O líder da Coligação Plataforma Inclusiva (PAI – Terra Ranka), Domingos Simões Pereira, denunciou as detenções arbitrárias e agressões contra os políticos que estiveram numa passeata organizada pelas coligações PAI – Terra Ranka e API – Cabas Garandi, nomeadamente, Joana Cobna Nhanca, Vicente Fernandes, José Carlos Cá e mais dois elementos da API-CG, tendo pedido a mobilização do povo, as estruturas de base partidárias e toda sociedade guineense em geral para saírem à rua para manifestação política com o propósito de exigir a reposição da legalidade democrática na Guiné-Bissau no próximo dia 24 de novembro.
“Todo o cidadão guineense que sente que as instituições não estão a trabalhar, as escolas não estão a funcionar, não existe a segurança no país e todo o povo e acima de tudo aqueles que estão a dormir a fome, vamos sair à rua para a manifestação política no dia 24 de novembro e provar que ninguém pode domar-nos e se havia essa possibilidade de nos domar seriam os colonos a domar-nos. Se aceitarmos hoje que não podemos andar nos nossos bairros, amanhã vão proibir-nos de entrar nas nossas casas. Não podemos permitir isso nem que seja a última gota de sangue que temos no corpo, é chegado o momento, hoje, para colocarmos tudo a disposição do nosso país”, disse o também presidente da Assembleia Nacional Popular.
Simões Pereira denunciou na sua comunicação feita hoje (quinta-feira), na página oficial da rede social do seu partido (PAIGC), a tortura de seus colegas políticos, acrescentando que a líder do Movimento Social Democrático (MDS), Joana Cobna Nhanca foi detida pelas forças polícias por ter participado na passeata.
“Quero testemunhar que na nossa frente os nossos colegas foram torturados pelos policias. A nossa colega, Joana foi detida. A única culpa cometida pela Joana é sair para andar no chão da Guiné-Bissau enquanto cidadã nacional”, criticou, para de seguida revelar que o presidente do Partido da Convergência Democrática PCD), Vicente Fernandes, foi brutalmente agredido por vários elementos das forças de segurança e o colocaram no carro levando por um lugar desconhecido.
“Desconhecemos, neste momento, a situação de Vicente Fernandes. O nosso camarada José Carlos Cá, também está detido. Ainda assistimos à detenção de dois elementos que acompanham o nosso camarada Baciro Dja, vice-presidente da API (Cabas Garandi), ou seja, vários camaradas foram detidos sem terem cometido nenhum crime. São cidadãos nacionais que decidiram andar nos bairros do seu país ou só porque os partidos políticos decidiram juntar-se através da coligação, para organizar uma passeata, então é crime hoje na Guiné-Bissau?”, questionou.
Domingos Simões Pereira disse que a luta travada hoje pelos partidos é também uma luta para os cidadãos que estão sentados nas “bancadas” nos bairros e sobretudo para as pessoas que estão desempregadas.
Questionou ainda se o ministro do Interior e da Ordem Pública que é um político e líder de uma formação política pode vestir uniforme militar e tirar os seus militantes para manifestação política à frente do Palácio da República e dizer o que quer, “porque está a aplaudir quem é o Presidente da República”.
“Quem não aplaudir o Presidente da República tem que ser bombeado à gás lacrimogêneo. Estamos a recolher evidências e se se confirmar que estamos a ser bombeados com gás cujo prazo de validade expirou desde 2020. Está escrito naw cápsulas do gás que foi produzido em 2015 e expiraria em 2020, portanto há 4 anos estão a bombear a população com gás lacrimogêneo que está fora do prazo”, disse.
Revelou, neste particular, que ao líder da bancada do PAIGC, Califa Seide, foi lançado direto uma granada de gás lacrimogêneo que o acertou na cabeça.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb