O politólogo guineense e igualmente comentador permanente dos assuntos políticos na Rádio Sol Mansi disse hoje que o discurso do coordenador Nacional do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) aquando da sua chegada ao país demonstra a rotura e o silêncio a que foi submetido há quase um ano.
“O discurso simboliza a rotura e o silêncio a que Braima Camará foi submetido há quase um ano”, diz Rui Jorge Semedo em análise ao discurso de regresso de Braima Camará, no último sábado.
Braima Camará estava ausente do país ao longo de últimos 10 meses, “para observar e perceber quem é quem no Madem-G15 e no país”.
Para Rui Jorge Semedo “a crítica mais sonante do líder do Madem-G15 ao longo do seu discurso, é a chamada de atenção sobre o seu relacionamento com o chefe de Estado que contribuiu para Umaro Sissoco Embaló chegue à mais alta figura do país e que hoje não tem tido uma relação de confiança com ele”.
Ao longo do discurso, Braima Camará manifestou a sua preocupação com a questão do “divisionismo e luta étnica para o poder”, também mesmo fazendo parte do partido que sustentou ao longo de mais de dois anos o governo destituído após queda do parlamento, Camará manifestou o seu desagrado com o “desempenho do Governo sobretudo no sector da educação, saúde e segurança que resultou em alguns actos subversivos”.
Perante estas preocupações e críticas feitas pelo líder do Madem-G15, o politólogo guineense diz que “essas críticas são mais uma chamada de atenção para os líderes dos partidos políticos com a maior expressão parlamentar na necessidade de repensar suas posições sobre andamentos da democracia na Guiné-Bissau”.
O politólogo afirma ainda que o discurso de Braima Camará “é um discurso de denúncia de alguém que sentiu lesado e traído mas, que continua convicto. Vamos esperar até que ponto Braima Camará e os seus militantes vão ser capazes de defender aquilo que denunciou como ameaças de alguém que quer contribuir para silenciar as vozes discordantes do atual regime na Guiné-Bissau”.
Ainda no âmbito do seu regresso, Braima Camara criticou “a situação da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau e falou também da censura da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) ”. Camará diz esperar que o seu regresso ao país possa contribuir para que seja encontrado um caminho de paz, de tolerância e de diálogo inclusivo.
Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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