O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) anunciou que vai intentar um processo de responsabilização contra um juiz do Tribunal de Relação, Aimadu Sauané pelos danos que está a causar ao partido por mais uma decisão que considera “ilegal e arbitrária”.
A decisão foi tomada na reunião da Comissão Permanente dos libertadores realizada esta sexta-feira, 19 de agosto de 2022, na qual este órgão do partido exigiu a “imediata” desocupação da sua sede nacional para, nomeadamente, viabilizar a realização da reunião do Comité Central e o normal cumprimento da agenda política do partido.
Esta manhã, forças de segurança impediram a entrada de militantes e dirigentes do partido, sob pretexto de que estavam a cumprir uma ordem judicial.
O PAIGC lamentou que essas práticas sejam uma realidade num Estado que preside aos destinos da CEDEAO, cujos dirigentes se “multiplicam em proclamações” sobre as grandes vitórias da sua diplomacia, ao mesmo tempo que os direitos fundamentais mais elementares do seu povo são repetidamente violados.
No documento, os libertadores condenaram aquilo que consideram “tratamento abusivo” de que o partido tem sido alvo por parte do regime.
Embora não tenha referido nomes, o PAIGC acusou outros partidos, dirigidos pelos atuais detentores do poder, de servirem-se do erário público e de bens públicos para grandes celebrações políticas, “que chegam a fechar estradas ao trânsito, com a participação de forças da ordem pública”.
A comissão permanente do PAIGC denunciou também o comportamento de certos ex-dirigentes que se “juntam aos opositores do partido para tentar fragilizá-lo, sequestrar e vendê-lo àqueles que, em vez de responderem ao continuado apelo que lhes tem sido dirigido no sentido da unidade e coesão, mesmo respeitando a sua liberdade de pensamento”, não ousam se apresentar e dar cara ao manifesto, continuando a apostar na traição e no golpe baixo contra aqueles a que chamam continuamente de “Camaradas”.
O PAIGC avisou que não compactuará com a tentativa de amordaçar o Estado de direito Democrático, alertando as forças vivas da nação, políticas, sociais e da comunidade internacional de que não vai tolerar mais nenhum atentado aos direitos públicos que lhe assistem, e que mobilizará toda a sua falange de apoio para a resistência que se impuser, com total responsabilidade das entidades que estão por “detrás dessas situações de autoritarismo e se desordem”.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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