No Senegal a oposição apela a uma marcha este domingo 4 de Fevereiro para protestar contra a decisão do Presidente Macky Sall, que adiou indefinidamente as eleições presidenciais previstas para 25 Fevereiro. Um dispositivo de forças de segurança está colocado em todos os pontos estratégicos da capital senegalesa.
O processo eleitoral no Senegal foi adiado por tempo indeterminado.
A decisão foi tomada pelo Presidente Macky Sall, que anunciou, no sábado 3 de Fevereiro, a revogação do decreto que convoca as eleições presidenciais, marcadas para 25 de fevereiro, a poucas horas do início da campanha eleitoral, sem fixar nova data.
O chefe de Estado justificou a medida com a polémica levantada em torno da lista final de candidatos, invocando o conflito que surgiu entre o Conselho Constitucional e a Assembleia Nacional após a validação definitiva pelo tribunal de 20 candidaturas e a eliminação de várias dezenas de outras.
Esta decisão de Macky Sall motivou a renúncia do Ministro Secretário-Geral do Governo actual, Abdoul Latif Coulibaly e foi rejeitada pela classe política e a sociedade civil senegalesa, provocando uma reacção no seio da oposição que apelou a uma marcha de protesto a 4 de Fevereiro.
A oposição considera tratar-se de um golpe constitucional e violação do estado democrático e decidiram mesmo boicotar a proposta do diálogo nacional que Macky Sall pretende implementar.
O adiamento das eleições, anunciado no sábado por Macky Sall, num contexto de crise política, causou preocupação também a nível internacional.
A Cedeao exprimiu a sua "preocupação" e pediu às autoridades que trabalhassem para fixar rapidamente uma nova data, assim como a União Europeia, que afirmou no domingo que esta decisão abre um "período de incerteza" no país, e apelou a eleições "o mais rapidamente possível".
A França apelou o Senegal a realizar o escrutínio "no melhor prazo possível" e os Estados Unidos, "profundamente preocupados", exortaram os actores políticos a "empenharem-se pacíficamente" para "fixar rápidamente uma nova data e as condições de uma eleição livre e justa".
É a primeira vez desde 1963 que uma presidência é adiada no Senegal, um país que nunca sofreu um golpe de Estado.
Por: Cândido Camará|RFI
Conosaba/rfi.fr/pt
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