Guiné-Bissau recorda, hoje (20 de Janeiro), 47 anos da morte do ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, assassinado, a 20 de janeiro de 1973, na capital da vizinha Guiné-Conacri. Cabal nasceu em Bafatá, lesto do país, a 12 de Setembro 1924.
Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, com 49 anos de idade, por dois membros de seu próprio partido.
Abel Djassi como é conhecido com o nome de guerra, profetizara seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há-de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios”.
Após a morte de Cabral, a luta armada se intensifica e a independência da Guiné-Bissau é proclamada, unilateralmente, em 24 de Setembro do mesmo ano, em Guiledji, pelo então presidente do parlamento João Bernardo “Nino” Vieira.
Depois de 47 anos do assassinato de Amílcar Cabral, esta manhã, em declaração aos jornalistas, na fortaleza de amura, um do veterano da guerra da libertação contra colonia português, Quidele Naritche, disse a notícia da morte de Cabral abalou a sua vida e foi uma surpresa recebida quando estava em Como, sul do país, quando a luta para libertação do país intensificou-se.
Naritchc, disse que a Guiné-Bissau foi estragada na capital Bissau e não na mata e escusa-se em comentar de quem será a responsabilidade «de políticos ou militares». O combatente lamenta a situação em que se encontra os combatentes da liberdade da pátria.
“Agora as coisas não estão bem”, lamenta.
Entretanto, o coordenador de documento do programa da coordenação da escola de formação político ideológico de Amílcar Cabral, Imane Naumoja, ouvido a propósito desta celebração admite que se os guineenses abraçarem a obra de Cabral, serão o povo mais respeitado do mundo devido ao legado do herói imortal guineense e cabo-verdiano.
Em análise à Radio Sol Mansi (RSM), a aproposito dos 47 anos do assassinato de Cabral, em Conacri, o especialista em assuntos africanos, Edson Incopté, admite que um dos maiores legados de Amílcar Cabral que deve ser aproveitado é a sua capacidade na liderança.
“No país assim como no globo a questão da liderança ainda está a ser questionada”, sustenta Edson.
Amílcar Cabral integra a lista dos 20 maiores líderes mundiais de todos os tempos elaborada pela BBC por um painel de historiadores, facto que João Pinto Co, historiador guineense, “a nomeação chama atenção das pessoas a lerem os legados de Cabral sobre o tecido social da Guiné-Bissau, porque a situação em que se encontra o país actualmente está longe do aquilo que era o sonho dos combatentes da liberdade da pátria”.
Para o politólogo Rui Jorge Semedo, analista da RSM, “os políticos guineenses devem procurar ser como Cabral, ser humanista, ser pensador e ser sobretudo insatisfeito com a realidade que estamos a viver, trabalhar para mudar esta realidade para positiva”.
Semedo lembra que este era o desafio de Cabral que estava insatisfeito com a realidade que a sociedade guineense e africana estava a viver na altura.
PR de parlamento pede coesão nacional
Ainda sobre os 47 anos da morte de Amílcar Cabral, o presidente de Assembleia Nacional Popular (ANP) convidou os guineenses a reflectirem em como unirem para ser mais coeso de que continuarem nas disputas
Cipriano Cassama, que é também o primeiro vice-presidente do PAIGC, falava aos jornalistas na fortaleza de amura, depois de cumprir as formalidades da deposição de corroas de flores na campa do ideólogo das independências da Guiné-Bissau e Cabo-verde, assim como, dos heróis nacionais, para sinalar a data do assassinado do Amílcar Cabral.
“Todos os guineenses chegou o momento de nós reflectirmos para sermos mais de que nunca coesos e coesão social para nós [guineenses] é muito importante porque estamos a perder o tempo, em vez de começarmos a desenvolver o nosso país estamos nas querelas que não interessam nenhum guineense”
Para Cassamá, a Guiné-Bissau precisa de uma nova virar da página, necessita de mudar a imagem da sua credibilidade e a Guiné-Bissau precisa de “todos os seus filhos ao serviço da melhoria da condição de vida dos guineenses”.
“Isso só é possível, meus irmãos mas com a paz, a estabilidade na unidade e na diversidade”, assegura.
Em relação a figura do Amílcar Cabral, assassinado em Conacri, pelo membro do seu próprio partido, Cassamá realça a sua capacidade da liderança onde conseguiu unir todos os guineenses nas suas diversidades.
“Cabral foi um grande líder e continua a ser, porque agraça as suas virtudes na independência não só da Guiné-Bissau mas também de Cabo-verde e também ajudamos povos dos outros países irmãos a tomarem as suas independências. Cabral enquanto líder lutou durante vários anos, sem raça e sem etnia mais conseguiu unir todos os guineenses nas suas diversidades, conseguiu implantar uma estrutura no quadro da consolidação da democracia e paz aqui na Guiné-Bissau”, explica.
A Guiné-Bissau recordou esta segunda-feira 47 anos da morte do impulsionador das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, assassinado, a 20 de janeiro de 1973, na capital da vizinha Guiné-Conacri. Cabal nasceu em Bafatá, lesto do país, a 12 de Setembro 1924.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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