O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que a sua presença no quartel da Amura é uma homenagem especial que o Estado cabo-verdiano presta a figura de Amílcar Cabral e a todos os heróis nacionais guineenses sepultados naquele local. Contudo, lembrou e prestou homenagem aos heróis nacionais cabo-verdianos que protagonizaram a luta de libertação nacional dos dois países.
Jorge Carlos Fonseca falava aos jornalistas esta quarta-feira, 20 de janeiro de 2021, na Fortaleza de Amura (Mausoléu Amílcar Cabral), após deposição de coroa de flores, alusiva ao dia dos heróis nacionais, 20 de janeiro, uma data considerada feriado nacional na Guiné-Bissau e que se assinala com a tradicional deposição de coroas de flores no túmulo do “Chefe de Guerra” e pai das nacionalidades guineense e cabo-verdiana, Amílcar Lopes Cabral, assassinado a 20 de janeiro de 1973 em Conacri (Guiné-Conacri).
Em declarações aos jornalistas, o Chefe de Estado cabo-verdiano, disse que é com muito gosto que fazia o gesto simbólico de depositar coroa de flores no túmulo de Amílcar Cabral, a referência maior da luta de libertação nacional de Guiné e Cabo Verde, ao lado de outros heróis nacionais guineenses, companheiros de Cabral e que sacrificaram as suas vidas para os dois países se tornarem independentes.
Questionado sobre se sairia da Guiné-Bissau convencido com a inauguração de uma nova etapa de relações entre os dois países, Jorge Carlos Fonseca respondeu que sai convencidíssimo, porque segundo ele, a visita decorreu muito para além daquilo que ele suponha que poderia ser. Acrescentou que a sua receção por parte das autoridades guineenses, a começar pelo chefe de estado, pelo primeiro-ministro e pelo Parlamento foi muito amistosa, fraternal e calorosa, também com jovens na Faculdade Direito de Bissau e na apresentação do livro, nas ruas e varandas, prédios e feiras. Tudo isso mostra que guineenses e cabo-verdianos querem retomar e relançar o relacionamento que corresponde a história e a cultura dos dois povos.
“Temos tudo para fazer muitas coisas bonitas juntas. Vamos acertar a melhor data para que o Presidente Embaló possa fazer uma visita de estado a Cabo Verde. Também ontem no encontro com primeiro-ministro guineense, mostrou-se interessado no sentido de reatar a comissão mista bilateral entre os dois países para as áreas dos transportes aéreos e marítimos, formação de quadros, economia azul do mar, administração e governação eletrónica entre outras áreas da cooperação que podem ser desenvolvidas e aprofundadas entre os dois países”, notou.
Por seu lado, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, informou que os dois países têm um ponto comum muito importante. Adiantando que o artigo quarto caiu na Guiné-Bissau, que falava de uma força dirigente da sociedade. Assim passou a tratar todos os países dos PALOP como irmãos na base do respeito e da relação entre estados e povos, não entre partidos.
Umaro Sissoco Embaló, agradeceu o Presidente Carlos Fonseca por ter vindo a Guiné-Bissau, apesar de terem-se encontrado várias vezes nos concertos das nações, nomeadamente na CEDEAO, CPLP, Francofonia e nas nações Unidas, enquanto dois países de expressão portuguesa na CEDEAO e a partir de agora terão uma presença forte.
“A nossa união faz muita força, porque a Guiné-Bissau nunca será um pais francófono ou anglófono, mas sim será sempre um país lusófono e Cabo Verde também. Fico com muita pena que esse seja o último mandato do meu homólogo cabo-verdiano, porque gostaria que continuasse, mas como ele e eu não estamos na dinâmica de fazer três e quatro mandatos as nossas relações vão continuar”, sublinhou.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb
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