O procurador-geral da República da Guiné-Bissau, Fernando Gomes, disse hoje que há "indícios fortes de corrupção" na Câmara Municipal de Bissau, na sequência de um levantamento feito pela Comissão de Recuperação de Bens do Estado.
"Constataram-se fortes indícios de corrupção dentro da Câmara Municipal pelo que a comissão de inventário terminou o seu trabalho e agora o passo a seguir é entregar o relatório à subcomissão técnico-jurídica para dar o devido enquadramento", afirmou, em conferência de imprensa, Fernando Gomes.
Segundo o procurador-geral da República, foram detetadas irregularidades na atribuição de casas de Estado, terrenos e pagamentos e a subcomissão.
"Vê-se que há muito imóveis indevidamente ocupados por indivíduos que não possuem autorização, não pagaram nada ao Estado e que até subalugaram a outras pessoas, auferindo vantagens económicas sobre isso", disse.
Fernando Gomes disse também que vai fazer o trabalho o tempo "que for necessários", mas que será feito o inventário de bens em todas as instituições do Estado.
"Não há perseguição, mas eu sei que vão sempre conotar com perseguição política", salientou.
Após a sua tomada de posse, a 30 de abril, Fernando Gomes definiu como sua prioridade os combates à corrupção, criminalidade económica e financeira, crime organizado e tráfico de droga.
No seu discurso, em abril, o procurador-geral da República deu também um prazo de 90 dias para que serem entregues ao Estado todos os bens desviados e anunciou uma investigação, no âmbito do combate à corrupção, a todo o aparelho estatal.
Conosaba/Lusa
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