Ouvi dizer que num debate havido há dias
numa das rádios da capital (Bissau), alguém terá dito ou apelado a que a
juventude abandone os partidos políticos,provavelmente por estes não se
preocuparem com os jovens.A ser verdade, entendo ser esta mensagem uma
aberração absolutamente extraordinária!
É ponto assente que a juventude
guineense tem que desempenhar um papel crucial em todo o processo de
reconstrução e desenvolvimento do país, por ser ela a maioria da população.
Daí que seja fundamental continuar-se a lutar
para que haja uma juventude cada vez mais instruída no plano académico e cada
vez mais alicerçada na cultura nacional e nos valores patrióticos, condição sine
qua non para o contínuo desenvolvimento do país.
Por isso, é um dever fundamental de quem
se considere líder de um partido ou de uma coligação política direcionar a sua ação
para a promoção de uma educação juvenil assente nas boas práticas democráticas,
nos valores da Justiça, da Liberdade, da Paz e do Progresso Social.
Neste momento, fala-se muito da fraca
participação dos jovens na política. Esta triste realidade deve-se, a meu ver,
a um conjuntode promessas políticas não cumpridas e de expectativas defraudadas,levando
a uma sensação de sucessivo adiamento do futuro da nossa juventude.
Um jovem sem emprego é um jovem
abandonado e economicamente excluído. Um jovem formado e sem trabalho é um
desperdício que o país não pode mais aceitar, e que com o passar dos anos
torna-se numa frustração difícil de ultrapassar.
Temos ainda um país em que a tensão
entre o patrão (Estado),os Sindicatos e os servidores públicos não cessa de aumentar
de tom, todos os dias. O mais grave ainda é quetoda esta problemática se
desenrola em sectores considerados estratégicos para o funcionamento e
desenvolvimento do país.
A taxa de desemprego jovem é elevada
emuitos estudantes abandonam o ensino superior todos os anos por falta de
meios.
A política do governo em relação aos
jovens é uma autentica farsa que só produz desempregados, empobrecimento da
camada jovem e o adiamento do futuro da nossa juventude.
É por estas e outras razões que muitos
jovens estão de costas voltadas para a politica e para os políticos. Mas eu
considero que esta atitude não é a melhor forma de alterar este estado de
coisas.
O caminho certo é a participação ativa
na vida política do país para inverter o atual cenário, recensear e votar,
retirando de cena os políticos incapazes e incompetentes. O voto não tem
preço,tem sim consequência.A consequência do voto é provocar a melhoriadascondições
de vida dos jovens. Não se pode deixar de participar só porque um político
desonesto nos enganou num determinado momento.
Entretanto, a valorização dos jovens e a
sua inclusão na vida económica e social do país exigirá a redefinição de
prioridades e projetos o que pressupõe melhorar a sua qualidade de vida, designadamente
ao nível das condições de acesso à saúde, de acesso ao mercado de trabalho e no
seu envolvimento nos grandes objetivos da democracia participativa e do
desenvolvimento da Guiné.
A Guiné-Bissau precisa que os seus
jovens estejam bem preparados e que apresentem elevado espirito empreendedor.Que
sejam capazes de, com o seu trabalho e iniciativa, ajudá-la a crescer e
atransformar-se num país onde valha a pena viver.
De um modo geral, e não querendo atingir
ninguém em particular, nota-se na juventude guineense uma incerteza entranhada em
relação ao seu futuro quando se abordam as perspetivas de emprego,entre outras
questões fundamentais da sua organização económica.Isso leva, infelizmente, acomportamentos
queem nada a dignificam.
Creio que,com uma juventude atenta e concentrada
nos problemas que realmente são importantes para o país e para o seu futuro,
será possível ver um amanhã risonho e promissor para todos.
Conclusão :
ü Romper com o conformismo!
E assumir uma cidadania ativa, em casa, na escola,no bairro, etc.
ü A própria
sociedade precisa dessa participação e intervenção dos jovens, pois permite-lhe
uma renovação dos quadros dirigentes.
ü Promover a
inclusão política, que é uma das componentes da cidadania ativa. O país precisa
de investir em políticas sustentadas para a juventude, sobretudo quando se sabe
que a estrutura etária do país é muito jovem, perfazendo cerca de 60% a
população menor de 18 anos.
O que precisamos é de assumir o nosso
lugar e o nosso tempo. As gerações passadas podem ser referência para os jovens
de hoje, mas não podem bloqueá-los, impedindo que estes cumpram o seu próprio
tempo.
A promoção da participação da juventude
é essencial para assegurar práticas de governação que estejam á altura dos
desafios que o século XXI nos traz.
Se só os mais velhos fizessem politica,
o que seria de um país ou da própria democracia?
Termino este artigo com a célebre frase
do histórico politico português, e ex-presidente da República Portuguesa,Dr.
Mário Soares: A democracia portuguesa está mais pobre com a fraca participação
dos jovens na política.Portanto, é muito importanteque os jovens se afiliem no
partido político com que se identifiquem ou criem outros partidos alternativos.
Estamos
Juntos!
Mestre Aliu Soares Cassamá
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