segunda-feira, 2 de agosto de 2021

DJARAMA PRS!



Por: Yanick Aerton
O que se está a passar no país não deve ser ignorado por ninguém, e muito menos por um intelectual, atento à evolução da dinâmica política.
O PRS, apesar de todos os defeitos próprios de qualquer formação política da sua dimensão, está a escrever a história da democracia interna partidária com letras de ouro, nas vésperas do seu próximo congresso ordinário.
Perfilam-se altas figuras de destaque, daqueles que podemos considerar parte dos pais fundadores, porque foram discípulos do carismático falecido líder Dr. Kumba Yala, até aos mais novos, em termos de tempo de militância no PRS.
A campanha para a caça ao voto está a decorrer num clima tão pacífico e civilizado que até dá inveja, porque esse tipo clima não era habitual no passado, nas disputas políticas, se calhar porque os players não tinham ainda atingido essa maturidade.
Alberto Nambeia, Artur Sanha, Dionísio Kabi, Domingos Quade Capitão Mário Siano Fambe, e DR. Certorio Biote, todos dirigentes destacados do partido de aruz cu midju” estão a percorrer todo o território Guineense, a procura de apoiantes para os respectivos projectos.
Todos estes candidatos se limitarem pura e simplesmente a falar daquilo que pensam ser a melhor forma de dirigir o PRS e, em caso de vitória nas próximas legislativas, dirigir o país, por forma a realizar o sonho daqueles melhores filhos da Guiné que consentiram o sacrifício supremo, isto é, dando as suas vidas, para devolver a dignidade confiscada pelo Colonialismo, através da conquista da independência nacional, proclamada unilateralmente nas Colinas de Boé, a 24 de Setembro de 1973, na voz o lendário Kabi Na Fantchamna.
Djarama, PRS! Djarama democracia interna no PRS! Djarama convivência sã no seio do PRS!
Na verdade, quando o PRS ganhou as eleições em 1999 (legislativas), em 2000 (presidenciais), situação favorecida pelo conflito político-militar de 7 de Junho de 1998, como não podia deixar de ser, fez omeletes com os ovos de que dispunha, quer dizer, governou o país com os quadros que tinha, pouco experientes, alguns dos quais tinham como primeiro emprego cargos ministeriais.
Este é um dos motivos porque o PRS teve uma governação caracterizada por todos os males possíveis e imaginários que os Guineenses nunca vão esquecer, o que fez com que o povo virasse as costas ao partido, que até esta data nunca conseguiu repetir esse inesperado sucesso de 1999 e 2000.
No seio do PRS, existem grandes Guineenses que podem fazer a diferença, caso fossem aceites, mas a falta de visão estratégica fez desses quadros uns eternos seguidores, sem possibilidades de nunca acederem a liderança daquele partido.
Por isso, aquele nas mãos de quem o Todo-poderoso entregará a liderança do PRS, deverá mudar o paradigma e pensar o partido numa perspectiva mais plural, caso contrário, sofrerá inevitavelmente uma deserção, e o partido ficará condenado ao comunitarismo, sem possibilidade de nunca conquistar o poder, permanecendo naquele seu papel habitual de reboque.
Mas esse reboque até quando é que irá durar? Uma resposta muito simples. Enquanto não houver um partido que ganhe as eleições com maioria absoluta e que não precise de governos de “tchapa tchapa”. Daí a razão por que a direcção que sair desse congresso deverá optar por politicas mais inclusivas, tomando-se em consideração os minoritários para que esse casamento não seja o de cavalo e de cavaleiros, como se vem constatado ao longo dos tempos.
Esse ciclo que o PRS acaba de inaugurar deve servir de case study para os partidos que estejam sinceramente interessados na instauração de uma verdadeira democracia interna, evitando-se que o líder seja endeusado e, por via de consequência, se julgue Todo-Poderoso, omnipotente e omnipresente, como se de um Papa Doc ou Baby Doc se tratasse.
Que o melhor ganhe no próximo congresso do PRS, e que seja um líder devidamente preparado, a todos os níveis, para compreender as dinâmicas do mundo moderno, cujo avanço tecnológico exige de nós, para liderar, OUTRO PERFIL, em termos académicos e políticos, tendo em conta a dimensão hoje em dia do grande PRS.
Parabéns ao Partido da Renovação Social, partido di midju cu aruz!
Glória eterna a memória do Presidente Kumba Yalá!
Ami i PRS.

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