Bissau, 11 mar 2022 (Lusa) – O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, João Fadiá, afirmou hoje que o impacto da guerra na Ucrânia na economia guineense vai ser “inevitável”, porque o país depende do exterior em vários domínios.
“O impacto é inevitável. A Guiné-Bissau depende do exterior em vários domínios, incluindo [importação de] hidrocarbonetos e produtos alimentares”, disse João Fadiá, quando questionado pela Lusa sobre o assunto.
João Fadiá, que falava à margem de uma visita do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, a várias obras públicas que estão a realizar-se em Bissau, revelou que o assunto será abordado durante a próxima visita do Fundo Monetário Internacional (FMI), prevista para abril.
“Já falámos com o FMI, que tem consciência disso”, acrescentou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
O Fundo Monetário Internacional anunciou hoje que vai rever em baixa em abril a sua previsão de crescimento da economia mundial devido à invasão russa da Ucrânia.
A diretora-executiva do FMI, Kristalina Georgieva, alertou quinta-feira que o continente africano está “particularmente vulnerável” às consequências da invasão da Ucrânia, o que pode levar a um adiamento da recuperação económica.
Segundo a responsável, o impacto poderá fazer-se sentir no aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis, na perda de receitas do turismo e, potencialmente, haver mais dificuldades de acessos aos mercados de capitais internacionais.
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