O presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) assumiu hoje que "há riscos da visita" do Presidente da República cabo-verdiano à Guiné-Bissau "ser mal enquadrada e mal interpretada" e, por isso, provocar "reações".
Domingos Simões Pereira falava aos jornalistas no final de um encontro com o chefe de Estado de Cabo Verde, país onde se encontra desde sexta-feira, durante o qual esclareceu que "a visita de qualquer Presidente da República de Cabo Verde à Guiné será sempre uma grande festa e ainda mais Jorge Carlos Fonseca, por tudo o que o liga à Guiné".
Contudo, chamou a atenção para "o risco" de Jorge Carlos Fonseca "ser envolvido numa campanha de que, certamente, ele não quer fazer parte".
"Esse risco é que pode dar origem a reações que podem não ajudar e podem não ser uma boa propaganda para o que é os laços de proximidade e fraternidade que existem entre a Guiné Bissau e Cabo Verde", explicou.
Questionado sobre a origem dessas reações, o presidente do PAIGC negou-se a comentar "aquilo que, sem uma confirmação oficial, terá de ser tratada como uma especulação".
"Quero assumir que há riscos de a visita ser mal-enquadrada e mal interpretada e, se for mal enquadrada e mal interpretada, provocará relações. De que quadrantes, de que forma, não quero especular", adiantou.
Domingos Simões Pereira disse que transmitiu ao chefe de Estado cabo-verdiano que a alegada data da visita, de terça a quinta-feira, ocorreria dois dias antes do início da campanha.
"Se nesta altura já é evidente e óbvia a dificuldade do Presidente da República da Guiné Bissau em manter alguma equidistância em relação ao jogo político, está mais que claro o risco associado a uma visita nessa altura", disse.
Para Domingos Simões Pereira, o Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, tem "uma dificuldade quase estrutural" em "manter-se distante do jogo político partidário".
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário