segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Amigos e familiares de Catchura em vigília a pedir justiça

Mais de uma centena de pessoas (jovens em maior número), realizaram esta segunda-feira (01.02), uma vigília, em frente do Ministério da Saúde Pública, para exigir justiça à morte do ativista Bernardo Catchura, por alegada falta de oxigénio no Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), para ser operado.

A vigília foi depois interrompida pela Polícia de Intervenção Rapida (PIR), que obrigou que todos se dispersassem dando origem a chorros e contestação por parte dos manifestantes, que acabaram espancados.

Vestidos de preto, os manifestantes, com velas acesas, tinham papeis com dizeres “JUSTIÇA PARA O BERNARDO”, figura conhecida também no mundo da música, fazendo parte do agrupamento CIENTISTAS REALISTAS, sendo um dos rappers mais conhecidos da Guiné-Bissau.

“É vergonhoso para um estado, quando cidadãos têm que morrer porque não há oxigénio para os operar. É vergonhoso para o estado da Guiné-Bissau, os cidadãos continuarem a morrer por questões básicas. Ninguém morre hoje, em países minimamente organizados, por falta de oxigénio. Só na Guiné-Bissau”, afirma Seco Duarte Nhaga, presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), que se juntou à iniciativa.

Bernardo Catchura, de 39 anos, antigo presidente da organização cívica Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI), perdeu vida sexta-feira (29.01), numa clínica privada, em Bissau, antes de ser submetido à uma intervenção cirúrgica, e horas depois de supostamente ter pedido para ser operado no maior centro hospitalar do país, Simão Mendes, mas devido às supostas alegações de falta de oxigénio naquele centro, não foi possível acontecer a intervenção cirúrgica.

A situação chocou amigos, familiares e a opinião pública, que exigem a realização da justiça ao caso, uma opinião partilhada pelo Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19, que afirmou em comunicado, que “Bernardo Catchura não morreu por falta de oxigénio”, assegurando que aquele elemento químico existe no Hospital, e tem sido partilhado para todos os doentes, embora viesse no âmbito de combate à covid-19.

Por CNEWS

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