O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, considerou hoje "inadmissível" a situação em que se encontram os órgãos de comunicação social públicos no país.
"Vamos fazer uso da nossa magistratura de influência, tudo o que estiver ao nosso alcance vamos fazer para ajudar os órgãos de comunicação social, porque o que vimos hoje é inadmissível", disse José Mário Vaz.
O Presidente guineense falava aos jornalistas no final de uma visita aos quatro órgãos de comunicação social públicos guineense, nomeadamente rádio e televisão, jornal e agência de notícias.
"Eu tenho dito e vou continuar a dizer que o dinheiro de Estado deve de ir para os cofres do Estado. Aqui na televisão é uma vergonha. Por causa de 30 milhões de francos cfa (cerca de 45 mil euros), o interior não pode ter acesso às informações do país". Estes são funcionários do Estado e devem ser pagos com as receitas do Estado", afirmou.
Segundo José Mário Vaz, os jornalistas não têm condições mínimas para trabalhar.
"Eu não sabia que os jornalistas estão com sete meses de salários em atraso", afirmou, salientando que quer saber onde está o dinheiro da Direção-Geral das Alfândegas, da Direção-Geral das Contribuições e Impostos, dos fundos autónomos e da compensação das pescas.
"É triste o que estamos a assistir na Guiné-Bissau. Os jornalistas não são pagos e, com certeza, não vão prestar um serviço de qualidade ao país. Todos se queixam que não recebem e as condições de trabalho são das piores", disse.
Na visita, o Presidente foi acompanhado por vários elementos da Presidência guineense e pelo secretário de Estado da Comunicação Social, João Baticã Ferreira.
"Posso dizer que saio bastante triste desta visita que fiz hoje. Devemos meter a mão na consciência para olharmos para o país e para a Guiné-Bissau. Ninguém vem fazer este país, nós filhos desta terra é que devemos fazer este país", concluiu o chefe de Estado guineense.
Conosaba/Lusa
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