O presidente cessante da Libéria, George Weah, admitiu esta sexta-feira 17 de Novembro a sua derrota nas eleições presidenciais face ao opositor Joseph Boakai, no primeiro escrutínio realizado sem a presença da missão das Nações Unidas no país.
O Presidente cessante da Libéria e lenda do futebol, George Weah, admitiu a derrota e felicitou Joseph Boakai pela vitória nas eleições presidenciais de 14 de Novembro. Os resultados, ainda não definitivos, publicados pela comissão eleitoral a 17 de Novembro deram 50,89% a Joseph Boakai, 78 anos, e 49,11% a George Weah.
Num discurso na rádio pública, George Weah, eleito em 2017, admitiu que o seu partido "perdeu as eleições, mas a Libéria venceu", avançando ainda ter falado "com o Presidente eleito Joseph Boakai para o felicitar pela vitória”.
Estas são as primeiras eleições organizadas sem a presença da missão das Nações Unidas no país, criada em 2003 para garantir a paz depois das guerras civis que mataram mais de 250 mil pessoas em 14 anos (1989-2003), um conflito cuja memória ainda se mantém viva.
Um dos desafios da eleição residia na estabilidade do processo e na aceitação dos resultados, numa região abalada por sucessivos golpes de Estado, como no Níger, no Mali ou no Burkina Faso.
Os observadores da União Europeia e da Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que acompanharam as eleições saudaram o desenrolar “globalmente pacífico” da segunda volta das presidenciais, depois de confrontos durante a campanha eleitoral que causaram várias mortes e fizeram temer a ocorrência de violência pós-eleitoral.
Vencedor, Joseph Boakai foi escolhido para dirigir nos próximos seis anos este país anglófono de cerca de cinco milhões de habitantes, um dos mais pobres do mundo, em que um em cada cinco habitantes vive com menos de 2,15 dólares por dia, segundo o Banco Mundial. Joseph Boakai foi vice-presidente, entre 2006 a 2018, de Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher eleita chefe de Estado em África e prometeu desenvolver as infrastructuras do país e melhorar a vida dos mais pobres.
As mesmas promessas já tinham sido feitas por George Weah, Presidente cessante, eleito em 2017 precisamente face a Boakai. Ex-craque do futebol internacional, tendo passado por clubes europeus como o AC Milan ou o Paris Saint-Germain, o mandato presidencial de Weah foi criticado por não ter cumprido as suas metas, como lutar contra a corrupção.
O duelo político foi muito mais renhido desta vez e Joseph Boakai, apesar da sua idade, vingou-se de quem o derrotou na segunda volta em 2017, fazendo alianças com personalidades influentes, incluindo o ex-chefe de guerra e senador Prince Johnson, que, seis anos atrás, apoiava o Presidente cessante George Weah.
Por: RFI com Conosaba do Porto
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