legislativas e não presidenciais, porque o Presidente da República é eleito por um período de 5 anos. E eu estou no quarto ano do mandato, quer dizer vou terminar o meu mandato em 2025. Se terminar, vamos realizaras eleições presidenciais sem problemas” sublinhou o chefe de Estado.

Sobre a campanha de cajú, Sissoco Embaló revelou que em algumas zonas do país, a castanha está a ser vendida a 500 FCFA e noutras zonas faz-se a troca de um saco de arroz por um saco de castanha.

“Este é o motivo de satisfação não só minha, mas também de todos os guineenses, porque a castanha de cajú é o nosso produto estratégico” concluiu Embaló.

Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb

«Bês-Moonha/Odokamé/Codó/Unsame/Djaudi» União Europeia paga 20 ME por ano para pescar no mar da Guiné-Bissau

A União Europeia vai ainda desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima do país.

A Guiné-Bissau e a União Europeia assinaram esta quinta-feira um novo protocolo de acordo no domínio das pescas que vai permitir ao país africano receber, nos próximos cinco anos, uma receita total de 100 milhões de euros. O protocolo, fruto de três rondas negociais, foi rubricado num hotel de Bissau entre o ministro das Pescas e Economia Marítima guineense, Mário Musante, e o embaixador da União Europeia em Bissau, Artis Bertulis.

Na sua intervenção, o diplomata europeu saudou o novo acordo, salientando que permitirá à Guiné-Bissau subir de 15,6 para 17 milhões de euros o valor direto anual no Orçamento Geral de Estado.

Além desse valor, a União Europeia irá desembolsar um total de 22,5 milhões de euros para apoiar o setor das pescas e da economia azul, construção de infraestruturas de referência, fiscalização marítima, combate à pesca ilegal e não regulamentada e ainda para ajudar as comunidades marítimas, disse.

“Este é um acordo que satisfaz ambas as partes”, sublinhou o embaixador da União Europeia na Guiné-Bissau. À luz de um acordo de parceria, que Artis Bertulis sublinhou existir há cerca de cinquenta anos, navios de empresas portuguesas, espanholas, francesas, italianas e gregas pescam nas águas da Guiné-Bissau.

O ministro das Pescas guineense destacou “os esforços físicos e mentais” desenvolvidos por técnicos das duas partes durante as três rondas negociais, que, salientou, não foram fáceis, “até que se encontrou uma posição de equilíbrio”. “O novo protocolo estabelece melhorias financeiras e traça novas perspetivas para um trabalho em conjunto”, afirmou Musante, apontando para o compromisso de integração de armadores europeus no mercado guineense.

O governante destacou o entendimento no sentido de as duas partes trabalharem em conjunto para “eliminar os constrangimentos técnicos e sanitários” para permitir que a Guiné-Bissau passe a exportar o seu pescado diretamente para o mercado europeu. “A União Europeia é e será um dos maiores parceiros estratégicos da Guiné-Bissau para a construção da paz, desenvolvimento e progresso”, observou Mário Musante.

Conosaba/Lusa 

Colonialismo “deixou a Guiné-Bissau no obscurantismo”

Carlos Pinto Pereira, chefe da diplomacia guineense. © LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau afirmou que o colonialismo “deixou o país no obscurantismo” com a intencional falta de formação de quadros que ainda prejudica o Estado. Apesar disso, a Guiné-Bissau não pretende pedir indemnização a Portugal.

Em termos concretos, a Guiné-Bissau não pretende pedir qualquer tipo de indemnização financeira a Portugal. Mas, também, referiu Carlos Pinto Pereira, não se esquece do que se passou com o colonialismo durante mais de cinco séculos.


No caso da Guiné-Bissau, todos nós sabemos que em 1974, quando o PAIGC entrou para tomar conta da administração do Estado, havia meia dúzia de quadros com formação superior ou formação profissional.

Ora, esta situação foi provocada intencionalmente pelo colonialismo que decidiu deixar a Guiné-Bissau no obscurantismo e no analfabetismo.

O chefe da diplomacia guineense entende que Portugal não pode “assobiar para o lado" em relação ao seu papel na colonização embora no caso da Guiné-Bissau as actuais autoridades não estejam preocupadas que tenha levado do território ouro, diamante ou outros minérios.

Carlos Pinto Pereira observa que o que Portugal deveria fazer, para reparar os danos do colonialismo, era falar do assunto abertamente nas escolas para que a sociedade portuguesa saiba o que se passou e ajudar a Guiné-Bissau a formar os seus quadros. Mais do que qualquer compensação financeira, isso sim, seria uma boa indemnização, defendeu Carlos Pinto Pereira.

Portugal exclui reparações financeiras, mas admite pedir perdão

Esta declarações surgem no próprio dia em que, em Lisboa, o Ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel rejeitou a ideia de pagar reparações às ex-colónias, admitindo contudo fazer "pedidos de desculpas".

Esta manhã, na Assembleia da República, num debate urgente sobre esta matéria reclamado pela extrema-direita, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros de Portugal teceu críticas "a quem quer que as relações entre Portugal e os países da CPLP sejam baseadas em ressentimentos".

No âmbito desta sessão plenária, Paulo Rangel disse que “Portugal não tem medo da sua história e, por isso, lutará sempre pela isenção, pela imparcialidade, pela verdade histórica” e que irá avançar com pedidos de desculpas. O governante anunciou ainda que o executivo português está a “desenvolver esforços” para que haja cursos de tétum e crioulo nas faculdades de letras das universidades portuguesas.

Por:Mussá Baldé|RFI
Conosaba/.rfi.fr/pt

«Pela 2ª vez, Djanbacatam bas di berquilo, na moda!» CIDADÃO ANGOLANO DETIDO NO AEROPORTO DE BISSAU COM UM QUILOGRAMA DE DROGA


Um cidadão angolano foi detido na tarde desta terça-feira, 14 de maio de 2024, com um quilograma de droga (cocaína) no aeroporto internacional Osvaldo Vieira.

O suspeito, que se preparava para viajar no voo da companhia aérea portuguesa (TAP) com destino a Lisboa (Portugal), foi detido por agentes da Polícia Judiciária com a droga dissimulada num saco plástico escondido no interior das suas calças (boxer).

O angolano de 49 anos de idade, suspeito do tráfico de droga, vai ser apresentado amanhã (quarta-feira), 15 de maio, ao Ministério Público para a primeira audição e consequente aplicação da medida de coação.

Recorde-se que, no último sábado, um cidadão luso guineense foi detido com 74 cápsulas de droga, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, quando também se preparava para viajar para Lisboa.

Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb

«N'dé Sany, nha Balantas, em ultimo lugar na tabela!» Guines-Liga: PEFINE SOMA SEGUNDA VITÓRIA CONSECUTIVA E BENFICA CONTINUA INVICTA NA PROVA

Após o cumprimento da 21ª jornada do Campeonato Nacional da primeira divisão de futebol “Guines-Liga” da presente temporada 2023-2024, vários clubes, com poucas possibilidades para subir de nível, continuam a lutar pela manutenção na prova.

Seis clubes estão na zona crítica da tabela classificativa e com fortes possibilidades de descerem de divisão nesta época desportiva, nomeadamente: o Sporting Clube de Bafatá, o Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa, Binar FC, Tigres de São Domingos, Flamengo de Pefine e os Portos de Bissau.

No último fim de semana, alguns clubes em situação crítica somaram pontos que poderão permitir-lhes continuar a sonhar com a manutenção, numa altura em que restam somente 9 jornadas para o fim da Guines-Liga.

O Flamengo de Pefine, por exemplo, um dos clubes em estado crítico, venceu os Portos de Bissau e somou a segunda vitória consecutiva na prova, agudizando a crise de resultados na equipa dos estivadores.

Em partida realizada no domingo último, 12 de maio, no Estádio Lino Correia em Bissau, derrotou os Portos de Bissau por 1 a 0, em partida que encerrou a 21ª jornada.

O único golo da partida foi marcado por intermédio de Abulai Sambú, aos 74 minutos da partida. Foi uma partida especial para o jovem treinador dos Portos de Bissau, Ivanilson Inácio Missanga, vulgarmente conhecido por “Ata”, uma vez que defrontou a sua antiga equipa, o Flamengo de Pefine.

Com esta derrota diante da equipa sediada no bairro de Pefine em Bissau, os Portos de Bissau, que prometeram muito no início da época desportiva, mergulharam novamente numa crise de resultados, quatro jogos consecutivos sem vencer. Os Estivadores empataram com o FC Sonaco, perderam diante dos Arados de Nhacra, do Sporting Clube da Guiné-Bissau e do Flamengo de Pefine.

O Flamengo de Pefine tem 17 pontos na tabela classificativa, saiu do último posto que está ocupado agora pelo Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa, um dos clubes de futebol da Guiné-Bissau que atravessa maus momentos da sua história, derivados da crise de liderança. Enquanto os Portos de Bissau continuam com 23 pontos.

Em Bafatá, a segunda capital do país, a formação local voltou a empatar pela segunda vez consecutiva. Depois do empate na jornada anterior diante do Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa, o Sporting Clube de Bafatá recebeu e empatou frente ao Binar FC 0 a 0.

Em Bafatá, as duas equipas aflitas na tabela classificativa, não conseguiram realizar uma grande partida de futebol e como resultado dessa fraca exibição, o jogo terminou a zero bolas.

Com este empate, o Sporting Clube de Bafatá e o Binar FC passam a somar 19 pontos na tabela classificativa, respetivamente.

Em Mansoa, norte da Guiné-Bissau, o clube local, que venceu a Guines-Liga, foi derrotado por 1 a 0, em partida da 21ª jornada, agravando a situação do histórico clube nacional.

O Clube de Futebol Os Balantas de Mansoa, que empatou na jornada anterior frente ao Sporting Clube de Bafatá, foi derrotado pelo FC Sonaco no seu reduto, o que levou o clube a cair para o último lugar na prova.

Com este resultado, o FC Sonaco, que travou o campeão nacional, o FC Canchungo na jornada anterior, tem 27, enquanto os Balantas de Mansoa continuam com 15 pontos.

Em Canchungo, a formação local, que luta “mano a mano” com o Sport Bissau e Benfica na luta pelo título nacional, regressou aos triunfos com uma vitória tangencial diante dos Arados de Nhacra, que está a ser uma equipa sensação esta época desportiva.

O FC Canchungo, campeão nacional, recebeu e venceu os Arados de Nhacra por 1 a 0. Segundo relatos da imprensa local, os Lobos de Canchungo não entraram melhor na partida e mesmo jogando em casa, não foi capaz de impor a sua capacidade e, em consequência, foi a formação de Nhacra que assumiu as investidas da partida, principalmente na primeira parte.

Na segunda parte, o FC Canchungo equilibrou a partida em busca de golos e apenas conseguiu vencer a partida graças ao golo de Vicente Correia (Mbappé), que permitiu o clube somar três pontos.

Com esta vitória, o FC Canchungo continua no segundo lugar com 48 pontos, enquanto os Arados de Nhacra têm 27.

Em São Domingos os Tigres de São Domingos continuam em crise. Esta equipa não vence há vários jogos na competição e está numa situação crítica na tabela.

Na 21ª jornada da Guines-Liga, os Tigres de São Domingos foram derrotados em casa por 3 a 2 pela União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB), um jogo em que foram marcados 5 golos.

Em 21 jogos realizados até agora, os Tigres de São Domingos conseguiram 4 vitórias, 5 empates e 12 derrotas e foram alcançados agora na tabela classificativa pelo Flamengo de Pefine, após a vitória diante dos Portos de Bissau.

A UDIB, que vem de um empate e uma derrota nas duas últimas jornadas, regressou às vitórias frente aos Tigres de São Domingos, sacudindo a pressão da crise de resultados.

Com este resultado, a UDIB isola-se na terceira posição com 37 pontos, estando apenas atrás do Canchungo e do Benfica. Enquanto, os Tigres de São Domingos continuam com 17 pontos na tabela classificativa.

Em Bissau, o Sport Bissau e Benfica continua imparável na prova. As Águias continuam a ser o único clube que não conheceu o sabor da derrota na Guines-Liga, após o cumprimento da 21ª jornada da.

Os encarnados, que foram vice-campeões nacionais na época passada, completaram, no último sábado, 21 jogos sem perder e o seu treinador Romualdo José da Silva, “Aldo”, continua a fazer história, mostrando ser uma equipa mais forte em relação aos seus adversários.

Em partida da 21ª jornada da Guines-Liga realizada no Estádio Lino Correia, o Benfica derrotou o FC Cuntum por 4 a 0 e soma 21 jogos sem perder na prova, numa altura em que o campeonato está na contagem decrescente.

Os golos do Benfica foram marcados por Adulai Jaló, Abu Queita e Sadraque Monteiro, que bisou na partida. O jovem extremo está a ser um dos jogadores em grande forma no campeonato nacional.

Com esta vitória, o Benfica continua invicto na prova e lidera a tabela classificativa com 53 pontos, enquanto o FC Cuntum, que não vence há quatro jogos consecutivos, mantém-se com 27 pontos, estando no meio da tabela classificativa da Guines-Liga.

Em Pelundo, a formação local regressou aos triunfos, derrotando o clube com maior número de campeonatos conquistados na Guiné-Bissau. Trata-se do histórico Sporting Clube da Guiné-Bissau, orientado pelo treinador experiente, Pedro Dias.

O FC Pelundo recebeu e derrotou no seu reduto a formação leonina de Bissau 2 a 1, o que lhe permitiu somar três pontos.

A formação nortenha, que vem de uma derrota no reduto dos Arados de Nhacra na jornada anterior, travou na 21ª jornada da Guines-Liga, o Sporting Clube da Guiné-Bissau, um dos candidatos ao título nacional.

De acordo com os relatos da imprensa local, os Lobos de Pelundo entraram melhor na partida, assumindo completamente as investidas frente à formação leonina e marcou o primeiro golo por intermédio de Davide Indjai.

Na segunda parte, o Sporting equilibrou a partida e conseguiu empatar o jogo, mas a formação de Pelundo conseguiu chegar ao golo de triunfo na reta final da partida, graças ao golo de Balamoussa Sadiaw.

Com este triunfo, o FC Pelundo tem 32 pontos e ocupa a sexta posição, enquanto o Sporting mantém-se no quinto lugar com 33.

Em Bula, região de Cacheu, o Nuno Tristão FC Bula venceu, em casa, o Clube Desportivo e Recreativo de Gabú, por 2 a 1, em partida da 21ª jornada da Guines-Liga. Foi uma partida bastante equilibrada, mas a formação de Bula teve mais sorte e neste momento está entre as duas equipas que estão no meio da tabela.

O Nuno Tristão FC Bula, que foi derrotado na semana passada em Bissau diante do Flamengo de Pefine, travou, nesta jornada, o Clube Desportivo e Recreativo de Gabú, considerado um dos candidatos ao título nacional.

Com esta vitória, o Nuno Tristão FC Bula tem 27 pontos na tabela e o Clube Desportivo e Recreativo de Gabú mantém-se no quarto lugar com 33.

Resultados completos da 21ª jornada da Guines-Liga:

Bafatá 0 Binar 0

Mansoa 0 Sonaco 1

Pelundo 2 Sporting 1

São Domingos 2 UDIB 3

Benfica 4 Cuntum 0

Canchungo 1 Nhacra

Bula 2 Gabú 1

Portos de Bissau 0 Pefine 1

Classificação:

1 – Benfica tem 53 pontos,

2 – Canchungo tem 48 pontos,

3 – UDIB tem 37 pontos,

4 – Gabú tem 33 pontos,

5 – Sporting tem 33 pontos,

6 – Pelundo tem 32 pontos,

7 – Sonaco tem 27 pontos,

8 – Cuntum tem 27 pontos,

9 – Nhacra tem 27 pontos,

10 – Bula tem 27 pontos,

11 – Portos de Bissau tem 23 pontos,

12 – Bafatá tem 19 pontos,

13 – Binar tem 19 pontos,

14 – São Domingos tem 17 pontos,

15 – Pefine tem 17 pontos,

16 – Mansoa tem 15 pontos.

O Sport Bissau e Benfica e o FC Canchungo envolveram-se em mais um duelo para a conquista do Campeonato Nacional de futebol da primeira divisão “Guines-Liga” da presente temporada na Guiné-Bissau, como sucedeu na época passada.

As duas equipas ocupam os dois primeiros lugares da tabela classificativa da competição e com larga distância em relação aos restantes adversários que os seguem nessa luta pelo título nacional.

Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb