A Agência de Notícias da Guiné (ANG) e a Agência de Notícias de Portugal (Lusa) assinaram esta quarta-feira, 25 de outubro de 2023, um acordo de cooperação que centrado na troca de informações e de materiais, bem como na capacitação dos profissionais da ANG.
A assinatura do acordo entre as duas agências foi testemunhada pelo Secretário de Estado da Comunicação Social, Francisco Muniro Conté, e pela representação da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau.
O acordo terá duração de três anos e caso não haja nenhuma correção de uma das partes será automaticamente retomado e não prevê nenhuma contrapartida.
Depois da formalização do acordo, o diretor geral ANG, Salvador Gomes, afirmou que o acordo celebrado com a Lusa marcará uma espécie de relançamento de serviços da ANG, ajudará que haja um impacto no processo de relançamento de serviços dos correspondentes regionais.
Salvador Gomes defendeu que a ANG não pode continuar a funcionar sem correspondentes regionais, lembrando que o acordo tem dois aspetos fundamentais, a formação dos técnicos e troca de material informativo.
O diretor geral da ANG justificou que solicitaram a formação porque a agência tem novos quadros saídos das universidades que precisam de uma prática intensiva do jornalismo, um trabalho de campo, para se adaptarem aos aspetos práticos da profissão.
“A ANG terá acesso aos materiais informativos produzidos pela Lusa como áudios, vídeos e textos, inclusive podem requisitar alguns trabalhos especiais da Lusa, bem como a Lusa pode fazê-lo com a ANG”, assinalou.
Salvador Gomes defendeu a necessidade de enquadrar os profissionais da ANG à linguagem escrita de uma agência, para de seguida, avançar que o acordo irá permitir a capacitação dos jornalistas da ANG, através de um programa que será submetido à Lusa.
“Havia um acordo com a Lusa desde os anos oitenta, assinado desde os primeiros tempos de vida da agência. Chegou um momento em que a Lusa fez várias reformas e o Estado focou-se em 49 porcento das ações, dali entraram os privados, o que levou à Lusa a não trabalhar mais de graça. Submeteu-nos um acordo de cooperação que tinha contrapartidas que a ANG seria obrigada a satisfazer”, disse.
Por sua vez, a delegada da Lusa na Guiné-Bissau, Helena Fidalgo, realçou o momento em que o acordo foi celebrado, sobretudo no mundo da comunicação em que “os jornalistas estão a ser bombardeados nas redes sociais”, que às vezes não sabem como enfrentar esses desafios.
Helena Fidalgo frisou que quanto mais conseguirem colaborar, trabalhar e vencer as questões da propaganda, desinformações, melhor vão conseguir fazer chegar a todos uma informação isenta, trabalhada e verificada, sobretudo fazer as pessoas saberem diferenciar as redes sociais do verdadeiro jornalismo.
O secretário do Estado da Comunicação Social, Francisco Muniro Conté, disse que o acordo tem três dimensões como sinais de relançamento da cooperação entre a Guiné-Bissau e Portugal, a dimensão de ter a Lusa como um parceiro, uma agência que ocupa lugares cimeiros do mundo em termos de dinâmica de comunicação.
O governante frisou que ter parceria com a Lusa significa usufruir das vantagens de poder cooperar com uma agência que tem um perfil de tratamento de notícias e das regras, sobretudo em matérias do respeito do código de deontologia, da isenção, da imparcialidade e da observância do contraditório.
“A terceira dimensão é que a ANG tinha projetado à sua frente um novo desafio, que nos anos oitenta e noventa funcionava como uma espécie repositória e as suas informações eram difundidas na Radiodifusão Nacional, o que não tem acontecido ultimamente”, lembrou e disse que a competente formação irá relançar o desafio da ANG de retomar o seu figurino de agência “muito importante” no fornecimento de notícias e de informações para os demais órgãos de comunicação social.
Por: Carolina Djemé
Conosaba/odemocratagb
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