sexta-feira, 3 de março de 2023

O Poder para que Serve?

A arrogância é própria daqueles que julgam que sabem muito, mas de facto talvez não saibam que a mosca tem o mesmo ADN que os humanos.

Um dia conhecemos um grande Mestre, ex-ministro de Salazar e especialista em Ciência Política, e não só. Um homem sério, culto e justo, mas quando examinava, depois do almoço, e pedia um café, era um dia bom para todos os alunos, porque quando pedia uma água das pedras havia muitos candidatos que ficavam para Outubro.

É a maior homenagem que lhe podemos prestar, ao escrever este artigo, em vez de nos juntarmos a certas carpideiras de serviço, no seu funeral, para ficarem na fotografia, enquanto o criticavam quando estava vivo, mas pelas costas. Fomos seu aluno no final dos anos 60 e ali encontramos um dos melhores professores que tivemos na vida. Morreu agora com 100 anos. Era de facto o professor Adriano Moreira.

Um dia ensinou para quem quis aprender que o poder era a capacidade e a oportunidade de coagir terceiros. Aquando da sua passagem pelo Ministério do Ultramar, e devido à Guerra do Ultramar (Março de 61), Salazar chamou-o ao seu gabinete e disse-lhe: Senhor ministro, temos de mudar de política. Ao que ele retorquiu: Perdão, o que vossa excelência tem é de mudar de ministro. O que isto revela é integridade de caracter, como dizia Fidelino de Figueiredo, fidelidade às suas convicções e desapego ao Poder. Moisés Naím, um grande pensador político, afirmou que “o poder hoje é mais fácil de obter, mais difícil de manter e portanto mais fácil de perder”.

Max Cunha, a propósito do mesmo assunto, escreveu: em Democracia o poder está diluído por muitos, é mais difícil obter consensos e por isso é mais difícil ser-se obedecido sem repressão. O poder político só deve servir para servir o povo e nunca para alguém se servir dele, ou para ele servir alguém em particular. Estamos de facto estupefactos com a quantidade de casos suspeitos apesar de continuarmos com a convicção de que António Costa é um homem sério apenas rodeado de alguns que o não são. Mas quem anda à chuva molha-se e, por vezes, o recrutamento tem que ser feito à chuva …

Continuamos surpreendidos com o que se está a passar no País e no Mundo, um pouco ao contrário daquilo que aprendemos no ISCSP, na Junqueira, aonde ainda assistimos à queima dos “livros malditos”, pela extrema-esquerda que hoje, alguns acham que são democratas, apesar de apoiaram a Rússia e estarem contra a União Europeia e a NATO. Sempre pugnámos a favor de um Ministro da Educação com fortes convicções, que lutasse por um País com um Ministério da Educação forte e que pudesse contribuir para um maior elevador social e político para o País como é a Educação, como a igualdade de oportunidades, para todos e também com uma grande coesão.

O futuro, está aberto a todos, dizem, mas no futuro estaremos todos mortos, esta é uma verdade de La Palisse. Recordamos que vamos na quinta geração de licenciados e não só e sabemos bem o seu valor e os seus resultados e ao invés de outros lembramos que alguém possuir várias licenciaturas diferentes é bom o torna mais humilde, por saber que ainda falta muito para saber alguma coisa.

A arrogância é própria daqueles que julgam que sabem muito, mas de facto talvez não saibam que a mosca tem o mesmo ADN que os humanos. O poder político deve servir para proporcionar a todos uma vida digna, com saúde, com literacia e alguma longevidade, é uma das características da vida moderna, a chamada sociedade do tempo livre e do trabalho (pós-moderna). Se assim for vale a pena viver em Portugal, já que é preciso não esquecer que, para as novas gerações, o futuro país deles será aquele em que tiverem maior rendimento mensal, menos obrigações e deveres e maior liberdade para adoptarem um tipo de vida fora dos canones tradicionais.

É preciso não esquecer, segundo as nossas melhores demografas, está previsto que em poucos anos não ultrapassaremos os 8 milhões de habitantes e ai já sabemos como é, pois é difícil de impor uma cultura, como a nossa, aos filhos dos imigrantes, que na sua grande maioria a rejeitam, a saber: a língua, usos, costumes e tradições. Vejam o que se passa em França e imaginem como vai ser Lisboa e Porto daqui a 20 anos, altura em que já cá não estaremos, não por deserção, mas pela lei da vida.

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