O presidente da Associação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (ANAPROMED), Sene Bacai Cassamá, disse que a sua organização vai avançar com uma queixa-crime no Ministério Público contra a Embaixada de Portugal em Bissau.
Bacai Cassamá fez esse anúncio em conferência de imprensa realizada esta quinta-feira, 26 de outubro de 2023, em reação à carta recebida da Embaixada, endereçada à sua organização, na qual a embaixada terá afirmado que os documentos recebidos da ANAPROMED eram falsos e sem garantias, razão pela qual não lhes foram concedidos vistos de entrada para Portugal.
Os associados da ANAPROMED foram convidados para participar no quarto congresso mundial da Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos realizado na Bélgica, de 2 a 5 de outubro de 2023, mas não puderam viajar porque não receberam os vistos da Embaixada de Portugal, que lhes permitiriam entrar em Lisboa e seguir a viagem para a Bélgica.
O responsável da associação revelou aos jornalistas que a federação internacional dos trabalhadores domésticos anunciou que vai apresentar igualmente uma queixa-crime contra a embaixada de Portugal em Bissau, por ter recusado emitir vistos para os membros da ANAPROMED, convidados para participar no quarto congresso daquela organização.
“A embaixada de Portugal pratica atos de corrupção. Devolveram-nos os nossos passaportes, mas ficaram com o nosso dinheiro. Somos três pessoas e cada uma pagou uma verba de 97.750 francos CFA para a emissão dos vistos” disse, acrescentando que foram obrigados a pagar uma soma de 13.500 francos CFA para terem acesso ao carimbo, sem avançar mais pormenores sobre o assunto.
“A Federação Internacional dos Trabalhadores Domésticos entrou em contacto com a embaixada de Portugal e enviou todos os documentos necessários sobre o congresso. Perguntaram ainda à embaixada se tem competência para emitir vistos Schengen e esta confirmou que emite vistos Schengen”, declarou, indicando que os três membros da associação convidados para o congresso entregaram todos os documentos no dia 14 de agosto deste ano.
O ativista pelos direitos dos trabalhadores domésticos desafiou a embaixada a entregar as provas das alegações feitas na carta, caso contrário a sua organização vai realizar uma marcha popular a 14 de novembro.
Disse que não receberam vistos, porque a embaixada terá comunicado à organização que terá recebido ordens das autoridades do país, sem indicar quem teria dado tais ordens, para não lhes serem emitidos os vistos, porque “falamos mal do país lá fora, aliás, apenas dá vistos a quem quiser”.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N
Conosaba/odemocratagb
Sem comentários:
Enviar um comentário