Por: yanick Aerton
Um cidadão consciente,
mas sobretudo o cidadão intelectual disposto a exercer a cidadania activa não
pode ficar expectante sem se pronunciar sobre as grandes questões de interesse
nacional, “a fortiori”, no âmbito da governação.
Ficar pávido e sereno
como se nada estivesse a acontecer no universo em que vive, seria, no mínimo,
considerado falta de coragem e de honestidade intelectual.
Todos que me conhece
sabem que o yanick, não tenho medo de nada, somente alta percepção das
coisas.
Por isso, no quadro da
liberdade de expressão, exprimo aqui a minha modesta opinião, de forma
consciente e responsável, e não como “boca de aluguer”.
Começo por saudar a
atitude normal do ministro Victor Mandinga (tio nado), atitude que
não afecta em nada o seu bom relacionamento com os camaradas com quem fez esta
caminhada até aqui. Essa atitude deve ser vista como um direito que lhe
assiste, mas também assiste ao PR o
direito de dizer “não”, caso assim entendesse, e persuadir o tio Nado
para se manter no cargo.
Depois do decreto do
General Presidente que nomeou o Eng tio Soares Sambu, para o cargo de Vice
Primeiro-ministro e Coordenador da área económica, apareceram muitos
comentários a tentar pôr em causa essa nomeação, como se o PR Umaro
Sissoco Embalo tivesse por obrigação, proceder previamente ao pedido de
autorização para exercer as suas prerrogativas constitucionais exclusivas
Em que país é que estamos, ou que
país queremos ter?
Nem sei se vale a pena
tentar encontrar uma resposta a esta pergunta, uma vez que está tudo plasmado
na CRGB,
no capítulo dedicado ao Governo, a sua natureza e organização.
Não sendo técnico de
Direito, não me aventuraria entrar em considerações de ordem jurídica, mas as
minhas andanças por esse mundo do SABER, fizeram de mim um sério
estudioso de Direito. Não sei onde é que está a inconstitucionalidade de que se
fala sobre a nomeação de um quadro sénior como o tio Soares Sambu, dotado de
uma sólida formação académica, muito experiente e que desempenhou importantes
cargos, cuja passagem na ANP foi marcada com a forma tao
brilhante como conduziu tudo quanto tinha a ver com a lei da terra (da
sua discussão, elaboração até a sua conclusão), na sua qualidade de
presidente da comissão técnica especializada parlamentar para essa área?
É meu modesto
entendimento de que se o Governo é constituído pelo Primeiro-ministro, pelos
ministros e pelos secretários de estado (nr 1 do art..º. 97º. da CRGB), não
há nada que indique que não se possa nomear vice primeiros-ministros ou mesmo vice
secretários de estado.
Aliás, para facilitar o
trabalho ao Primeiro-Ministro Eng Nuno Gomes Nabian, se fosse eu a
aconselhá-lo, iria mais longe, propondo-lhe que discutisse com o PR
sobre a nomeação já de um ministro de estado para coordenador a área social.
O que não se quer afinal
em relação a essa nomeação é que essa área tão cobiçada não seja sob o controlo
de um destacado quadro politico e técnico, um quadro íntegro e incorruptível,
um quadro com provas dadas, provas de patriotismo, de servidor, que se fosse
como outros, também já teria bombas de gasolina, supermercados, empresas e
mansões por toda a cidade e no exterior, aproveitando-se da impunidade
existente no país, porque os cargos por ele desempenhados de certeza lhe
proporcionariam essa oportunidade, claro que sim. Quer-se, pelo contrário, um
quadro dirigente capaz de colaborar com as forças do Eixo do Mal, o que iria ao
encontro dos interesses de muita boa gente.
Será que para um quadro
da dimensão do tio Soares Sambu, ele precisa de ser formado em Economia no London
Scholl os Economics, Stanford University, Sorbonne
ou USP, para coordenar a área económica?
No entendimento dos
críticos, ele é que vai proceder a todos os trabalhos de terreno, trabalhos de
diagnóstico, avaliação e controlo, se bem que tem à sua disposição, para
escolher, tantos quadros Guineenses de valor, formados em vários domínios (finanças,
auditoria, contabilidade, informática, management, direito, etc.),
que ele pode nomear como assessores.
Por amor de Deus! Não
confundam o papel de Coordenador com o de Sabe-Tudo, porque isso seria sonhar acordado.
O único SENÃO, é se o tio Soares se
basear na formação do seu gabinete, em considerações meramente político-partidárias
em detrimento do know-how, porque o papel do assessor não sendo político, ele
não deve hesitar em nenhum momento em convidar os melhores dentre os melhores,
para integrarem o seu gabinete.
Para os que precisam ser
devidamente informados, o Eng. Nuno é o TEAM MANAGER, na sua
qualidade de Primeiro-ministro, mas a “passage obligé”, é aquele que se
relaciona no quotidiano com os ministros. A partir da sua entrada em funções, é
o Eng. tio Soares Sambu. É ele, e não o Eng. Nuno, a não ser que queiramos
banalizar o cargo.
Há apenas dois momentos em que os ministros devem ter contacto formal com o
Primeiro-ministro. O primeiro momento é através dos despachos semanais, e o
segundo momento é nas reuniões do conselho de ministros.
Fazer o Primeiro-ministro
de manjua ou colega de bancada não deve ser tolerado, e nenhum assunto deve ser
encaminhado directamente para ele sem passar pelo filtro, isto é, pelo gabinete
do VC PM, salvo instruções do PM, Nuno Nabian, em certas situações.
Isso é para dar tempo
suficiente ao PM para se concentrar e reflectir sobre as grandes questões da
governação por forma a informar o PR em tempo real e de forma,
concisa, sincera e precisa. E o tal distanciamento protocolar no exercício da
dessas funções.
Com este artigo não estou
a procura absolutamente de nada, mas sim de contribuir para uma reflexão mais
profunda sobre as responsabilidades atribuídas agora ao Eng tio Soares Sambu,
para ser um o verdadeiro Coordenador, que entre outras atribuições, presta
contas ao PM, no âmbito da luta que as novas autoridades da GB
estão impiedosamente a travar contra a corrupção e a má governação.
Apesar de saber que esses
comentários não aquecem e bem arrefecem o Eng tio Soares Sambu, mas peço aos
irmãos Guineenses que o deixem fazer aquilo que melhor sabe – TRABALHAR.
Deus abençoe a Guiné-Bissau!
Viva a Guinendadi!
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