segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

PAIGC pede ao PR da Guiné-Bissau demissão do procurador-geral da República

Bissau, 28 fev 2022 (Lusa) -- O advogado do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) pediu hoje ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que demita o procurador-geral da República, Bacari Biai, a quem acusa de "ilegalidades".

Em conferência de imprensa na sede do partido em Bissau, Carlos Pinto Pereira defendeu que Bacari Biai deve ser afastado "por não estar a trabalhar ao serviço das leis" da Guiné-Bissau.

"Ele não está a cumprir a lei e nem está a fazer cumprir a lei", observou o advogado, citando a atuação de um magistrado do Ministério Público que "deu o dito por não dito" na apreciação de um processo judicial que supostamente envolvia o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

De acordo com Carlos Pinto Pereira, o magistrado "acabou por voltar atrás" na sua decisão de fixar a medida de coação de obrigação de permanência a Simões Pereira, uma diligência que, na opinião do advogado, "devia merecer uma atitude" do procurador-geral da República.

Para o advogado do PAIGC, Bacari Biai "sabia das ilegalidades" que o magistrado estava a praticar ao decretar a medida de coação contra Domingos Simões Pereira, que "é deputado em efetividade de funções, sem o ter constituído antes suspeito e ainda sabendo que existe uma ordem do Supremo Tribunal de Justiça" que proíbe ao Ministério Público tomar aquela decisão.

Carlos Pinto Pereira considerou que o atual procurador-geral da República deve auto afastar-se ou ser demitido de funções, pelo poder político, que o nomeou.

"Quem permitir que ele lá continue está também ele a ser cúmplice com as ilegalidades do senhor procurador-geral da República", defendeu Pinto Pereira.

O advogado afirmou que o Ministério Público "está claramente com uma atitude persecutória" contra o PAIGC no sentido de impedir que o partido realize o seu 10.º congresso e ainda de não permitir que Domingos Simões Pereira "seja naturalmente reeleito" líder.

"O Ministério Público está ao serviço de interesses obscuros", declarou Carlos Pinto Pereira.

Na mesma conferência de imprensa, o PAIGC denunciou alegadas situações de "ameaças e de intimidações" aos seus militantes e ainda a suposta violação da sede do partido por parte de homens armados.

Exclusivo "O golpe de Estado foi secundarizado pelo PAIGC"

© Leonardo Negrão / Global Imagens
Fernando Vaz, ministro do Turismo e porta-voz do governo de coligação chefiado por Nuno Gomes Nabiam, deseja estabilidade política para que a Guiné-Bissau possa fazer reformas e construir infraestruturas. E esclarece o ataque realizado no Palácio do Governo no início do mês.

Pode fazer uma atualização dos acontecimentos de dia 1 [quando o Palácio do Governo em Bissau esteve sob ataque durante cinco hora]? O que pode dizer?
Em relação ao processo de investigação o que posso dizer é que está em curso e eu não vou avançar muito para depois não dizerem que há três ou quatro versões do governo porque o presidente da república (PR) falou, o porta-voz falou, embora todos dissessem que foi um golpe de Estado. 

As pessoas de má-fé fogem do cerne da questão, que é o golpe de Estado, e depois vão discutir que um disse que havia rebeldes, o outro disse que havia paramilitares, coisas que, enfim, não fazem nenhum sentido e não é o cerne da questão. 

O cerne da questão é que houve um golpe de Estado, houve uma tentativa de decapitação do Estado da Guiné-Bissau, o assassínio do presidente da república e do primeiro-ministro e do executivo que estava reunido, e que ao todo morreram oito cidadãos guineenses. 

Isso parece que foi secundarizado por interesses políticos de algum setor da nossa política, nomeadamente o PAIGC, e dando mais importância ao assalto à Rádio Capital, que tem a sua importância, mas onde não morreram pessoas, e que houve uma tentativa de alteração da ordem constitucional, que está a ser secundarizada. 

O ponto da situação é que temos o princípio de separação de poderes na nossa constituição, estamos a observar esse princípio, e mesmo observado esse princípio somos criticados de que há interferência e que deve haver um inquérito internacional independente. Como se isto fosse prática no mundo. 

Enfim, isto parece um filme a preto e branco. Portanto, a comissão de inquérito vai fazer o seu trabalho. Vamos esperar por aquilo que a comissão ou a Procuradoria-Geral da República vier a apurar.

Em relação ao que se fala de os mandantes estarem ligados ao narcotráfico. O que pode comentar?

Acho que não há nenhuma dúvida. Está preso o comandante Bubo Na Tchuto, é público, foi dito pelo PR. Agora faço eu a pergunta: esse indivíduo, do seu conhecimento, está ou não ligado ao narcotráfico?

Conosaba/dn.pt

Ministro do Interior exenora Comandante Geral da Guarda Nacional.

O ministro de Estado do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé exenora o comandante Geral da Guarda Nacional, Brigadeiro geral Sadjó Cissé e, nomea o coronel Horta Inta-A.

Segundo o Capital news, no despacho, o ministro do interior justifica a mexida com a necessidade de restruturar o comando Geral da Guarda Nacional, oara imprimir maior dinâmica nas estruturas da segurança.

A sexta-feira foi mracda com mexidas nos setores da Defesa e Segurança com exonerações e nomeações na Marinha de Guerra Nacional e no Exercito. Cerca de um mês após a tentativa de golpe de Estado no Palácio do Governo.

No passado dia 1 Fevereiro, o PR Umaro Sissoco Embalo e Governo foram alvo de ataques armados em pleno Conselho de Ministros.

Os ataques resultaram em uma dezena de mortes, segundo o Governo.

As investigações, segundo o Governo, continuam a decorrer.

RTB

Visita ao hospital nacional Simão Mendes, acompanhado por alguns membros do governo.


A saúde é uma área prioritária do Governo, e toda a intervenção feita no HNSM, tendo em vista a criar melhores condições de trabalho e de acolhimento dos doentes, irá igualmente estender-se para os hospitais regionais.

A aposta é essa mesma, construir edifícios de raiz, melhorar os antigos e investir nos equipamentos e na formação.
GOVERNAR PARA TODOS

JUVENTUDES PARTIDÁRIAS QUEREM SER VALORIZADAS

A Juventude guineense de deferentes partidos políticos com e sem acento parlamentar procede, hoje, ao lançamento do projeto para a elaboração da agenda de juventude partidária no país.

O projecto, elaborada há um ano, visa facilitar o diálogo político sobretudo da camada juvenil que está na política partidária ativa.

Na ato do lançamento do projecto, o presidente da Comissão Técnica do projeto, Uffé Vieira, explica que a estratégia vai permitir ter uma quota de representação na política e a juventude deve preocupar-se em preparar um ponto de vista ético e moral.

“Dissemos que devemos criar um roteiro de implementação e, este roteiro vai consubstanciar-se na produção do acordo de princípio em como dar a juventude a responsabilidade a nível de governo local e central e a nível do parlamento e, qual deve ser a sua linha de conduta”, explica.

Uffé disse ainda que todos estes instrumentos devem ser balizados na Assembleia Nacional Popular para que os deputados possam torná-los como um instrumento nacional que vai permitir a juventude ter uma participação ativa.

Para Uffé Vieira, este projecto mostra os representantes dos partidos políticos que os jovens não são objetos que devem ser substituídos em plataformas políticas, mais sim são atores e cabeças de lista para a representação na esfera política.

“A logica de que os lugares dos jovens nos partidos políticos é só na plataforma ou seja nós não somos braços usados para valorização. Não queremos ser aqueles autores”, enfatiza.

Juventudes de deferentes partidos políticos da Guiné-Bissau com ou sem acento parlamentar tomaram parte esta segunda-feira no lançamento dos trabalhos da elaboração da agenda de juventude partidária.

Depois de hoje, o mesmo projeto será apresentado á juventude da diáspora e depois apresentado, discutido e votado em sessão parlamentar.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Bíbia Mariza Pereira/radiosolmansi com Conosaba do Porto
Imagem: Bíbia Mariza Pereira

PAIGC ACUSA GUARDA PRESIDENCIAL DE INVADIR SEDE NACIONAL

O partido africano para a independência da Guiné e cabo-verde (PAIGC), denuncia a tentativa de assalto a sede do partido por parte das forças de segurança presidencial.

A denúncia do PAIGC consta num comunicado à imprensa, produzido, hoje, e assinado pelo Secretário Nacional, Aly Hijazi.

Segundo o documento lido por Muniro Conté, secretário do gabinete da comunicação dos libertadores, as imagens que o PAIGC dispõe testemunham as evidências e o carater “intimidatório” e “violento” das ações feitas pelos elementos fardados afetos à presidência da República “com pura intenção de provocar distúrbios”.

“Por conseguinte, no dia 26 de Fevereiro, por volta das 12horas e 20 minutos, homens armados e encapuçados, provenientes do palácio da República, invadiram a sede do PAIGC, tendo ameaçado as pessoas que se encontravam no átrio da entrada”, acusa o PAIGC que denuncia igualmente que as forças agrediram um dos seguranças em serviço na sede.

De acordo com o comunicado, o PAIGC lamenta que a ocorrência antecedeu outras violações do recinto da sua sede, nomeadamente; a colocação de barreiras metálicas no acesso a entrada principal do edifício, “ao que se seguira as proibições de estacionamento e utilização do passeio defronte a pretexto de uma ordem superior”.

Perante esta situação, o Partido africano para a independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) alerta a opinião publicada das evidenciais e gravidades do envolvimento do palácio da presidência da República e “do poder ditatorial que os mesmos pretendem instalar” e responsabiliza-os pelas consequências que possam advir.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Ussumane Mané/radiosolmansi com Conosaba do Porto




O camarada Abel da Silva Gomes, Secrerário Nacional do MADEM-G15 e Deputado do CE 21, visitou a tabanca de Djifunco, Secção de Suzana, Sector de S. Domingos, onde 10 casas foram consumidas pelas chamas no dia 11 de Fevereiro, deixando várias famílias sem teto e em grandes dificuldades.

 

ANÒS NÔ PUDI MADEM-G15!
MADEM-G15 | Solidário
O Secretário Nacional do MADEM-G15, acompanhado por outros dirigentes do partido da Região e Sector, destacando os Camaradas António Djin Alé, Coordenador Regional de Cacheu II, bem como de Maurício Mendes que representou a Coordenação Nacional do JUADEM, assim como o Sr. Alicio Djiba, Coordenador de Associações Juvenis Felupes.

A delegação foi recebida pela população local e pelo régulo, a quem foi entregue 1,5 Toneladas de arroz e 110 litros de óleo para serem repartidos pelas famílias afetadas.
Família di madem g-15
Casa di povo guineense madem g-15

AUTORIDADES CONFIRMAM FALTA DE VACINAS ESSENCIAIS PARA AS CRIANÇAS E GRÁVIDAS

[ENTREVISTA_fev.2022] O diretor do Serviço de Imunização e de Vigilância Epidemiológica/ Programa Alargado de Vacinação (PAV), Humberto Imbunde Intchala, confirmou a falta de vacinas essenciais para as crianças menores de 12 meses e para futuras mães.

Humberto Imbunde Intchala disse que o país está com falta das seguintes vacinas essenciais: antitetânica (Td/TT), antisarampo (VAS), contra a Tuberculose (BCG) e contra a Poliomielite há quase um ano, porque “o governo está com dificuldades para conseguir comprá-las”.
Em entrevista concedida ao semanário O Democrata, o médico explicou que o calendário vacinal da Guiné-Bissau conta apenas com nove vacinas, nomeadamente: as vacinas contra a pneumonia (PCV), a Poliomielite Injetável (VPI), a Tuberculose (BCG), Anti Sarampo (VAS), Toxóide Tetânica (Td/TT), Rotavírus contra diarreia, Pólio oral (VPO), Antiamarílica (VAA) e Pentavalente (PENTA).

Na mesma entrevista, informou que as seguintes quatro vacinas são requisitadas com fundos do governo guineense, mas que estão em ruptura há quase um ano. Trata-se da vacina contra a Infecção Tetânica (Td/TT), Anti sarampo (VAS), Poliomielite (VPO) e contra a Tuberculose (BCG).

Apesar das dificuldades, Humberto Imbunde Intchala assegurou que o governo está a diligenciar junto do Banco Mundial, a compra dessas vacinas através da UNICEF, entidade que faz as encomendas. As restantes cinco são compradas com apoio dos parceiros, nomeadamente: Gavi, Organização Mundial de Saúde (OMS), Unicef, Solina, Plan Internacional e Banco Mundial.

De acordo com os dados avançados ao nosso semanário, nos últimos anos o governo tem investido anualmente mais de trezentos milhões de francos CFA na compra de vacinas.

Esse investimento, segundo Humberto Imbunde Intchala, varia de acordo com a previsão do número de crianças a nascer durante um ano, fornecido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), porque “a quantidade anual das doses varia de acordo com estes números”.

Alertou que, com a falta dessas vacinas o país poderá enfrentar surtos de várias doenças contra as quais essas vacinas inoculam as crianças. Com exemplo citou o sarampo, fazendo lembrar que, antes das campanhas de vacinação, o sarampo era a doença que mais causava mortes em crianças.

Explicou que devido a falta dessas vacinas, foram registados alguns casos suspeitos de várias doenças. No caso da poliomielite, registaram-se 4 casos confirmados, três em Bissau e um na região de Biombo.

Humberto Imbunde Intchala informou que, de acordo com a investigação, a causa é derivada da própria vacina , razão pela qual será utilizada um novo tipo de vacina contra a polio na próxima campanha de vacinação na Guiné-Bissau.

“Foram registados 8 casos suspeitos de sarampo em crianças (Bissau e Safim), mas que ainda não tiveram confirmação laboratorial”, afirmou.

Questionado sobre se há testagem das vacinas antes do seu uso, explicou que no país não se fazem análises à qualidade das vacinas, mas que esses aspectos são da incumbência da UNICEF e que apenas seguem instruções dos rótulos.

O epidemiologista realçou a importância da vacina BCG e disse se uma criança não tomar essa vacina, corre grande risco de contrair a tuberculose com facilidade. Também a importância da toxóide tetânica nas futuras mães, o que se não for tomada, o bebé poderá contrair, com facilidade, a doença.

Atualmente, o projeto Saúde de Bandim é que cobre, em parte, a falta de vacinas essenciais com que o país se depara, mas apenas em centros onde atua. Explicou que a sua instituição vai fazer a reposição das vacinas que o projeto está a doar a alguns centros hospitalares.

Os dados estatísticos indicam que o PAV conta com 34 funcionários, entre médicos e enfermeiros epidemiologistas de campo. Tem apenas 5 viaturas para distribuição de vacinas e transporte do pessoal.

Humberto frisou que, com a pandemia da Covid-19, foram introduzidas três novas vacinas, todas contra Covid-19, nomeadamente: AstraZeneca, Sinopharm e johnson & johnson, tendo lembrado que a sua direção apenas apresenta planos logísticos mas não está envolvida na sua compra.

Em termos de balanço, considerou positiva a campanha nacional de vacinação contra a Covid-19, tendo mais adesão da parte da população em comparação em relação à anterior campanha.

Enfatizou que na Guiné-Bissau a vacina tem tido um impacto “positivo notável”, visto que antes da vacina havia mais mortes em comparação com os registos depois da aplicação da vacina, apesar do surgimento de novas variantes e mais registo de casos positivos. Informou que mesmo com a vacina, pode-se contrair o vírus, mas a sua reação será menos agressiva em relação às pessoas não vacinadas.

Relativamente aos antídotos, disse que estão a trabalhar para incluí-lo no calendário vacinal, contudo, disse que a sua inclusão poderá levar tempo.

Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M
Conosaba/odemocratagb

Ameaça à saúde pública: VENDA DE CARNE DE PORCO SEM INSPEÇÃO MÉDICA PREOCUPA SERVIÇOS VETERINÁRIOS


[REPORTAGEM_fev.2022] O abate e a venda de carne de porco nos diferentes mercados improvisados, vulgos tchikeros, no país sobretudo na capital Bissau, preocupa o especialista veterinário, que alertou para o risco e a ameaça à saúde dos consumidores da carne de porco e outros animais abatidos para comercialização, sem exames dos técnicos veterinários. A preocupação do especialista vem na sequência de denúncias feitas pelos criadores de porcos e vendedeiras da carne que alegam que pagam pela assistência médica aos seus animais, mas que nunca recebem essa assistência.

Os criadores e as vendedeiras denunciaram a falta da assistência médica dos técnicos veterinários aos seus porcos, mas alegam que são obrigados a pagar 300 a 350 francos FCA por cada porco, a fim de beneficiarem da tal assistência médica. Os criadores acrescentaram que pagam esses valores aos serviços veterinários, mas os seus porcos não recebem nenhuma assistência, sobretudo nos últimos tempos que se registou a mortalidade dos porcos sem que se tenha determinado que tipo de enfermidade estaria a provocar as mortes destes animais.

O Democrata apurou que o tchikero situado ao lado do porto de canoa, em Bissau, é o mais procurado todos os dias para a compra de porcos, mas particularmente para a compra da carne de origem suína, onde dezenas deles são abatidos, sem passar pela inspeção de um médico veterinário.

PORCOS IMPORTADOS DO SENEGAL SÃO EXAMINADOS NOS POSTOS DE CONTROLO

Rui Indi, um dos vendedores ambulantes, explicou à repórter que há mais de uma semana que lhes falta água que, segundo a sua explanação, é um elemento muito importante para as suas atividades de cria e do abate de suíno para venda.

“Antes, não tínhamos nenhum problema em termos de funcionamento e de execução do nosso trabalho, a Associação das Mulheres de Actividade Económica, onde estamos afiliados, tem-nos ajudado a canalizar água com dois depósitos de quatrocentos litros”, disse, acrescentando que a água estocada nos depósitos permitia-lhes trabalhar normalmente, mas os depósitos estão agora sem água e devido à falta deste líquido nos últimos tempos acabaram por consumir toda água de reserva dos depósitos.

Relativamente à higiene, disse que pode-se constatar que o espaço está limpo e os animais são lavados todos os dias.

“Não podemos ficar sem fazer a higiene deste local, sobretudo deixar de cuidar e lavar os porcos, porque o contacto com animais deste género, que são abatidos para a comercialização, é necessário mantê-los limpos e criar um ambiente de higiene no espaço para deixar confortável os clientes”, contou uma vendedora numa conversa mantida com a repórter de O Democrata.

Em relação ao controlo sanitário dos animais, Rui Indi disse que a maioria dos animais são importados do Senegal e logo que entram no território nacional são examinados nos postos de controlo dos serviços veterinários, como também são inspecionados em diferentes postos de controlo até chegarem à Bissau.

“Os animais são examinados em três postos de controlo, designadamente: Ingoré, João Landim e Safim”, contou.

Indi informou que na verdade, não pagam nenhuma taça aos serviços da Câmara Municipal de Bissau (CMB), tendo assegurado que cada barraca paga mensalmente um valor de cinco mil francos CFA ao serviço da Capitania que controla o espaço do mercado improvisado.

“O mercado está junto ao porto que é controlado pelo serviço de Capitania, por isso é que somos obrigados a pagá-los pela ocupação do espaço”, esclareceu.

O vendedor ambulante revelou que pagam igualmente 300 a 350 francos CFA aos serviços de veterinários para a assistência dos seus animais se adoecerem, mas não beneficiam de nenhuma assistência neste sentido. Revelou ainda que cada dia morrem mais de dez porcos por falta de assistência médica, causando-lhes prejuízos enormes.

“Compramos porcos nas zonas de fronteira entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Cada porco custa entre 25 a 30 mil francos CFA”, disse.

Em termos de afluência dos clientes, Rui Indi afirmou que antes, havia muita afluência de clientes, mas com a crise sanitária da pandemia do novo coronavírus que assola a Guiné-Bissau e o mundo, não tem sido a mesma e porque também o poder de compra enfraqueceu.

“A crise sanitária da covid-19 fez as pessoas ficarem sem dinheiro porque também deixou-se de organizar eventos culturais. A realização de eventos culturais leva as pessoas a procurarem animais e carne, mas nos últimos tempos isso diminuiu muito”, lamentou.

Não entrou em detalhes relativamente à quantidade de suínos abatidos diariamente para a venda da sua carne, mas disse que é um número significativo.

Questionado se alguma vez receberam apoio do governo no período de confinamento, assegurou que nunca receberam nenhum apoio nem do governo, nem da Câmara Municipal de Bissau.

Em relação à questão de segurança, a equipa de reportagem apurou que são os próprios vendedores e criadores que se mobilizaram e se organizaram para garantir a segurança ao mercado e pagam para isso 120 mil francos CFA por mês.

“Assumimos esse encargo para garantir a segurança dos nossos animais”, precisou.

CRIADORES E VENDEDORES DE PORCOS OBRIGADOS A SAÍR DO ESPAÇO SEM NENHUMA CONDIÇÃO

Os criadores e vendedores de Porcos denunciaram que a Câmara Municipal de Bissau obrigou-os a abandonar o local num período de 72 horas, sem lhes convocar previamente para uma reunião e apresentar uma proposta de espaço alternativo para prosseguirem as suas atividades.

Denunciaram igualmente várias tentativas de agentes da Câmara Municipal para obrigá-los a pagar o espaço, mas sempre se recusaram, visto que o espaço pertence ao serviço de Capitania que lhes cobra uma soma de cinco mil francos CFA mensais por cada barraca.

“O espaço que nos foi cedido de volta não oferece condições para criação, nem para o abate de porcos, porque não tem água. O pior é que aquele local já foi ocupado por alguns citadinos de Bissau que residem naquele lugar há muito tempo e não dá para a criação de porcos, tendo em conta a questão sanitária. Não temos espaço para armazenar as fezes dos porcos ou para evacuá-los”, notou.

“É OBRIGATÓRIO EXAMINAR ANIMAIS ANTES E DEPOIS DO ABATE PARA O CONSUMO HUMANO” – VETERINÁRIO
Em reação, o diretor-geral dos serviços veterinários da Guiné-Bissau, Bernardo Cassamá, afirmou que é necessário e obrigatório examinar animais antes e depois do abate, para verificar se a carne pode ou não ser comercializada para o consumo humano.

Segundo Bernardo Cassamá, no processo do abate, são realizados aos animais dois tipos de exames: o primeiro exame é ante mortem, que se faz antes do abate, e a inspeção pós mortem, que ocorre depois do abate.

Em entrevista ao jornal O Democrata, Bernardo Cassamá revelou que dentro do matadouro existe um espaço de lazer, onde os animais passam 24 horas para que o médico veterinário possa realizar os exames necessários aos suínos ou bovinos, ou seja, para detetar se possuem alguma maleita ou algum outro problema.

“É no exame ante mortem que se rejeita ou não o abate dos animais que não estão em condições. Todos os animais que não têm condições ou possuem algum defeito são rejeitados. No pós mortem, os médicos verificam a condição dos próprios abatedores dos animais. Depois passa-se a fase de verificação de todos os órgãos internos de animais. Só depois desta fase é que a carne pode ter o carimbo de conformidade para o consumo humano”, detalhou.

O director-geral de Serviços Veterinários nega que sejam verdade as denúncias feitas pelos criadores e vendedores de porcos, que acusam a veterinária de cobrar trezentos francos CFA por cada porco, mas quando os criadores e vendedores de porcos solicitam os serviços veterinários para tratar os porcos, eles recusam.

“A única coisa que pedimos-lhes era que preenchessem uma ficha de números de abates diários para permitir que tivéssemos dados estatísticos de Bissau e das regiões para poder controlar o abate a nível nacional “, frisou.

Bernardo Cassamá reconheceu que oficialmente os técnicos dos serviços veterinários não fazem inspeção na aldeia dos porcos, porque o espaço não é apropriado para o abate de animais.

“Todo o abate para o consumo público deve ser no matadouro, segundo a Lei, para que técnicos veterinários possam efetuar as inspeções em conformidade com a lei, não em casa e nem na rampa”, indicou.

De acordo com Bernardo Cassamá, os serviços veterinários não têm a autorização para a legalização dos locais para o abate de animais, porque ” se legalizarmos espaços e procedermos às cobranças estaremos a agir à margem da lei e das regras sanitárias”.

O diretor-geral dos serviços veterinários da Guiné-Bissau disse, na entrevista, ter já instruído os seus serviços de controlo, inspeção e higiene pública veterinária que não podem fazer inspeção em casa, na rampa e nem em qualquer outro local, porque” uma vez feita inspecção e cobrado dinheiro significa estar a legalizar o abate, o que está fora da norma”.

Por: Carolina Djemé
Fotos: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb

sábado, 26 de fevereiro de 2022

LÍDER CARISMÁTICO DO MADEM-G15, BRAIMA CAMARA"BA DI POVO", APARECEU HOJE (SÁBADO, 26/02/2022), SORRIDENTE E BEM-DISPOSTO, EM FRENTE AO CENTRO COMERCIAL DO COLOMBO, EM LISBOA, NA COMPANHIA DO COMENTADOR POLÍTICO, O SENHOR LASSANA DAABA E O ATIVISTA MUTARO CASSAMA CASSAMA

 

"Bá Quecutó", o grande guerreiro!

-O senhor que fundou Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau.
-Criou de raiz, o Grupo Malaika, atualmente acionista e administrador do Grupo AZALAI HOTELS.
-Foi distinguido com medalha de ouro com colar pela Associação Industrial Portuguesa, Câmara Comércio Indústria (primeira individualidade africana a ser condecorado depois de sua fundação há 200 anos).

-Também foi distinguido com Troféu de Ouro pelo BID - Business Iniciative Directions, com Certificado de Qualidade instituído pela World Quality (Commitment International Gold Star For Quality).



Roubo de gado: LIGA PEDE A PRESENÇA DAS FORÇAS DE SEGURANÇA EM OUTROS LUGARES DO PAÍS

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Augusto Mário da Silva, pediu a colocação de forças de segurança em outras circunscrições territoriais do país para estancar a problemática do roubo de gado.

Augusto Mário da Silva manifestou essa intenção esta sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022, depois de um encontro com o Secretário de Estado da Ordem Pública, Augusto Kabi.

“As forças de segurança não podem ficar apenas concentradas em Bissau, mas também, espalhá-las para as outras circunscrições em todo o território nacional e desta forma combater o roubo de gado”, defendeu, acrescentando que é preciso fazer uma distribuição equilibrada de forças de segurança a nível nacional, permitindo que haja ações preventivas.

Augusto Mário sublinhou que o aumento dessa prática tem a ver com a falta de funcionamento da justiça.

O encontro entre os dois interlocutores foi motivado pela vaga de roubo de gado que tem sido registado no interior do país, sobretudo do recente roubo na localidade de Pexice, setor de Canchungo na região de Cacheu, que vitimou mortalmente um dos criadores de gado.

O uso de armas automáticas nos roubos tem sido frequente e tem acontecido de forma descontrolada.

Da Silva frisou que o roubo de gado é uma problemática de interesse nacional, que preocupa todos os cidadãos, sendo uma “questão fraturante” que põe em causa a sã convivência dentro e fora da comunidade, razão pelo qual a Liga Guineense dos Direitos Humanos não podia ficar indiferente perante o “drama” que a população guineense está a viver no que toca com roubo de gado.

“Procuraram as autoridades competentes para lhes transmitir a preocupação da liga perante essa realidade e saber o que está a ser feito para pôr cobro ou diminuir essa prática nefasta”.

O responsável da organização que defende os direitos humanos na Guiné-Bissau disse ter recebido garantias do Secretário de Estado da Ordem Pública que as autoridades nacionais estão a trabalhar na criação de uma força conjunta que estará em diferentes localidades do país para patrulhamento, bem como meios logísticos e operacionais e outras medidas que não lhe compete anunciar.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos defendeu um policiamento de proximidade, que os polícias estejam mais perto da comunidade e da população.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Covid-19: Coreia do Sul dá mais de 200 mil doses de vacina à Guiné-Bissau

A Coreia do Sul entregou hoje à Guiné-Bissau 201.600 doses de vacinas Johnson & Johnson/Janssen contra a doença provocada pelo novo coronavírus, anunciou o Alto Comissariado para a Covid-19 e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Odonativo visa "impulsionar a vacinação em todo o país e contribuir para atingir o total de pessoas vacinas na segunda fase do plano nacional de vacinação contra a covid-19", refere, em comunicado, a agência das Nações Unidas.

As vacinas foram doadas no âmbito da parceria com o Fundo Africano de Aquisição de Vacinas, liderado pela União Africana, e chegaram hoje à Guiné-Bissau com o apoio logístico da Unicef.

"Esta generosa doação de vacinas por parte da Coreia do Sul para a Guiné-Bissau, como parte de um pacote mais alargado que foi disponibilizado a vários países africanos, é mais um sinal claro rumo à equidade no acesso às vacinas contra a covid-19", disse Etnoa Ekole, representante da Unicef.

Segundo a representante da agência das Nações Unidas em Bissau o donativo vai "permitir continuar a vacinar um grande número de pessoas num curto espaço de tempo, uma vez que se trata de uma vacina de dose única".

Desde o início da pandemia, o país registou um total acumulado de 7.985 casos de covid-19 e 166 vítimas mortais.

Segundo os últimos dados divulgados pelo Alto Comissariado para a Covid-19, na quarta-feira havia 836 casos ativos no país e 14 pessoas estavam internadas.

Em relação à vacinação, os últimos dados fornecidos pelas autoridades sanitárias referem que 49% da população-alvo está completamente vacinada e que 75% tem pelo menos uma dose da vacina.

A Guiné-Bissau pretende vacinar 683.921 pessoas, ou seja, 70% da população com idade igual ou superior a 18 anos.

A covid-19 provocou pelo menos 5,9 milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

Conosaba/Lusa