A Empresa da Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB) gerida pela portuguesa, EDP, Portugal, tem neste momento seis faturas em atraso da empresa KARPOWER INTERNATIONAL, que fornece eletricidade à empresa pública, uma dívida estimada em quinze milhões de dólares norte americanos, correspondentes a mais de nove mil milhões de francos cfa.
O Democrata soube que das seis faturas emitidas por Karpower, o ministério das Finanças decidiu pagar três, no valor de 7,5 milhões de dólares americanos (cerca de cinco mil milhões de francos CFA), através de um dos bancos comerciais de Bissau.
Contactado via telefónica, o gabinete da Comunicação da EAGB não confirmou o número de faturas emitidas nem o valor em dívida, mas afirmou que existe uma dívida à empresa Karpower. Contudo, assegurou que a administração da EAGB está a envidar esforços para não deixar os seus clientes sem eletricidade.
MINISTRO DAS FINANÇAS: “GOVERNO É OBRIGADO PAGAR FATURAS DA EAGB, RESULTANTES DA GESTÃO DANOSA DO CONSÓRCIO“
O ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, revelou que o governo é obrigado a pagar as faturas da Empresa da Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB) à empresa Karpower, por causa da gestão danosa do Consórcio que administra a empresa pública nacional, tendo acrescentado que as despesas feitas pelo executivo para pagar as faturas da EAGB não estão previstas no Orçamento Geral do Estado.
Vieira Té fez essas revelações durante a reunião mantida com o vice-presidente do Banco Mundial para a África Ocidental e Central, Ousmane Diagna, em Washington, capital administrativa dos Estados Unidos da América, na terça-feira, 11 de abril de 2023.
Segundo uma nota do ministério das Finanças, a delegação da Guiné-Bissau chefiada pelo titular da pasta das Finanças participou na reunião de primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. A nota informa que na reunião com o Banco Mundial, foi abordada a situação energética, particularmente da Empresa da Eletricidade e Água da Guiné-Bissau, que atualmente enfrenta desafios de reestruturação.
Na reunião com o Banco Mundial, o ministro das Finanças afirmou que o executivo não pode estar a intervir financeiramente numa empresa rentável, razão pela qual decidiu opor-se à gestão do Consórcio que, segundo a sua explicação, conduziu a empresa a esta situação.
Lembrou que a gestão do governo já tinha resolvido a questão, insistindo que o executivo deve assegurar ainda a gestão direta da EAGB, porque “durante a nossa gestão não houve faturas em atraso”.
Por sua vez, o vice-presidente do Banco Mundial para a África Ocidental e Central, Ousmane Diagana, exortou o executivo a trabalhar seriamente na reestruturação da EAGB, como também defendeu a contratação de uma empresa especializada para acompanhar o governo guineense nas futuras negociações com a Karpower, que fornece eletricidade à EAGB.
“O Banco Mundial vai continuar a acompanhar o Governo da Guiné-Bissau para encontrar uma solução duradoura para a EAGB”, assegurou, tendo reconhecido a necessidade daquela instituição financeira internacional de dar assistência à Guiné -Bissau.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocratagb
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