O Presidente guineense auscultou hoje os partidos com assento parlamentar, o Governo e a Comissão Nacional de Eleições para marcar legislativas antecipadas, que pretende se realizem a 24 de novembro, com algumas formações a exigirem as presidenciais este ano.
Umaro Sissoco Embaló realizou hoje auscultações aos partidos com assento no parlamento, por si dissolvido em dezembro de 2023, com o Governo e com a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Dois dos quatro partidos com assento parlamentar, a Plataforma Aliança Inclusiva (PAI -Terra Ranka, maioritária nas eleições de junho de 2023) e o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), disseram aos jornalistas que a audiência "serviu apenas para ouvir o Presidente" quanto à data das legislativas, 24 de novembro próximo.
"Não nos foi dada oportunidade para dizer o que quer que seja. Se nos tivesse perguntado teríamos aconselhado que se acautelasse a data das eleições. O mandato do Presidente está no fim", afirmou Abel da Silva, secretário nacional do Madem.
Uma das vice-presidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC, que lidera a coligação PAI - Terra Ranka), Dan Yala, reiterou as exigências da força política deposta pelo Presidente, no sentido de o parlamento ser reaberto e se realizarem eleições para escolha da nova direção da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e no Supremo Tribunal de Justiça.
A PAI-Terra Ranka defende que devem ser convocadas eleições presidenciais ainda em 2024, uma vez que a partir de fevereiro próximo "o mandato do atual Presidente entra em caducidade", de acordo com Dan Yala.
Tanto Dan Yala como Abel da Silva remeteram para as respetivas direções dos partidos que representam um posicionamento sobre se aceitam ou não participar nas eleições legislativas antecipadas de 24 de novembro.
Dois outros partidos com assento no parlamento dissolvido, o PRS e PTG, declararam concordar com a realização das legislativas antecipadas em novembro.
Félix Nandungue apresentou-se na audiência presidencial como presidente do Partido da Renovação Social (PRS), depois de ser eleito no congresso dos "incorformados", que decorreu em simultâneo com o congresso que elegeu como líder Fernando Dias, até então presidente interino.
Tanto Feliz Nandungue como Secuna Baldé, da direção do Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG), afirmaram-se "prontos e disponíveis" para participar nas legislativas de novembro.
Fernando Dias, presidente da outra ala do PRS, que se assume como a direção legítima, não foi convidado para a audiência, segundo fontes do seu gabinete.
O ministro da Administração Territorial, Marciano Barbeiro, acompanhado do titular da pasta das Finanças, Ilídio Vieira Te, anunciou que o Governo "fará os possíveis" para criar as condições para que as eleições legislativas tenham lugar na data marcada pelo Presidente.
O presidente interino da CNE, o juiz Mpabi Cabi, afirmou que, para a sua instituição, as eleições podem ocorrer na data marcada por Umaro Sissoco Embaló, "desde que haja meios financeiros".
Antes de viajar para China em visita oficial, na semana passada, o Presidente da República anunciou que, quando regressasse, iria marcar a data das eleições legislativas antecipadas para 24 de novembro próximo.
Questionado por jornalistas sobre as exigências de alguns partidos sobre a realização das presidenciais ainda em 2024, Umaro Sissoco Embaló afastou esse cenário, remetendo esse escrutínio para 2025, embora o seu mandato termine em fevereiro do próximo ano.
Conosaba/Lusa
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