O Conselho Executivo da União Africana começou a reunir-se hoje em Addis Abeba, na Etiópia. © Catarina Falcao
Addis Abeba – A reunião do Conselho Executivo da União Africana começou hoje em Addis Abeba, na Etiópia, com muitas referências à resiliência do continente no meio de crises sucessivas. Para combater estas crises, a União Africana defende uma maior união económica com uma zona de comércio livre entre todos os países africanos.
A resiliência dos países africanos face às sucessivas crises que têm afectado o Mundo foi o ponto comum dos discursos de abertura do Conselho Executivo da União Africana que começou esta manhã em Addis Abeba, na Etiópia.
Mesmo confrontado com dificuldades no plano sanitário, económico e da paz, Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana, disse que o continente continua a mostrar grandes sinais de resiliência face aos desafios e que esta organização nunca parou de trabalhar para melhorar as condições das populações.
"As nossas actividades no último ano decorreram sob um contexto marcado pelas contínuas dificuldades no plano sanitário, económico e da paz no Mundo. Estas dificuldades contribuíram à mutação da geopolítica mundial, dando-nos incerteza, mudança e momentos de estruturação e desestruturação internacional com o inquietante regresso do terrorismo, os golpes de Estado, a regressão das nossas economias, as condições climáticas que se deterioram. Tudo isto afecta o nosso continente, apesar do nosso enorme potencial, não deixando de alimentar as rivalidades endógenas e exógenas. Mesmo confrontado com isto, África mostra grandes sinais de resiliência", afirmou Moussa Faki Mahamat.
Com este encontro em Addis Abeba a ser centrado na construção de uma zona de livre comércio entre todos os países africanos, António Pedro, sub-secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, defendeu que esta é única maneira de acelerar o crescimento económico e fazer com que África seja auto-suficiente.
Nesta sessão inaugural participou também o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares Bueno, defendeu uma maior proximidade entre africanos e europeus para ultrapassar os desafios comuns, preparando já a presidência rotativa da União Europeia que Espanha vai assumir em Julho.
Ainda nesta sessão, Aissata Tall Sall, ministra dos Negócios Estrangeiros do Senegal, que preside a esta reunião, lembrou os desafios do continente que vão ser discutidos até ao fim desta semana.
"Este ano de 2023 começa no nosso continente num contexto cheio de desafios de todos os pontos de vista, o terrorismo continua a ganhar terreno, ao mesmo tempo que as mudanças de regime anti-constitucionais deram lugar a transições políticas complexas em vários países. Ao mesmo tempo, continuamos a sofrer as consequências económicas e sociais nefastas da pandemia de covid-19 e da crise russo-ucraniana. A questão das alterações climáticas e a situação humanitária em África constituem também desafios urgentes", declarou a ministra senegalesa.
A paz é um tema que também dominou esta sessão, com expectativas crescentes face à 36ª Cimeira da União Africana que começa já na sexta-feira e onde os líderes africanos se vão pronunciar sobre as sucessivas crises políticas em países como Mali, Burkina Faso e Guiné Conacri.
Conosaba/rfi.fr/pt
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