Praia, 18 abr 2021 (Lusa) - O presidente do MpD, Ulisses Correia e Silva, recandidato ao cargo de primeiro-ministro cabo-verdiano, assumiu-se convicto na vitória nas eleições legislativas de hoje, apontando na maioria absoluta para o país ter estabilidade nesta fase de pandemia de covid-19.
“A expectativa é de vitória. Esperamos que haja uma boa participação, que as pessoas saiam de casa, exerçam o seu direito de cidadão, votando, aqui no país e na diáspora”, afirmou o presidente do Movimento para a Democracia (MpD, atualmente no poder), depois de votar, cerca das 10:00 (12:00 em Lisboa), num dos polos da Universidade de Cabo Verde, na Praia.
“Nós esperamos uma maioria que permita com que tenhamos estabilidade governativa. Quer dizer maioria absoluta, porque o parlamento é fundamental para viabilizar os instrumentos da governação e esperamos que isso se concretiza. E é bom para o país que haja estabilidade, particularmente nesta fase”, acrescentou.
Apelou à ida dos cabo-verdianos às urnas, como forma de “reforçar” a democracia de Cabo Verde e assumiu estar “tranquilo” com o resultado, depois de cinco anos como primeiro-ministro, voltando a encabeçar a lista do MpD por Santiago Sul (Praia), o principal círculo eleitoral do país.
“Fizemos uma boa campanha, a nossa mensagem passou, sentimos muita confiança, isto é importante porque quem confia e transmite confiança consegue ter resultados e esperámos que se concretize”, disse ainda, admitindo que se sentiu “seguro” com o processo de votação, recordando que estas são já as segundas eleições que Cabo Verde realiza em plena pandemia de covid-19, depois das autárquicas em outubro passado.
“A organização do sistema tem sido muito boa”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
Cabo Verde regista 20.254 casos acumulados de covid-19 desde 19 de março de 2020 em todas as ilhas do arquipélago, que provocaram 190 mortos por complicações associadas à doença e 17.964 já foram considerados recuperados, contando atualmente com 2.086 casos ativos, dos quais 1.041 na cidade da Praia.
Quase 393 mil eleitores cabo-verdianos são chamados hoje às urnas para as sétimas eleições legislativas de Cabo Verde, escolhendo entre 597 candidatos de seis partidos os 72 deputados ao parlamento na próxima legislatura.
A votação vai ainda definir o Governo para os próximos cinco anos e acontece num momento de recordes diários de novos infetados por covid-19 no arquipélago.
As mesas de voto para as sétimas eleições legislativas em Cabo Verde abriram hoje depois das 07:00 locais (09:00 em Lisboa), embora a maioria com atraso devido a questões logísticas, constatou a Lusa.
A abertura oficial das assembleias de voto no arquipélago aconteceu uma hora antes do horário habitual das eleições legislativas anteriores, uma das medidas de prevenção definidas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Cabo Verde devido à pandemia de covid-19 e a admissão de eleitores poderá ser feita até às 18:00 (20:00 em Lisboa), para “garantir o cumprimento das normas sanitárias vigentes no país” e “evitar a aglomeração de pessoas”.
Para estas eleições estão previstas 1.245 mesas de voto no arquipélago e 236 na diáspora, em 21 países, para um total de 392.993 eleitores recenseados.
Nas eleições legislativas cabo-verdianas são eleitos para um mandato de cinco anos 72 deputados, dois dos quais pelo círculo de África, dois pelo círculo da América e dois pelo círculo da Europa e resto do mundo.
As estas legislativas concorrem, em todos os 13 círculos eleitorais no país e no estrangeiro, o Movimento para a Democracia (MpD), Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e União Caboverdiana Independente e Democrática (UCID), todos com representação parlamentar.
Depois, o Partido Popular concorre em cinco círculos, o Partido Social Democrata em quatro e o Partido do Trabalho e da Solidariedade em cinco.
O MpD, então na oposição, venceu com maioria absoluta (quase 54% dos votos) as eleições legislativas em 2016, afastando do poder, ao fim de 15 anos, o PAICV (ambos os partidos já venceram, cada um, três eleições legislativas).
Cabo Verde conta com uma população de cerca de 550 mil pessoas, mas estima-se que a comunidade cabo-verdiana na diáspora ultrapasse o milhão.
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