Vindo de Lisboa, Camará é visto num vídeo, divulgado nas redes sociais do MADEM-G15, a vociferar e a ser levado para fora do aeroporto por dirigentes do seu partido.
O coordenador do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM — G15), Braima Camará, denunciou este sábado a ditadura na Guiné-Bissau ao reagir a uma situação com a polícia e militantes do seu partido no aeroporto de Bissau.
Vindo de Lisboa, onde esteve em visita privada nos últimos dias, Camará é visto num vídeo, divulgado nas redes sociais do MADEM-G15, a vociferar e a ser levado para fora do aeroporto por dirigentes do seu partido.
“Isso não é normal, é intolerante, vim para morrer no meu país. Basta, chega, isso é ditadura, não é possível”, afirmou Braima Camará, que estava a ser puxado pelos braços por dirigentes do seu partido para uma viatura.
Uma fonte do MADEM disse à Lusa que pelo menos doze militantes do partido se encontram detidos na Segunda Esquadra, em Bissau, entre os quais um deputado.
Aqueles elementos estavam no aeroporto internacional Osvaldo Vieira quando Braima Camará chegou a Bissau.
Fonte da polícia disse à Lusa que aqueles elementos do MADEM “resistiram à ordem de dispersão” que lhes foi dada, momentos antes da aterragem do voo que trouxe o coordenador do partido.
O MADEM, formado na sua maioria por dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), faz parte do Governo de iniciativa do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que atualmente está no poder.
O partido, cofundado por Sissoco Embalo em 2018, apoiou o atual chefe de Estado para chegar à presidência da Guiné-Bissau nas eleições presidenciais de 2019.
A polícia guineense emitiu, no dia 16 de janeiro, uma ordem de proibição de quaisquer manifestações ou comícios públicos em decorrência de operações de busca e apreensão de armas de fogo em curso no país.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos classifica a medida da polícia como violação “de forma mais vil alguma vez vista” da Constituição da Guiné-Bissau.
Conosaba/Lusa
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