Cerca de 200 detidos e presos em seis centros de reclusão da Guiné-Bissau estiveram três semanas sem fornecimento de alimentação por parte da empresa contratada pelo Governo, disse hoje à Lusa o diretor dos estabelecimentos prisionais.
Cherno Sano Jaló explicou que a empresa deixou de fornecer alimentos alegando falta de pagamento da verba mensal de cerca de 25 mil euros que o Ministério das Finanças disponibiliza para dois estabelecimentos prisionais e outros tantos centros de detenção de Bissau, um de Mansoa, no centro do país, e outro em Bafatá, no leste.
O diretor dos centros de reclusão de pessoas na Guiné-Bissau adiantou que a situação voltou à normalidade na quinta-feira, dia 17, após uma intervenção “de um alto responsável do país” junto da empresa, que alegava um atraso de dois meses no pagamento por parte do Ministério das Finanças.
Cherno Jaló indicou que durante as três semanas sem fornecimento de comida, os detidos e presos guineenses dos estabelecimentos de Bissau receberam alimentos dos familiares, enquanto os estrangeiros foram apoiados por organizações da sociedade civil e das igrejas.
Nos centros de detenção de Mansoa e Bafatá, organizações da sociedade civil e ex-reclusos forneceram alimentos, segundo Jaló.
O diretor dos estabelecimentos de reclusão, sob a tutela do Ministério da Justiça, pediu que haja “mais atenção” em relação aos detidos, lembrando que “todo o ser humano tem direito à dignidade”, mesmo tendo a liberdade de movimentos condicionada pela lei, disse.
Cherno Jaló observou que o novo ministro da Justiça e Direitos Humanos, Albino Gomes, “tem tratado este assunto pessoalmente”, desde que chegou ao ministério na passada segunda-feira, dia 14.
O responsável indicou ainda que, entre os presos e detidos, em regime de prisão preventiva, os seis centros de reclusão da Guiné-Bissau albergam, atualmente, cerca de 200 pessoas.
Conosaba/Lusa
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