Falar da etnia ou da religião na
Guiné – Bissau é, sem dúvida ignorar o sacrifício que o povo guineense se
submeteu para se unir na edificação da identidade guineense. Certamente, isso
custou muitas vidas (luta de libertação).
Esse sacrifício devia servir da
lição suficiente para que os guineenses possam esquecer de uma vez por toda a
diferenciação das pessoas através da etnia ou da religião. Sem dúvida, qualquer
etnia ou religião contribuiu bastante, para que este país se tornasse
independente. Porque, o que está a ser vivido nestes dias é muito vergonhoso
para uma sociedade democrática. Sobretudo num estado laico. Os políticos querem
permanecer ou chegar a poder à todo custo. Por isso identificam-se mais com
etnia, religião ou os civilizados e não civilizados para poderem tirrar o
proveito político. Felizmente, o guineense é um povo maduro. Alias, não existe
nenhuma etnia que não se “cruzou com a outra etnia, em termos de casamento. E,
no passado já fizeram um teste em que todos se uniram e tomaram a
independência.
Agora, porque é que não vão
deixar de dizer que o tal é Fula e outro é Balanta etc. Para se unirem em prol
de desenvolvimento do país? No meu entender, o problema da Guiné-Bissau não
está na riqueza e, nem está nos quadros capacitados. O maior problema deste
país está mesmo no político guineense. Mesmo que tivessem os contentores de
Euro (moeda europeia) espalhados em todo canto de país, se não mudaram a forma
de pensar o país para melhor, certamente, vão estragar todo o dinheiro e, nem
se quer vão alcatroar, uma avenida da cidade de Bissau. Porque, se o problema
estivesse na riqueza ou nos quadros capacitados! Certamente, a Guiné-Bissau
estaria à frente da Suíça ou de EUA no índice do desenvolvimento humano. É bom
recordar que estes países chegaram no topo onde estão, não por milagre. É sem
dúvida graças ao trabalho e a união de todas as raças. Portanto, não deve haver
motivo de refugiar na etnia ou na religião para permanecer ou chegar à poder.
Por isso, já está na altura dos guineenses porem o interesse do país em cima do
interesse pessoal ou da sua família. Só assim, é que poderão aproveitar as
capacidades dos seus quadros rumo ao desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Mutaro Djaló
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