O Partido da Renovação Social, na voz do seu porta-voz, Victor Pereira nega ser o responsável pelos atrasos no processo eleitoral de que foi acusado pelo líder do PAIGC, em entrevista a RFI.
Victor Gomes Pereira disse que o partido se limitou a respeitar a lei e denuncia que o recenseamento está a ser feito "por interesses partidários"
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“As escolhas do partido foram feitas de acordo com a lei de recenseamento eleitoral no país”, afirma Victor Gomes Pereira.
O porta-voz do PRS reagiu às acusações do líder PAIGC, Domingos Simões Pereira, que em entrevista à RFI, responsabilizou o PRS pelos atrasos no processo eleitoral.
“Um partido responsável como é o nosso tem de se pautar pela lei. Apenas exigimos que o recenseamento fosse feito de acordo com a lei de recenseamento eleitoral artigo 26, n°1- ou seja o eleitor recebe o cartão no momento do recenseamento”, refere.
O porta-voz do PRS lembra que, na altura, a posição do partido foi apoiada pelo P5- as cinco organizações internacionais envolvidas no processo de consolidação de paz no país- pela sociedade civil e pela maioria dos partidos, à excepção do PAIGC.
“Como forma de contornar esta exigência legal do PRS, o PAIGC propõe um recenseamento de raiz fazendo migrar os dados de 2014, tratando-se de uma actualização mitigada. Nós não podemos fugir à lei”, defende.
Sobre os incidentes relatados pelo líder PAIGC, no sul do país, Fulacunda, de que um representante do PRS que se teria deslocado às mesas de voto para bloquear o processo, Victor Gomes Pereira desvaloriza a situação e denuncia que o recenseamento está a ser feito por interesses partidários.
“As pessoas recenseiam nos sítios onde lhe interessa recensear e quando não lhes interessa recensear dão desculpas. Eventualmente essa situação ter-se-à produzido, mas estas situações produzem-se diariamente. Diariamente há incidentes que não comprometem absolutamente nada. O que é grave é que as pessoas andem a fugir com as mesas de recenseamento consoante as cores que lhe são favoritas ”, afirma.
O porta-voz do PRS relata ainda incidentes no norte do país, em Mansabáb, onde um alto responsável da autoridade de recenseamento teria expulsado os brigadistas por não serem da mesma cor partidária.
“É preciso dizer que no norte do país, em Mansabá, um alto responsável da autoridade de recenseamento foi a uma mesa de recenseamento correr com todos os brigadistas que não são da sua cor partidária, com trinta polícias armados”, concluiu
Os atrasos registados no recenseamento eleitoral levaram as autoridades a prolongar o processo até dia 20 de Novembro, dois dias depois da data prevista para a realização das eleições.
Conforme RFI, primeiro-ministro, Aristides Gomes, já veio apresentar três cenários possíveis para nova marcação de eleições: 16 de Dezembro, 30 de Dezembro ou 27 de Janeiro de 2019.
A delegação da CEDEAO que esteve na Guiné-Bissau,esta semana, defendeu que as eleições se realizem ainda antes de fim do ano.
Conosaba/Notabanca
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