quarta-feira, 22 de março de 2023

Guiné-Bissau deve diversificar exportações e limitar dependência de importação de alimentos - BCEAO

A diretora nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Zenaida Lopes Cassamá afirmou hoje que a Guiné-Bissau precisa de diversificar as exportações e limitar a dependência da importação de alimentos.

"Num contexto internacional marcado por crescentes incertezas somos obrigados a estar mais vigilantes, a realizar profundas reformas para acelerar a diversificação das nossas exportações e limitar a nossa dependência de importação de alimentos", disse Zenaida Lopes Cassamá.

A diretora nacional do BCEAO falava na sessão de apresentação das contas externas da Guiné-Bissau, relativas a 2021.

"As transações económicas e financeiras da Guiné-Bissau e o resto do mundo em 2021 resultaram num aumento do excedente do saldo global da balança de pagamentos, em consequência da melhoria de transações correntes, no entanto, é de salientar que a balança comercial, à semelhança dos últimos dois anos apresentou um saldo deficitário", afirmou a responsável.

Com o relatório, salientou a diretora nacional do BCEAO, o Governo pode definir as orientações das políticas económicas, nomeadamente no que diz respeito às "remessas de emigrantes, importante fonte de financiamento do país", e ao incentivo de produção de cereais para minimizar o impacto das importações.

Segundo os dados do BCEAO, o saldo da balança de pagamentos de 2021 apresentou um superávite de 60.716 milhões de francos cfa (cerca de 92 milhões de euros).

O comércio de bens registou uma melhoria passando de um défice de 53.806 milhões de francos cfa (cerca de 82 milhões de euros) em 2020 para um défice de 27.730 milhões (cerca de 42 milhões de euros) em 2021.

"Esta situação resulta de um forte aumento das exportações da castanha de caju", refere o BCEAO.

As remessas de emigrantes aumentaram para 84.372 (cerca de 128 milhões de euros) em 2021.

O ministro das Finanças guineense, Ilídio Té, destacou que os resultados foram alcançados num contexto mundial de retoma da atividade económica, depois da recessão resultante da covid-19.

Mas, salientou, que a "dependência da monocultura da castanha de caju evidencia de forma clara a vulnerabilidade estrutural" da economia guineense.

"Nesse sentido, temos de ser capazes de diversificar a economia de forma o equilíbrio externo e o reforço de mobilização de receitas fiscais", afirmou o ministro das Finanças.

Conosaba/Lusa

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