É dever de todo o cidadão participar ativamente em tudo quanto possa contribuir para o desenvolvimento do seu país, do país que o viu nascer ou por adoção. E isso chama-se Exercício da Cidadania Ativa e Consciente, porque não o fazendo pode-se considerar a demissão pura e simples daquilo que são os deveres mais elementares.
Estando ou não de acordo com o regime, da forma como surgiu está arquitetura, mas reconhecer os esforços iniciados, agora, na perspetiva do combate a corrupção, é manifestar de forma sincera a sua honestidade intelectual. É dar o seu apoio total e incondicional aos esforços em curso.
Há muito que se reclamava que à Polícia Judiciária, a Inspeção e os outros órgãos vocacionados a combater o crime económico e outras ameaças à boa governação, devem ser dotados dos indispensáveis meios, por forma a atingirem os objetivos para que foram criados.
Não sendo o porta-voz do povo, mas mesmo assim permito-me dizer que esse heroico povo se regozija pelas medidas repressivas que estão a ser tomadas para desencorajar as práticas que têm sido uma constate de todo o Guineense nomeado para um cargo de responsabilidade no aparelho do estado, diretores, gerais, membros de conselho de administração nas empresas públicas ou participadas, membros do governo, governadores, administradores, etc.
O que aconteceu no ministério da saúde e que certamente irá estender-se a outros departamentos estatais, não pode de forma alguma ser considerado perseguição ou algo que a isso se assemelhe, mas sim, a implementação de medidas de gestão que são universais e que vão de encontro aquilo que se poderia chamar de boa governação, isto é, proceder ao diagnóstico e avaliar o estado da gestão corrente, por forma a corrigir-se o tiro.
É precisamente o que foi efeito em relação aquilo que foi verificado no ministério da saúde como sendo anomalias, suscetíveis, de alguma forma, de comprometer a cooperação que se quer continua e profícua com os parceiros de desenvolvimento, e não só.
Uma palavra de louvor e apreço ao USE, do Ministério Público. DJARAMA! Dizia o PULÓ, isto é, obrigado! Obrigado por começar a mostrar de novo ao Guineense, aquele Dr.Bacari Biai que no passado constituiu o orgulho de todos, todos aqueles que sonhavam com uma Guiné cujo futuro era promissor.
EAGB, Ministério da Agricultura, bem como outros departamentos que aqui não consigo enumerar, merecem ter os seus dossiês concluídos, e os eventuais prevaricadores levados à justiça para pagarem pela prática de crimes lesivos aos interesses deste povo sofredor.
Mas também não basta levar os malfeitores à justiça, importa sim, confiscar todos os bens adquiridos ilicitamente e, em relação aos bens no estrangeiro, persegui-los judicialmente nos países onde esses bens adquiridos, à semelhança do que está a acontecer, e tem acontecido noutras partes do mundo.
Não é possível que alguém que não herdou absolutamente nada, aliás nem podia herdar, porque conhecemos aqueles que durante a época colonial tinham alguns bens, e com a liberalização económica são também conhecidos os empresários que, com o seu esforço e algum apoio da banca e do estado, conseguiram acumular alguma riqueza, de um dia para outro aparecem a nossa frente com invejáveis bens móveis e imóveis, só por terem desempenhado um alto cargo do Estado.
As medidas têm de ser duras por forma a desencorajar, daqui para a frente, eventuais candidatos a essa aventura criminosa.
O povo não vai admitir que se perpetue essa do passado, de se fazer muito barulho a volta de um crime, e passado algum tempo, voltar-se aquela situação de – suma Mon. di sal na iagu. Aconteceu com o caso EAGB, ministério da agricultura e com tantos outros departamentos, e é bom que não se fechem os olhos sobre este crime que tem minado os esforços das novas autoridades.
O Presidente Umaro Sissoco Embalo, e o seu primeiro-ministro, não obstante o princípio da separação de poderes consagrado no nossa Constituição da República, têm uma grande responsabilidade e uma soberana oportunidade para marcarem este país, com uma marca indelével, para quando deixarem de exercer serem recordados com orgulho. Mas para isso também, devem ser os primeiros a dar o exemplo e serem modelos, sobretudo para a juventude, que está ávida de ver transformado o seu país.
Que se proceda a auditoria de todos os departamentos geradores de receitas e das empresas públicas e participadas, monitorando de perto os responsáveis no seu comportamento do dia-a-dia. Não é uma tarefa difícil, porque existem os homens devidamente formados ao nível dos órgãos vocacionados ao combate ao crime para detetarem os malfeitores, muito deles, apressados em adquirir ou construir, no mais curto espaço de tempo depois de serem nomeados.
Há que pôr termo a esta prática, e se necessário, de forma violenta. E uma coisa é certa. Se houvesse a coragem de confiscar os bens adquiridos ilicitamente pelos altos responsáveis deste país, e fossem vendidos e as receitas revertidas a favor do Estado, o Tesouro Público não teria nunca problemas de liquidez, e os combatentes da liberdade da pátria que ainda restam, não estariam a enfrentar toda esta vida miserável a que estão votados.
Força e coragem no combate a corrupção e ao banditismo no Estado, para que a Guiné volte a gozar aquilo prestígio do passado.
Que o diga, um “famoso e polémico” comentador da RDA-África, que foi o primeiro a provar o veneno da corrupção, quando foi preso durante a primeira República.
Deus abençoe a Guiné-Bissau!
Por: yanick Aerton
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