quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Guiné-Bissau: Parlamento afirma que ataque é “grave e intolerável” atentado ao Estado de Direito

A Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau afirmou hoje que o ataque perpetrado na terça-feira ao Palácio do Governo foi um "grave e intolerável" atentado ao Estado de Direito e à ordem constitucional vigente.

Num comunicado, divulgado à imprensa e assinado pela segunda vice-presidente do parlamento, Adja Satu Camará Pinto, a Assembleia Nacional Popular condena a "tentativa de subversão da ordem constitucional, no momento em que o país está a sua imagem de estabilidade e credibilidade internacional".

O parlamento guineense congratula-se também com a "reação pronta e eficiente das forças de defesa e segurança" e salienta que o diálogo "constitui a melhor via para a resolução" de diferendos.

A Assembleia Nacional Popular pede também à população para se manter calma e serena e a "aguardar com tranquilidade as conclusões dos inquéritos em curso".

O parlamento apela também para o respeito dos valores do Estado de Direito democrático.

Vários tiros foram ouvidos na terça-feira junto ao Palácio do Governo da Guiné-Bissau onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

A tentativa de golpe de Estado já foi condenada pela União Africana, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), através da presidência angolana, pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, por Portugal e por vários outros países.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio da Presidência, o Presidente guineense afirmou ter-se tratado de um "ato bem preparado e organizado" que poderá também estar ligado a "gente relacionada com o tráfico de droga".

O ataque provou pelo menos seis mortos e quatro feridos, segundo fontes militares e médicas.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.

Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.

Conosaba/Lusa

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