Mais de um mês depois do ataque armado ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau, ainda se desconhece a atual situação dos cidadãos detidos pelo seu alegado papel na tentativa de golpe de Estado, que resultou em 11 mortes.
Advogados, familiares e organizações civis temem pela situação dos detidos na sequência da tentativa de golpe de estado de 1 de fevereiro. Reclusos continuam sem conseguir falar com os seus representantes legais.
A DW África tentou apurar junto de várias fontes mais informações sobre as detenções, mas não são para já conhecidos quantos cidadãos foram capturados, ao todo, nem a quantidade de pessoas que será ouvida pela Justiça.
Marcelino Intupe, advogado de 18 dos cidadãos detidos afirmou que É verdade que estão detidos alguns militares e civis, mas infelizmente continuam a ser proibidos os direitos fundamentais, que é a visita dos advogados aos detidos".
Desde 1 de fevereiro, as autoridades guineenses têm feito várias detenções. Segundo fontes no terreno, são civis e militares que estão detidos em diferentes aquartelamentos da capital guineense e na segunda esquadra da Polícia de Ordem Pública, também em Bissau.
O Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento mostra preocupação pela atual situação dos prisioneiros. O presidente da organização, Fodé Carambá Sanhá, reuniu-se na segunda-feira (06.03) com os ministros da Defesa e do Interior, para se inteirar da situação dos detidos.
Fodé Carambá Sanhá após a audição com o ministro Sandji Fati referiu que com o ministro da Defesa, tiveram uma informação muito esclarecedora e que apesar de as pessoas detidas encontrarem-se nos quartéis que tutela, enquanto ministro da Defesa e dos Combatentes, a situação dos detidos não está sob a alçada do Ministério da Defesa, mas do Ministério Público", referiu.
Apesar do receio por não ter contacto com os seus constituintes, o advogado Marcelino Intupe acredita num desfecho favorável para os detidos.
Já o analista político Rui Landim não se mostra confiante na Justiça guineense, adiantando que não se pode pensar num fantasma que se chama pomposamente de Ministério Público, mas que não passa de um esquadrão de perseguição e de crimes hediondos".
Fonte: DW
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