Militares da Cedeao durante uma reunião dos chefes de Estado Maior do bloco em Accra, Gana, 17 de Agosto de 2023. REUTERS - FRANCIS KOKOROKO
Os chefes militares da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, reunidos ontem em Accra no Gana, asseguraram que se as opções pacíficas fracassarem, vão optar por uma "intervenção militar cirúrgica" contra a junta militar no Níger.
A data do início da operação "está fixada", anunciou, sem a comunicar, o comissário para os assuntos políticos da CEDEAO, Abdel-Fatau Musah. Durante a reunião, os responsáveis militares da organização estabeleceram um plano de intervenção e um acordo sobre os "equipamentos" e os "recursos", avançou ainda Abdel Fatau Musah.
Vários aspectos deste plano de emergência continuarão a ser classificados como "segredo de defesa" e a sua informação confidencial.
No entanto, a organização regional avança, em comunicado, que os países contribuintes Benim, Costa do Marfim, Senegal e Guiné-Bissau poderiam fornecer conjuntamente cerca de 5.000 militares. O contingente nigeriano deve ser o mais importante da força mas ainda não se conhece o número de efectivos do país.
Para ser totalmente validado, o projecto deve ainda ser aprovado pela Conferência dos Chefes de Estado da CEDEAO. Os países da região mostram-se divididos, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem explicitamente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.
No outro extremo, os vizinhos Mali e Burkina Faso, governados por juntas militares e suspensos da CEDEAO desde os golpes de Estado de 2020 e 2022, opõem-se ao uso da força e ameaçaram com retaliação.
Cabo Verde rejeita a resposta militar, defendendo antes a via diplomática e esteve ausente na reunião em Accra a 17 e 18 e Agosto.
Até agora, as delegações da organização regional não conseguiram encontrar-se com o general Tiani, o líder da junta militar e o novo homem forte do país.
Texto por: RFI
Conosaba/.rfi.fr/pt/
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